Quem és tu para
pensar
Que não há outro
clamor e outras vozes
Na vastidão do
mundo de meu Deus
- A diferença é
que minha voz é grito
Não discurso:
Deliro e tenho convulsão em praça pública
Não levanto
bandeira, mas o baluarte para as nações
Teu coração não
é mais vasto que o vasto mundo
Tuas verdades
não são mais retas que as rodas dos sábios
Não tenho sequer
verdades
Que aspirem a
reger existências
Maior é o Vasto
mundo que o tamanho do meu coração
E menor que
minha fome: Devoro-o!
(...)
Assim o vento
passa
Entre os rios,
entre vidas
Como alguém que
quer levar mensagem
Algum verso
subversivo, uma canção...
Nas margens dos
rios àquelas verdades enterradas
No túmulo junto
ao dono: Um tolo!
Juro perante
Deus não reclamar
Não escrever
manifesto ou lamentação
De que valia
teria isso no paraíso?
Quem lembraria
de mim
Quando todos
estiverem ébrios e alegres no botequim?
Lembrai-vos de
mim no Paraíso
Não vos poderei seguir
A vida me leva
A Vida é um
delírio
Um absurdo!
Sonhá-la-ei
Sonhá-la-ei
Viver as
vivências
Saborear a
realidade com toda intensidade
Até transcender
Eu vos digo que
aquela criança
Que larga as
convenções e os consensos
Para seguir os
eternos mandamentos:
- A Infância é
Sagrada
Ela é o Guia de
vossos lares
E ordenará a
todos
A brincar nos
Jardins dos Profetas
A vida que me
resta
Se não eterna
agora
Não é eterna o
bastante
Lutai por nossos
reinos e sonhos
Nos Jardins das
Quimeras
Rasgai os selos
do Livro
Venha o Novo
Tempo
Amai a Vida e
seus ornamentos
Nenhuma acusação
encerrará
O Vosso Amor
Milenar através das Eras