Vi semana passada um bicho
Na imundície da cidade
Desembolando seu rango no meio do lixo que a gente deixou sobrar
Quando achava uma coisa,
Não parava para cheirar:
Mandava tudo para dentro.
O bicho não era um homem,
Não era um gato,
Não era um tiranossauro.
O bicho, meu Deus, era um cachorro!
Então eu chamei alguém para ajudar
Mas esse respondeu:
- Qualé bicho!
O bicho, meu Deus, era eu!
Vi um bicho catando versos no lixo
Blá, blá, blá!
(...)
O bicho meu Deus! Era um poeta!
Olhei em volta e vi um monte de bicho apressado na cidade
Meus Deus! Não era só um bicho comendo lixo!
Eram vários bichos!
Os bichos meu Deus! Era um formigueiro
(Desculpa esse não é o nome)
Então subi no arranha-céu
E com um alto-falante gritei
Para que a multidão me visse
E só Deus pudesse me escutar
Então clamei com fúria e poesia
(Oh! Foi épico! Fui maravilhoso!)
- O bicho meu Deus! Era a humanidade!