domingo, 27 de novembro de 2016

Oração Blasfema

Sou antiglobalista até os ossos
Tenho ojeriza Orwelliana eterna a utopia dos porcos
Nego e renego o Evangelho de Karl Marx para a humanidade
Eu vejo o cordão umbilical inquebrantável
Entre ditos revolucionários e banqueiros
Entre socialistas e empreiteiros
Entre justiceiros e burocratas
E militância cultural em prol do próprio bolso

Sou anti-tradicionalista até os ossos
Da tradição de obedecer sem duvidar
A tradição de lutar contra mim
Em nome do rebanho de tolos
Para os donos dos matadouros

Eu blasfemo, eu duvido e eu questiono
Sei que isto levará as lágrimas
Os crocodilos que choram pelas vítimas entre seus dentes
Os papagaios que me dizem "Pela justiça, pelo bem e pela igualdade"
Vindos de cidades transformadas em manicômios a céu aberto
Da doença que doutores devem eternamente tratar:
A culpa
Pelos males de todo o mundo e toda a história
Até que a cura seja
A obediência absoluta

Sei que os fatos me fazem uma pessoa pior
Sei que não consentir com a bondade dos heróis prontos para o uso
Ah! Isto não me faz apenas um vilão, mas um socialpata
Mas sou blasfemo e minha oração é blasfema
Apenas pelo privilégio de desagradar corações leves
E se é para o desagrado de todas almas boas do mundo
Venham todas estas para esta blasfêmia minha que grito:
- LIBERDADE! LIBERDADE! LIBERDADE!