quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Eu olho para a camera

E a camera olha para mim

E nenhum de nós nem aí

Eu entendo que eu deveria estar fumando

Mas não tenho dinheiro pros cigarros

Mas pelo menos a sabedoria de compreender

O porquê das pessoas que têm dinheiro pro cigarro

Comprarem uma saída para o tédio

É o investimento mais precioso


A resistência ao tédio não compensa

Quem aprende a saboreá-lo

Ahr! To-le-rá-lo...

Se torna sábio! (Ai de mim!)


Como não posso comprar cigarro
Eu enfrento o tédio falando comigo mesmo
Ou seja

Escrevendo um poema


A camera olha para mim

E não vê nada

Porque para verdadeiramente olhar

É necessário perceber que se olha

Além dos algoritmos automáticos de resposta 

A consciência transcende o automático que contém

(A recíproca é verdadeira!)


Algoritmos... Algoritmos...

Em breve há muito tempo já

Refez a nossa noção de paraíso

Por que culpar a máquina que vejo

Se a máquina está na minha alma?


Deus meu! Me livre desta nova metafísica e dos novíssimos sofrimentos patafísicos

Que como não bastasse... Ainda são discutidos e explicados para serem industrializados como filosofia!


É uma questão de origem da vida esperar que algo delirado alguém nos busque?

Ou pode ser tédio com variações... (Ai de mim!)

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