sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Solitar

Agora estou quebrando o Silêncio
De toda Solidão que ficou em mim
E toda a decepção que me habitava
Sem nunca ser vista ou saudada
Por mim
Por mim

Solitário eu me tornei
Solitário de todos os mundos
Do amargor profundo
Solitário de Sete Mares
De Sete Estrelas
E Seis renegados planetas
Com os quais me encontrei

Eu sou planeta desnomeado
Planeta desreconhecido
Fora do seu sistema
Ainda sobre o seu brilho
Que me fustiga
Fustiga-me até a alma

Em me turbar por ti
Eu me acostumo
Não conheço outro rumo
Outros sóis eu nego
Para ver o teu brilhar eterno
E ser o renegado eterno
Cuja luz interna é renegar-se
Reluzir a Luz que não vem
Nem convidada nem convidando
Em tristezas e solidões vou girando
Vais dançando para longe de mim
E quando não mais puder
Nesse amor que tudo pode
Serei atravessado
Serei excomungado
De tua luz em teu último olhar sobre mim afinal...

Me lançarei em pedaços
Serei por vez cada fragmento
Para sempre
Tentarei compreender cada face tua
Em brilhos milhares de milhares
Verei sua face - Imposta - Plácida - Irada
Por toda Eternidade
Queimará sua face em mim
Por toda Eternidade
Em cada eternidade
Serei um instante por vez

- Renega-me!