As máscaras da Morte
Não são disfarces
São celebrações
Revelemos nossa face
Saiamos do esconderijo
Porque quem se mostra é digno
De colocar estes adornos na face
Colocar na Face
Que não seja mera abstração
Quando falar das Mortes
Seja o que és
Ainda que não tenhas nenhuma outra solidão
Para lhe contar todos os teus segredos
Colocar na Face
Colocar na Face
Cantai
Colocar na Face
Demonstrai
O que és
Seja vossa máscara
O que não é e o que não será
Sejam em vossa celebração
Que o Futuro dançará com vós
Numa Vez - Na Inexistência de qualquer Temor
O Temor dançando com a Inexistência
Celebrações da Morte
Celebrações da Face
As Faces Beijadas
Os Amores Libertos
Os Segredos em Profusão
Em êxodo para o Cemitério
Para aguardar em Amor
A comunhão com aqueles que lhes pertencem
Não há mais tempo para sonhos eternos
E menos ainda para cessar os olhos sem compromisso
Com a Travessia longa que se faz
Com as Mortes que cuida de nossas Vidas
Vós de olhos que não são fechados por ira e nem por paz
Conhecei o Mistério
A Morte cuidando da Vida
A Vida jurando a Morte
Amor, Amores Infindos
E um a um
Os cumprindo
Que o Amor e a Morte
São Dois Amantes no Parque
São uma só Natureza
Em Liberdade
Navegai por sobre as relvas
Voai por sobre elas
Com tudo o que vós agora sabeis
Que cairá uma chuva
Uma única chuva
Com a Saudade que se dá
Quando separamos pelo que sabemos
Duas Eternidades
Esta é a Chuva
Esta é a Final Celebração
O Despertamento tal como sonhou o Sonho
A Escolha tal como foi esperada pelo Destino
As Máscaras Voam