quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

(...)

- A certeza da morte faz minha vida incerta. Me dá um limite que me obriga a ter um objetivo, um plano. Me dá uma disciplina e me cobra responsabilidade.

- Um dos grandes perigos que o ser humano sofre é o de querer se distrair. Diz o ditado: "Cabeça vazia é oficina do diabo". Mas o que o "diabo" em questão irá fazer com o vazio? Os seres humanos se angustiam com "vazios", aí sim é que o "diabo" entra. Nos oferece a anestesia da distração. Mas é notório que anestésicos não curam. Isso já basta para criar a dependência.: Vindo o vazio e terminando o efeito do anestésico é hora de outra dose. Isso assemelha-se ao mecanismo de necessidade e saciedade, como a fome e a sede, por isso não é de assustar que nosso instinto será canalizado nisso e passaremos a ver isso como necessidade básica. Quando não sentirmos dor, pode-se cortar nossa carne que não sentiremos, assim como vemos o cirurgião nos cortar e não costumamos nos importar, com raras excessões... Então, o "diabo" poderá preencher o vazio como bem entender. Saíremos com a cabeça cheia de coisas diabólicas. O diabo nos enganou, nos distraiu e encheu nossa mente com tudo o que quis. Somos vítimas, não temos culpa por termos nos distraído e facilitado o ataque do predador. Logo, inicia-se um instinto de fraternidade e passamos a perseguir os "distraídos. Não é tolerável que alguém esteja absorto na corrente de seus pensamentos, isso é estar distante, além, vazio... Então trazemos ele para a "realidade", para as conversas sobre futebol, novela, vida alheia e como devemos comportar. Para se divertir... Para se distrair... Para trocar com o diabo a alma por distração. E se esse diabo chamasse televisão, mídia ou qualquer coisa afim? O pior desse diabo é que damos a nossa personalidade para ser rasgada em suas cirurgias sádicas e nos divertimos com isso. Acusamos que está atento com si e o que é relevante como abnegados, sérios, chatos, distraídos. Não, você! Eu não! Sou um sujeito bem-informado, leio jornal, vejo televisão. Bem-informado é qualidade, defeito é desprezar informações irrelevantes e ser crítico (chato). O vazio devia ser uma busca pessoal, uma jornada solitária e caso não, algo para ser compartilhado com pessoas de alta confiança. Essa luta contra o vazio é séria e não permite distrações. É difícil, mas ao vir a vitória traz o prêmio: O preenchimento do vazio de maneira própria. Se for necessário ver televisão para isso que seja. Mas se você é o meio para a televisão e similares curar seu vazio, cuidado: Eles querem te ajudar!

Nenhum comentário: