sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Te ouvir

Absurdo
dos Absintos que florescem no Jardim
Perturbam a minha visão para sempre
Ouço sua Voz
Num Momento Impossível
Que me sufoca
Na Realidade do meu fim

As Adentrações na Inversa
Buscadores de Almas atravessam
E os atravessares lhes encontram
E então param
No sem fim

Quem diria que aquilo que condenaria
Na plena luz do meio-dia
Seria o Amor

Quem diria que a criança
Que se voltaria contra nós
Depois de a havermos cuidado
Com tanto carinho ao ponto de deixá-la crescer
Crescendo
Quem diria que esta criança
Fora chamada: Nosso Amor

A Criança em Plena Luz do Meio-Dia
Nos olvida e nos proíbe
Qualquer passo
Em avanço na direção da Simetria
Os Jardins do Absurso florescem
Suas raízes ocupam tudo
Floresta Gigante se forma
E nos expulsa
Para o outro lado do muro

Mas o que eu mais queria
Era ser apenas expulso
Mais fui expulso e solitário
Do Amor expatriado
Sem você do outro lado do muro

O que eu mais queria
O que mais queria
Era estar contigo
Minha querida
Mas eu não consigo atravessar em teu mundo
Que me fechou todas as portas
Uma por uma
Em cada vez que o pensamento de visitar-te
Me visitou

O que eu tanto queria
Eu não poderia
Não chegaria vivo em teu Templo
Oro apenas no Altar
Do Templo do Amor
Adorando tua Imagem

A Idolatria Primeira
Não poder estar perto
Do que deveria estar
Saber do que poderia ser e não é
E nada fazer
A não ser deixar fluir
Toda emoção que há

Toda poesia em mim
Não poderia
Abrandar o que por ti ardia
Dia a Noites, Noites e Dia
Noites que passam
Ao Eterno Dia que permanece
Naquele nosso Adeus
Adeus, Adeus
Sem Deus, Sem a ninguém para ir
A Deus, A Deus
Tu vais
Onde permaneço