I
Quando vem no espírito a idéia
De que você me pertenceu
E que em um momento claro e verdadeiro
Você quis me amar e me amou sem medo
E a Descoberto
Eu enlouqueço
Eu peço que meu coração esteja
Onde você está
II
Voe fora
Voe longe
O Amor se esconde
Se não fugires agora
Depois não escapará
Voe fora
Voe fora
Já é eterno o Bastante
Se houver Crianças do Amanhã
Que elas ouçam falar deste Amor
III
Disse o Anjo
IV
Vejo formas de escrita antiga
E ponho-me a pensar
Como traduziam o amor as gentes sábias antigas
Se a tua pouca luz
Só faz aumentar as Sombras
Como quero que o meu pouco amor
Não faça aumentar as tuas dúvidas?
Paro e penso
Não seriam então as Tuas Sombras Coloridas
As que me atormentam vindas
de teu Amor brincante
Para que meu Amor Cresça
E que para você o Amor cante...
Ah! Tens a Sabedoria de quem
sabe andar com as Crianças
Apenas pensamentos-papiros
Ainda que com pássaros a cantar na
manhã não anunciada
Não poderão contigo
V
Eu preciso te deixar
Agora que sinto que vás embora
Eu preciso
Não imputes a mim orgulho
Ainda que maior seja o meu
Que lê e acompanha cada
movimentação do teu
Eu preciso te deixar
E estará tudo bem
Quando não está tudo bem
Sendo Verdade
Sangra-me as palavras
Que eu não gostaria de dizer
Se não ouvires como penso que se deve
Mas eu preciso estancar esta ferida
Eu preciso
Fechando-te meu coração com
extrema dedicação, esforço
e sacrifício, eu preciso!
Ainda que fechando-te a porta quando gentilmente
vieres bater a minha porta, eu preciso
Eu preciso viver, eu preciso
VI
Seja a Manhã anunciada
Em despedir
Seja abençoada
A Madrugada