quarta-feira, 16 de julho de 2014

Um Pensamento contra o Mundo


I

“Regresso às memórias de um cativeiro”.
Soa como melodias de um hino de bravura
Que quer avivar todos os mortos do erguer dos reinos
Levantar os estandartes de cada um dos Solitários contra os muitos

- “Bravura, bravura! À Guerra honrados guerreiros!”

Entre as delgadas artes dos anseios
Teçam-se todas as estratagemas
Para que o “eu quero” exerça-se
Sem que o “eu sou” aconteça

- “Pai Eterno! Perdoai nossas trangressões”!

Um pensamento contra o mundo
É tudo o que vos deixo e nada mais
Para que se cante e a vida não se perca
Ainda que escassa não será esquecida!

Erguida está ao topo do céu a estrela
Assim é óbvio a todos a Clara Idéia
Que a todos permite libertar
Quando lhes visita o clamor interno
De ser livre e livre ser
Mesmo quando ainda não há verso a ser escrito

Vós aspirais a tanto
E querereis nada?
Um pensamento contra o mundo
Não surge das várias almas que adormecem
Mas das maquinações dos que sonham

Um pensamento contra o Mundo agora
Um ataque surpresa e fulminante contra o Universo
O sacrifício da Humanidade em prol da vida
Anuncia um dos Profetas da Calamidade

“Tão fraca e opaca vossa luz!
Que penso que pode haver treva
Que de vós não recue”.

II

A voz que exorta
O invadir das Águas de Destruição
Pelas portas da caridade
A guerra declarada
À perseguição que se apregoa
Contra o culto à Vida

A convicção que mente
Contra a verdade que tudo explica
Para não condicionar a ilusão do Livre-Ser

O cantar de todos os hinos
No lugar da observância muda
De todas as Tábuas da Lei

Erguei agora vosso espírito
Clamai com ardor nossa Santa causa:
A urgência de Beleza na Vida

Pensai o pensamento contra o mundo
Para que abra Caminho ao Mundo
Que surge agora e não num advir

Pois toda a herança de nossa história
E todo oprimir do presente
Não anulou a Musa Liberdade

Nem apagarão Ela
Enqüanto formos nós a escrever os versos
Dos sonhos e o infindo do Universo Contingente:

- Humanidade!

Nenhum comentário: