Eu olho para a camera
E a camera olha para mim
E nenhum de nós nem aí
Eu entendo que eu deveria estar fumando
Mas não tenho dinheiro pros cigarros
Mas pelo menos a sabedoria de compreender
O porquê das pessoas que têm dinheiro pro cigarro
Comprarem uma saída para o tédio
É o investimento mais precioso
A resistência ao tédio não compensa
Quem aprende a saboreá-lo
Ahr! To-le-rá-lo...
Se torna sábio! (Ai de mim!)
Como não posso comprar cigarro
Eu enfrento o tédio falando comigo mesmo
Ou seja
Escrevendo um poema
A camera olha para mim
E não vê nada
Porque para verdadeiramente olhar
É necessário perceber que se olha
Além dos algoritmos automáticos de resposta
A consciência transcende o automático que contém
(A recíproca é verdadeira!)
Algoritmos... Algoritmos...
Em breve há muito tempo já
Refez a nossa noção de paraíso
Por que culpar a máquina que vejo
Se a máquina está na minha alma?
Deus meu! Me livre desta nova metafísica e dos novíssimos sofrimentos patafísicos
Que como não bastasse... Ainda são discutidos e explicados para serem industrializados como filosofia!
É uma questão de origem da vida esperar que algo delirado alguém nos busque?
Ou pode ser tédio com variações... (Ai de mim!)
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