sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A Carta

Visto a carta desejada não haver sido escrita, ("Não houve", "Não houve", choram as algas dos sempre-caídos, cânticos para os aspirantes à queda final) foi mister que eu fosse entregue aos braços da deseternidade até o nunca. Afogado até o último abismo que há dentre todos os mares, até que aprendesse a suspirar um amor e somente um amor o qual pudesse ser confessado. E estes braços da deseternidade, que antes envolviam meu coração e que agora por força de aprender o ofício seguram-me firmes pelas mãos, lá garantirão que eu permaneça sem desviar desta lei, apenas por redenção de algo maior que estas leis e forças por ser este algo maior que forças e leis sem limitar-se a ser estas mesmas. E se não aprender ao menos, este algo afogado desconhecido e insuspirável até as fundações, será agraciado de estar no templo dos abismos, pois ninguém melhor que os abismos para serem mestres das lições não aprendidas... E as lições nunca serão aprendidas e nunca foram... É tempo de dizer a verdade... Se o abismo foi alcançado e os braços da deseternidade assim operam é melhor suspirar apenas a esperança... Óh! Maravilha! Óh! Maravilha! Inalcançável Sabedoria! Audácias dos não saberes, erguer o túmulo do tolo onde se vai adiante para o Entendimento...

"Apenas uma vez e não mais! É melhor!".

Diz a salvação...