I
Eu não pude ler as tuas cartas
Eu não pude ler nenhuma de suas mentiras
Tenha tal coisa certa e acertada
Jurei a minha Lealdade mesma não ler coisa alguma de ti
Depois da ultima carta e da última ferida.
Se quisera dizer algo a tanto tempo ou quiser dizer depois
Tua última carta e última ferida é tua Eterna Resposta
A Tua Eterna Resposta para mim: Tu minha Eterna Última
Eterna Última
Irmã de minha Eterna Primeira Inalcançável
Tu que és a Mãe aqui de tudo intocável e que pode ser visto
Em qualquer rua e em qualquer pensamento
Descuidado
Em qualquer rua e em pensamento descuidado
Eu me vou pensando em ti
Com a certeza de jamais te encontrar
Tu que és prisioneira de tudo o que há em mim
E que existe por mim: Condição de Ti assim
O resto é vento e fantasma a se recriar
Com as falsidades de toda quimera não realizada
Algo na carne
(...)!
Monstruosidades das falsidades mais detestáveis
Que usam tua vaidade e teu nome em vão
Que atormentam tua vaidade e teu nome em meu vão coração
Tua vaidade e Teu Nome e meu Vão Coração
A única coisa vã que não pode ser sua
A única coisa em vão que só pode ser minha
E que fica isso tal o meu pecado que não pode ser perdoado
Por orgulho imenso implacável
Por toda maldita criatura que lhe disse não mesmo incapaz de fazê-lo
Tu ficas com o Não e eu Carrego minha condenação
Digo com minha sinceridade
Afastai-me da monstruosidade
Que não é você em mim
Que não é você dentro de mim
O que muda não é tu dentro de mim
E o que mudar eu rejeito
Em nome de ter apenas no peito
O que no peito ficou cravado e gravado
A tua última resposta
A tua última dança
A minha última alucinação
A minha adoração
A Única Última!
A Única Última!
Bebamos e bebamos
Em celebração a Deusa Última
E os cultos a ela que restam proibidos
(das despertações da líbido e do espírito
Que restam comigo e eu os conto
Apenas para me enterrar no ponto
Em que de ti duvido
Para nascer o crente fiel
Restarás adentrada e morada do Castelo de Fel
No Paraíso inquebrantável de Chamas
Onde o meu amor se derrama copiosamente
E nada apaga
E nada apaga
Descansa Amada minha
Minha Última
Amanhã brilhará outro Sol e queimará outra chama e flama
Das Manhãs Inalteradas - Vulgares Madrugadas
E das Noites Inflamadas - Negras Ainda e Belas tal a Ti
Para que os vazios e os nadas de meu amar
Tu possas sempre reluzir
Eterna Reluza de minha Vida! Eterna Resposta de tua Carta
E Prisioneira de Tuas Palavras
Ao meu coração escravizadas
Para Reinardes Absoluta
Em meu mar de desesperanças cravadas com demora
Onde irei me banhar sempre as terças-feiras
Tu és minha Reluza, minhas trevas e minha infância - sonha ilusão irrealizada
Onde me irrealizo cada vez mais
Ilusão eu sou
Tu a Mantenedora de mim e de meu Ego
A Mantenedora de meu Não-Amor a Eternamente Amar
A Mantenedora de meu Não-Amor a Eternamente Amar
Você!
Eterno-Não-Amor Inquebrantável a vir banhar a praia com suas ondas
Constantes Contrantes e Previsíveis
Tal a Chuva que não virá - Deserto Certo de minha Alma!
Querida minha, paisagem minha)
E que Deus me livre de você
Desde o pôr do sol até o amanhecer
Que Deus me livre de você
Do pôr-do-sol até o amanhecer
II
A alguém que está a se banhar na Praia
E que não ama...
As ondas a cada instante te amam
E te chamam
Mas a tua indiferença te afunda no mar
Ainda que teu corpo não esteja submerso nele
E nem entre os meus braços
As ondas e meu coração se quebram a todo instante por você
A todo instante te amo
Óh! Amor inquebrantável
A chuva não virá
É apenas o Deserto de minha alma
Uma querida paisagem que me lembra de você
É onde me reclino
É onde morarei esperando
Poder algum dia dar todo o meu amor para você
III
Uma dança contra as areias do tempo não pode ser certo
A Tua Lei de dançarina vai deslizando e espalhando as leis
E depois de haver Dançado com o Mundo Inteiro
O que restará de mim se eu não seguir seus passos?
E não contemplar até a exaustão a perfeição da Lei da Dançarina
A Dançarina é minha Lei
E um jogo contra as Areias do Tempo é o que pedem minhas consciências
Tudo o que é necessário ser dito já foi dito dentro de mim
A Deusa fala enquanto meu coração canta a balada
Serei Bardo de mim mesmo
Fora de seus templos e fora de sua dança
Longe da contemplação eterna de ti
Sapateadora de Eternidades e Palavras
Nada te prende
Por isso serei Bardo de mim Mesmo
Cantarei a sua Balada
O coração que vai comigo também
Fora de Seus templos e fora de suas danças
Em contemplações de ti encontro eternas templas amares e infindas distâncias
Ainda encontrarei e serei encontros
Fora de Seus Templos e Fora de Sua Dança
E dentro de Ti
Em nada te prendi
Sapateastes toda as Distâncias
IV
A Deusa que gosta de ver seu amante no espelho
Em que outro lugar você consegue se ver?
A Deusa traída por um adorador devotado
Que se queda de joelhos para a Deusa adorada
E a eterna adoração a torna paralisada
Agora que não te moves mais, que hás de querer dos corações que não irão se abrir?
Quisestes os teus desejos e os teus desejos se realizaram
E depois de todos realizados esquecestes de pedir sacrifícios das almas esvaziadas
E estas almas são tão livres tais as obras que se dirigem aos nadas
E perdestes o rio e tempo onde se aprende
Que o desejado alcançado
Não devolve o desejo aprendido
Que as almas esvaziadas
Não se podem vender
E não se podem comprar
E nelas há espaço para levarem
As chaves que nestas é destinadas a estar
Assim... As chaves encontram o Destino
O vento leva...
O vento leva...
E nada fica
Para a porta que continuará a ser buscada
Chaves não abrem portas abandonadas
Chaves não abrem portas abandonadas
Tampouco templos e deidades eternizadas
Para todos os adoradores passados
Estes passam
E quem fica...
Com a Solidão Permanece
"Serás adorada por outrem
Serás adorada por outrem"
Minha eterna promessa
E eterna dívida
Mas vais
Tendes o eterno
E não o que se vai
V
Profetisa das Calamidades
Profetisa das Cidades
Protegei nossos clamores
Entre seus seios e entre seus amores
Aspirar...
As danças na cidade
E a companha do povo
A união de ventos alegres
Descobrem as almas assim entregues
Do velho amor celebrado novo
Core mio dá ainda outro vôos
Sábia resolução do coração
Buscar alturas e barganhar em teus braços pouso
Profetisa em Harmonia
Profetisa Sabedoria em quedosas melodias
Guarda o único e mais alto amor em parturentes dores
Por mim! Entre seus seios e entre seus amores
VI
Uma carta a Vênus
Uma carta A Deusa
Uma carta para seu reino
O outro planeta que passou a me reger
Pensamentos alterados
Sempre me vêem quando ascendes
Na governança de minha mente
Nesta Dança de você
Então dou uma carta a Vênus
Uma carta A Deusa
Uma carta ao Reino
Ao Reino que fica
Ao súdito que se vai
Nesta Dança de você
Não era para vir a adoração agora
Quando tudo que posso dar é meu tributo
Nem poderia vir o perdão, o amar e o dizer Adeus
No meu momento mais mudo
Mas A Deusa reivindica o Reino
Reivindica o súdito que se vai
E a recomeço da Dança
Ao coração que se vai
E a boca muda que não mais diz
E não escuta nenhum beijo
Juro que não mais escreverei algo d'amor
Prometo não mais me condenar a livre pena
Cessarei de dizer e gravar na terra
As palavras que me prendem
Para que a Deusa Amiga e Distante
Ao lançar suas Areias e o Meu Tempo
Possa me libertar de verdade
Pois só ouvirei suas palavras
E serei verdade
Uma verdade contra mim
Uma verdade contra mim
Então cesso
E no cessar libertar
Me despeço
Da mesma Deusa-Liberdade
Que me prende e me absolve
Sem cessar por tempo infindo
No tempo infindo ao qual dou um fim
Junto a mim
No abismo em que me lanço
Abraçado e abraçando...
Tu me ofereces a tua Mão
E em cada dedo conto a minha direção
Na tua mão que sela meu destino
Esboço algo como se fosse Escolha
E tu aprazível e satisfeita escuta
E lança seus prazeres de cicuta
Aos quais presto vou atender e tomar parte
Entre seus dedos os conhecidos abismos
Não me lembro por onde caí
Pois só acredito numa Queda
Fornecida primeira
E fornecida por último
Por você
A carta ficou com a Deusa
Todas as outras coisas caem
E tudo o que se destina a queda me faz companhia
Numa queda em teu abismo
Numa queda em impossível direção a você
Num sonho - A Deusa Ascendente
O adorador caído
Para adorar ainda numa outra vida
A carta que fica
Escute o meu juramento
Escute todos os movimentos
De minha Jornada
A ti Deusa querida tanto e Amada
A Ti as quais todas te pertencem
A Deusa - A Carta
A Reina e a Vênus
A Deusa - A Carta
A Reina e a Vênus
E o súdito que se vai
Quedam em mim os mandamentos
Cai teu espelho sobre mim
Desfazendo o adorador em pedaços
Diante do Espelho - A Testemunha e a Memória
Que esquece em prol do que está adiante
Que sempre está com o que está adiante
E o Testemunho permanece
VII - Na Sala de Jogos - (e Fora do Romance)
I
Uma Canção 'Proibida
És tu para mim
E ainda sopro a Sua Melodia
E a Luz que sai de teu Quarto
/Mimosa está entre Suas Dádivas)
É que ilumina a Meia-Noite
Amantes por Amor a Jogar
Celebram em Teu Nome
Também cantam a Música
E derrubam os Templos Restantes
Seguras o Meu Retrato em Tuas Mãos
A Tua Carta de Mim Contra Mim
E Ávida vem ao Jogo
Todos os Amantes lhe sorriem
Toda Sorte de Amor em Coro
Apenas eu Guardo o Sorriso
Em Meu Espírito
O Adeus
O Teu Retrato
Em Mãos
II
Todos jogam
Quer os que saibam, que os Inocentes
A Inocência é Jogar Fora
Quem presta atenção vai por si
Sem Escapatória
Os Salões da Vitória
A Ninguém Cumprimenta (Miragem!)
Sem hesitar condenam
Quem não lhe repara
Ardis em Tuas Tranças
Paraísos Eternos de Almas de Toda espécie
"Quem quer cair queda agora perante a côrte
Aqui Brilha e reina a Verdade
Quem quer audaciar o enamoro de outras sortes
Um passo e apostas a frente
Todos que queiram ser Afortunados
Se ofereçam tais servos e adoradores da Fortuna
Portanto, por Ela sejai então julgados
Vence melhor quem a si mesmo condena"
III
Um Nada Acontece
A Cortina Sai de Tuas as Mãos
Eu não registro nada
Siga as Miragens do Deserto
Minha Amada
Sigo apenas as Miragens
Meu Amor
IV
Ah! Bem-vindas! Óh grandes Almas
O Espírito que Rege as Navegações
Vos há em Disposição
A Cada um - Um Nome e um Destino
É certo que ireis a uma Cidade
Que desconheceis por hora
V
Onde os Banquetes caem a Disposição
Sete Jardins - A Diva dos Jogos
e Lua dos Poetas... Tu ao Centro
Círculos de Solares - Enlaços de Jardins
As Mesas e as Taças Cheias
Se perdem na Imensidão Daqui
Horizontes - A Negra Floresta
E as Disputas por glórias: Tudo Sem Fim
VI
Confesse todos os Teus Desejos ao Amante que não é seu
Já preparei Ausência de Nomes, de Quartos e Leitos
E Teus Prazeres, Movimentos e Passeios
No Fim: Não será a Mim
Não será a mim
Suspiras e sabes n'alma que sou fácil a Teus Olhos
Difícil de Sair de Teu Corpo
Adentrar onde estás
Uma Pausa para Pensar
Teus Lábios de várias cores
Tomadas a Força dos Dias-Noites-
De Tua Solidão-Sedução e do Ambiente de Flores - Venenos dos Perfumes Mais Frescos
Tu me perfumas e logo obedeço
A Tua Maldade
Teu Semblante com Intenções de Mal
Sem Disfarçar / Pronta para Matar e outras obras
Os Mistérios te antecedem
A Fama é apenas Fama
Já que Diabólica - Teu Nome Femina
Lança Boatos a Irrelevância
Enqüanto as carnais mentes ardem com tuas chamas
Afinal - ponho tudo a perder Para te tocar toda
Vou Delirar antes as Cinco Luas e as Tuas Infindas faces
E então perante as glórias do Prazer
A Desafiar todas as juras com ganas de esquecer
Um ter que ir é cravado em minha alma Nauta / E vou
"Nada dura para sempre a não Ser que tudo muda sempre"