quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

XII

Adeus
Isto não é o Fim

Caminhos em Venazia

I...

Não é a Lua adequada para se dizer palavra alguma
Para que tenha queda final em algum escrito
Mas... eu posso encomendar a minha alma uma volta
Que me traga a leveza de uma Lua que se foi e que está

Além daquelas montanhas
Há estradas porque eu creio
Sinfonias em Tom Escarlata
Dedicadas as gentes prometidas a Atravessar
Deusa dos Momentos

Eu deveria escutar Permanecer
Deidade em mim
Mas eu amo o Amanhecer e o Anoitecer
Em Atravessar as Deidades se Libertam
Nascem
Longe da Escuridão-Disfarce
Onde se escondiam e se confundiam com o Deus do Amanhã

Meu Futuro e o meu Destino
Escritos pelo Deus do Amanhã
Em oração ao Amanhã que legou a sua Deidade em empréstimo
Eu confio ao meu coração que está Além
E que chegarei a ele - Prometido, Esperado e Iminente Tesouro
Na Porta que vejo e num Caminho que em caminhar desconheço
Tais Bênçãos ofertadas pela Deusa Atravessar
Recomeço e Canção das Gentes Buscadoras de Seus Corações

Eu canto...

Eu ouço...

Além...

Sinfonias em Tom Escarlata

II

Trovão vai Suave
Neste caminho que eu possa vir a desejar
Infindo Caminho, Infindo Caminho
Não tão Infindo numa Canção de Fogo

Então... Até o mais longe que minha alma e meus olhos puderem ver
Levando estas distâncias por favor a Besta dos Pesos dentro de mim
...Num fim da estrada e do sonho
Você irá viver dentro de mim tal uma Crescente no Espírito do Rio

- Então leva-me adentro
  Ao Seio de Sua Manhã
  Eu posso ler a sua Mente
  Leva-me
  Para poder entrar em Seu Rio
  Apenas por agora eu posso ler o Seu Coração

Junho ou Maio... É ainda um Talvez
Desfavorecido pela Deusa Fortuna, infelizmente, eu não posso atravessar aquela Montanha
Para encontrar meu Coração em seu lugar
Tal um crédulo desesperado tentando alcançar o Luz do Diabo

Mas, em desdém aos esforços que fiz
Portas de vento sequer se movem
Mas ao mover meu coração do lugar eu posso ver
Você tornar a sua face para mim de alguma forma
Então eu irei encontrar o seu lugar e a sua Luz
Quando feito, eu me desfizer ao Seu Lado

- Então me tome
  Para dentro dos Mistérios de Sua Manhã
  Sua Alma e Seu Corpo eu posso ler
  Leva-me para dentro de seu coração
  Faça-me atravessar sua porta
  Apenas por agora eu posso ler a sua mente

Eu termino por encontrar
As Estrelas das Nuvens Desvanecentes
...
As Nuvens Desvanecentes

...

- Então leva-me adentro
  No Íntimo de sua Manhã
  A Sua Manhã
  A Sua Manhã
  Adentro
  Eu posso ler o seu coração
  Leva-me
  Oh! Leva-me
  Eu poderia ler
  Mas leva-me, leva-me
  Leva-me para a Sua Nuvem
  Eu posso ver seus Sinais

É uma Infinda Lâmina de Vento
Este caminho a você que eu mesmo fiz
Mas tão infinitamente quanto eu puder cantar
Eu irei encontrar a sua porta entre milhares de milhares de nuances da Escuridão

Eu Sonho e sonho
Até eu sonhar para não mais
Encontrando e Perdendo Você
Numa Mais Doce Dor de Morte
Mas isto me dá um esperança Ainda
Que eu sei que nunca irá morrer
E está é a minha Astronomia
Para suas outras milhares de milhares nuances de Luz
Então este Cântico não irá me perturbar mais
Tão melhor eu sonhar e tão melhor eu puder ver
Eu irei encontrar a sua Face no Sempre-Mais
Minha Dama Fantasia

III...

-...!

- (Sussurro:) Olhe para o SOL ABAIXO...

IV

(Eu encontrei tão Bela Dama
 Que canto algum a ela me atreveria
 Dar de beber das palavras
 Apenas sozinho eu não poderia...

 É neste instante que eu derramo as minhas lágrimas
 Quisera destas lágrimas extrair alguma palavra
 Mas não é possível, a esta Dama não é possível
 Que ela não é a Rosa que se dá
 A um Amor fácil
 Tampouco de sua Taça
 Pesará alguma coisa a mais nos Lagos do Amor
 Que o Amor e ela tem um Pacto
 Esta Amada olha o Amor tal uma Igual
 E em ser Igual nada a ela se compara
 Nem o Amor...

- Amada, Amável
  Bem sei que Amas tão bem o Sol e tão bem a Lua
  Que Brilhas Bela, que Brilhas Séria, Brilhas Suave
  Que Brilhas Juntamente com as Estrelas e estas Celécias
  A Amada em Delícia
  Amada do Sol e da Lua com um Mistério

  Amada, Amável
  Amor Belo, Delícias do Amor
  Amável és entre a Lua e o Sol
  Amável és
  Lua e Sol
  Entre Amor de Amores do Templo que floresceu em seu Jardim

 Se ela desejasse receber este Amor
 Nada mais me importaria
 Agora devo achar meu caminho de volta
 Dentro do meu pranto
 Olho para ela e quisera que ela fosse o Destino
 O Destino há muito de mim desaparece
 Eu quero meu caminho de volta
 Amar o Amor a Ela e nada mais me importa)

(...)...
(...)...
(...)...
...

- Erga de teu pranto companheiro
  Erga-te para cantar dinamente o Amor primeiro
  E sendo assim tome minha mão e vamos
  Te acompanharei em tua Jornada
  E em teu amor por Ela eu me ajuntarei com tuas Palavras

- Bendito Companheiro que me ampara
  Nesta hora mais que Amarga
  Que o Amor tal olhava para mim assim o tempo mostrara
  Mas vejo que agora me olha diferente
  Pois me abençoa com a Vinda de Ti Poeta Verdadeiro
  Querido do Amor e das Sacerdotisas-Mor
  E se assim é
  A Hora Amarga é Prenúncio Doce
  Para começar a secar o pranto do Rosto
  E deixar fluir o Rio do Coração
  Assim nos virá as Palavras
  E assim subirá até ela a Canção
  Pelo Amor seremos brindados
  E suas Sacerdotisas aceitarão a nossa Oferta
  Que dignos fomos em Ser Amantes e Amados
  Por aceitar os Projetos Primeiros da Mente do Amor
  Pareçam Contendas ou Pacificações
  Sejam Amor, sejam seus trovões
  A nenhuma Flama de onde está
  Perdemos de vista

- Agora toma então no coração a centelha
  E incendeia! Incendeia!
  Que é tal o Vestido Escarlata dela Passar
  Por nossos bosques, nossos mares
  E nossos Pomares no Deserto

(Suas Mãos rápidas
 Dão a Música para quem precisa partir)

(Ela Convida
 E quem é Amante
 Pode Abraçar a sua Amada)

- O Amor que passar por estas Florestas irá se agarrar a Ti

( Nos Bosques
  Os Orvalhos irão cantar
  Para quem estiver no caminho do Amor
  Na iminência de encontrar sua Amada e confirmar o desejo dos Corações
  Atentai! Atentai!
  Atentai para vossos ouvidos!
  Forcejai! Forcejai!
  Ainda...)

  Nestas Florestas
  Andei e Andei e encontrei um Sol que só brilhará a Ti
  E se tu passares por perto a trajetória será a Ti
  E quando chegares onde queres ele irá te Servir

- Daimon será Chuva | Sinto as Gotas
  Dama Verdade, Dama Verdade

- Serão a Ti todas as Gotas que quiserem precipitar por Amor

- Eu sonho com Divindades a haverem Fragmentos das Tundras Azuis em Montaria | Fragmentos de Fragmentos | Infinitudes de Infinitudes| Deidades!
  Você é a Dama Principal a qual o Amor está a fitar enquanto você está a Olhar para algum Lugar
  E eu acordo com o Alto Sol do Amor brilhando em sua Direção
  Amizades e Deleite Iluminado - O Jardim de Flamas
  Dama de Fogo - Dama Flama

- Encontrar o Amor Eterno... Maior obsessão é encontrar o teu olhar

- Eu acordo ante a Chuva e para Ela
  Dama Paisagem, Dama Movimento
  Eu sei o que o máximo Desejo está na relva em que você deita seus Pensamentos

- Espalharei reclinos de amor, espalharei cinzas azuis e nenhuma porta irá se fechar quando nossa ventania soprar contra tudo com grande fúria, mas não toda ela que porção maior dela retornará para nós Dois

- Eu queimo-me em sonhos finalmente
  Dama Sonho, Dama Desejo

- Certamente Maior Amor há em Teu Maior Desejo, Dama Minha

- Quando olho para teu olhar sem fim eu me apresso para teu Amor
E sem fim partimos em Disparadas que nem as Estrelas ousaram

- Você é a Noite
  Além das Trevas Sem Fim e da Luz Viajante
  Você é a Dama, Eu vejo
  Transformando Fortalezas em Fantasia
  Transformando Fantasias em caminhos para quem ama entrar em Seu Sonho

- Certamente és a mais Bela, a qual meu amor espera, Ante a Noite do Despertar e a Manhã de Caminhantes. Certamente meu Amor que atravessa os Campos-Templos do Sol, chegará a Ti, minha Amada! Deusa da Noite! A Manhã Gostaria de haver para ela o Teu Nome!

- Eu estarei esperando nas Montanhas
  Um Amor e uma Promessa... Ainda Caminhando
  Que eu irei atravessar o Paraíso e lá não irei parar
  Até ver você Dama Paraíso onde eu verdadeiramente irei repousar meu coração

- Todos os mais Doces Perfumes dos Jardins levam a você
  Assim como os mais Altos Momentos do Amor têm a Sua Face
  O que eu compreender do Amor eu irei dedicar a você
  Todos os Acontecimentos de Amor eu irei viver por você por todo Atravessar de minha Vida

- Cantando e Dançando para um Amor que nunca irá Cansar
  Contando tempo e Tempo - Colhendo Eternidades dos Momentos em seu Jardim
  E enquanto meu Amor puder cantar e a Vida ao Seu Lado Dançar
  Amor e Vida - Vento e Asas - Eternidades e Momentos - Tudo ao redor irá celebrar a Chance - E eu irei fazer uma Canção para o Destino - Mais um entre seus Amantes Apaixonados
  Outro Ser vivendo dentro do Sonho de meu Coração - Encobertado

- Daimons! Voêm! Iolet! Iolet!
  Dama Paisagem-Maravilha! Dama Refúgio dos Sonhos
  Eu irei reclinar o meu coração perto de você
  Sabedoria do Amor eu irei encontrar Dançando Peito ao Peito a Noite que Você É

- Iolet! Eu não esqueço que os Céus estão Vazios
  Quando nós bebemos da Essência do Amor de Nossos Jardins
  Eu irei levar para ti a sua Taça e irei preenchê-la
  Meu Coração eu irei preencher com Você
  O Amor virá para a Sua Liberdade Favorita - E nos Campos do Jardim nós iremos passear e desbravar
  Dançando e Sabendo - O Segredo dos Céus que iremos Proteger
  Que iremos haver uma Filha do Céu destes
  Que irá crescer no meio de Nosso Amor
  Visitará os Céus Acima
  E os Segredos estarão contando por Tempos incontáveis

- Noite Tal És
  De longe Beleza de Belezas
  Eu sei que você tem meu coração desde o Início
  Até as Estrelas de minha alma Além
  Sustentadas por suas Mãos
  Libertadas por Seu Beijo

- A Mais Bela e esperada de amores e amores em tempos de tempos! A Mais bela! Minha adorada! Venha ao amor em meus braços! Desde que teu olhar no meu olhar colocou em mim o Amor, meus passos não conhecerão outra Dança que não a tua! Dançarina! Sonho-Mor de Amor das Aves que voam e das gentes que sonham.

(As Solitárias Aves
 E os Solitários Sonhos
 Encontrarão aquela Amada
 E toda harmonia de seres se dará
 Em torno da Dança dos Abraços dela
 Que virão como ondas
 As ondas que serão mares cada um delas
 E todos os mares e amares serão daquela Amada)

(Olhos desvanecentes

 Abrigo para os trovéns

 Areias rasgam a Noite
 - ... Acima!

 Rosa Azul

 A Sinfonia Azul

 Ela dá o Toque de suas Mãos
 Então
 A Sinfonia Azul acontece
 Assim foi que aconteceu ao Amor
 E deste então
 O Amor não sabe mais exatidão
 Quando olha para Aquela Amada)

Redemoinhos

"O Besouro não sabe voar porque não sabe cair"

---

"Na Inocência ninguém tem medo do Prazer"

---

Sentimentos enganosos só o são porque já foram sentidos
No sentir ninguém se engana
No sentir se ama
No sentir a salvação da Mente
No sentir O Retorno a Origem
No Avanço

---

Animal Esplêndido
Fera Insuperável
Inimia Inalcançável
A se fortalecer com minha vontade de te combater
Te deixar partir com as multidões
A pouca ínfima parte de mim
É selar a nossa paz

Não-Amor - Eu Te Culpo

Se me perdoas
Matas a minha história
Se eu te perdoo
Esqueço a tua
Não haverá perdão
Não haverá esquecimento
Do que o Amor fez por nós
E contra nós

Não negues teu orgulho
Não negues meu lamento
Assim não perderemos o meu e o teu
O Nosso que não damos conta de assumir

Não culpes as outras gentes
As malécias de nosso amor
- A Culpa é tua!
Diga na minha cara!
Seja a tua fúria contra mim!
Não dê a verdade de teu amor
Para mais ninguém
Que jurei amar o teu amor
Por completo
Com fúria
E com letal brisa

Há mais ninguém nossa culpa e nosso não-amor
Nós que éramos os Dois Amantes no Parque
E mais ninguém
É nossa a Dor
E de mais ninguém
Não darei de meu grande amor
Aos diabos e aos pedintes do caminho
Minha malécia junto a ti
É meu maior tesouro
E se rejeitas, fica para mim
E para mais ninguém além de ti

Nós somos os Dois Amantes no Parque
Nós somos os Dois Amantes nas Trevas

Nós somos os Dois Amantes no Parque
A Jurar Solidão um ao outro
Nas Juras-Prisões que nos sentenciamos
Em beijos banqueteadores de prisões
Ávidos, Ávaros e Amargos
Insaciáveis e insaciando-se um do outro

E se acaso perdoas de nós as nossas culpas
E doas as nossas culpas aos outros
Em espírito de caridade obscura
Eu...
Eu...

- Não te permito!

Não Serão.

Não serão outras Qualquer Uma
Para que você seja a Uma

Seja assim

O que tu és é o que tu és
O que sou é o que sou
As demais coisas são
As demais pessoas estão

Estar é ser
Estar é ser

Graças!
Graças!

Não-Credo

Eu não acredito na
Metamorfose do
espirito e no
sopro do pão yo
no creo no
creddo non.
Goso controlo mundo
metamorphosae
metamorphoseae

Eu não acredito
Na Metamorfose do Espírito
E no Sopro do Pão

Eu não acredito no Goso Controle do Mundo
Na Metamorfose da Terra em Pão
Eu não acredito não
Eu não acredito não
Pão e Controle - Mundo

Eu não acredito
Na Metamorfose do espírito
E no sopro do Pão

Eu não acredito
Na Metamorfose do espírito
E no sopro do pão

Eu não acredito
Na Metamorfose do espirito
E no sopro do pão

Afastai de mim outros credos
Em Oração

Atos de Amor a Amada que se foi

I

Não tenhas mais dúvida
Digo a ti com sinceridade
Na linguagem formal do Amor

O Livro do Amor que lês
tão bela pelos Campos
Pertencem a mim

Que nada e a ninguém
é dado o direito de dizer
As palavras maiores de te Amar
Que não eu

Vás minha Amada saboreando Amor Zeloso
Que os Céus enviaram o Paraíso
Para habitar o teu sorriso
Eu o ouvirei quando cantares junto as tuas dinas companheiras

II

Quatro Damas se abraçam
Vibram o Amor
Todos que guardaram Amor no coração
Ouvem altissonantemente suspiros
e Marcham nas Ruas para declararem o Amor

A Grande Amada
Benfeitora de todos
Ouve: És nossa Vida Querida

A Bem Amada diz:
Estou contente de vós no coração
Dançai agora que já vos cantarei

III

Sorrisos e giros
É o teu Amor ventando para Mim
Como amar as canções sem ter fim
E escalar montanhas com Brisas fáceis

Se o Horizonte é Azul
Cheio de Flores
E teu Semblante concentrado
Contempla, mergulha, adentra

Não demorarei a declarar
meu grande amor
Mas não direi quantas
músicas sonhei até
chegar onde finalmente
te encontraria
Tu saberás - Quem sou
E como suspiro de Amor
No Silêncio do Beijo
Na Sinfônia dos Beijos

IV

Vita!
Que se pensará
Se não convidar este amor
A rapidamente entrar

Encanto! Entres agora também
Um lugar ao tranquilo inflamar
Tens por direito
E mais altissonantemente cantas
E cantarás
Ao perguntares:
Quem é ela?
Quem é ela?

Verdadeiramente é diferente
O Amor que cai no peito
As mãos a se tocarem
Levemente impondo ternuras intensas
Sentimentos e Natura
Abrigada por buscadores
Quem amam
E agora lhes vai
Entidades e Divindades
Que vão em Prazer
Lhes fazer Companhia

V

Eu creio que Amo
O Amor com que te amei
Eu creio que esta Romaria
Me levará a Roma
Aos teus Palácios
O Amor em seu Colo
Abraçarei
E em mim abrigarei prazeroso
O Amor em que te percorrerei

Queira Deus fazer os Campos mais diminutos
E o Amor Maior
Para te encontrar mais e mais vezes
E só percorrer grandes distâncias se estiver ao seu lado.

VI

Eu bem que queria dizer ao meu coração bardo
Que é hora de dormir
Mas a cítara de teu Amor nos canta
Eu Melodia quero sonhar-te

Bem que as gentes prudentes
Disseram-me para sair daqui
Mais o Amor me lançou
na Imensidão onde estão teus prediletos
Infinitos Campos Bonitos
Retirar-se para longe é ainda amar mais
Não há como sair!
Assim quero!

VII

Que o Amor nos guarde
Dentro de Seu Cântaro
Lá velejaremos o Mar
Fluiremos Rio
Sairemos Chuvas

VIII

A Poção do Destino
Nos Possui
A chama do Amor
Nos liberta

Transbordar de Amor
é abrir as fronteiras do Destino
É transgredir seus desígnios
Carregando sua bandeira

Apenas Amantes
Encaram o Destino como iguais
Apenas Amantes
Beija-o Face a Face
No Rosto de quem ama

A Eternidade fácil
Suspira com os ecos
do Amor destas Gentes Amantes
que amam

Irão brincar os Fragmentos do Tempo
Divindade reconstruída em meros Festins
Se amarão, se dirão sim
Tempo, Destino, Eternidade
Serão convivas desta Festa
Assim estão transformados
Todas assim dançam
- Libertação!

IX

Dizem muitos que se pudessem voltar ao Passado fariam tudo de Novo. É exatamente isso o que eu fiz.

X

Ela estava tão pequenina
Deitada no estrado da Relva
Meditando nos Amores e em seus truques
Pagar o preço Ainda...

Ela está pequenina
E canta todas as suas conclusões
Pensa em entregar seu abraço
Quando Lembra do Destino
Pede Proteção - Lança sortes
Vê os abrigos caminharem e a Chuva a sorrir
Tudo e todos - Milhares de Milhares
Ela não conta
Sabe de cor
Conhece cada um
Que ilumina
- Ela canta

Amantes aos Milhares - Amor Um
Com pode ser isso?
Se a Luz Solar pode ser leve
A Divindade Verdade
Ela pode amar ainda mais
Ela já saiu como quem veio de sua leitura favorita
Levantou-se de seu recanto favorito com Inspiração
e Amor no olhar em direção a Vida

Quem será? Quem será?
Que ela irá escolher para amar?
Quem ela levará para seu Jardim Amado?

XI

Amadas Amigas!
Alegrai-vos e venham a mim!
Vamos dançar

Dancemos ao Redor da Grande Mesa
Lá há uma Dama mui querida
Que nos quer muito bem

Cartas e Maravilhas
Dançam e Voam entre nós
O Amor que estava guardado
Ouve a Melodia por uma porção de Tempo calado
E depois não consegue mais se dominar
Se põe a voar abraçado a Melodia

A União da Melodia e do Amor
Nossa Celebração agora é Comunhão
De toda gente querida
E todo o Mundo acolhido em nosso Seio

A Noite desce a Nós em forma de Lua
E abraça todas as irmãs
Nossa alegria e felicidade
Nos transborda de momentos
Que nos acaricia todo o sentir

XII

Uma Pessoa Hilária
Adentra o Jardim do Amor
Ora? Quem há de atender
Tão ilustríssima pessoa?

Rosas de Sol com a Felicidade
de todas as gentes traz
A pessoa hilária ilumina o Jardim
Cerimoniosamente
Generosamente
Veste uma Chapéu de Sol
Ilumina o Mundo... A Vida
Faz a Recepção em Nome
da Pessoa Querida
Depois recebe a Si
Com a Recepção que preparou na avenida

As Multidões curiosas se
ajuntam ao Redor do Lugar
E em cora cantam:
- Dançando! - Dançando!
As saias começam a girar
A Pessoa Hilária se
aquieta - Depois vai a um
esconderijo - Por fim revela
Os Tímidos Amores que lá estavam
E no último gracejo diz:

Os Meus Passos Dançantes
Permanecerão em Descanso
Até o Amor dançar

Então Amores se encontraram
Com as Bem Amadas
E a Pessoa
Mais Amada foi a
Pessoa Hilária
Que encontrou onde estão
Os melhores gracejos
E o lugar onde para sempre
irá ficar.

XIII

Brilhe Bela Dama
Brilhe
A Vila Primeira
E o Rio que Amor por você Declama
Só têm uma coisa para lhe dizer:
- Brilhe

Brilhe Bela Dama
Brilhe
A Noite resolveu despertar
estrelas para você
O Amor não para de lhe procurar nas redondezas
Apenas uma coisa a fazer:
- Brilhe, minha Dama. Brilhe.

Leve o Estandarte
de seu Amor entre as gentes
Dance simplesmente
Que essas gentes anseiam
por construirem um Mundo
O qual possam se unir
em Seu Nome e por seu Amor

O seu Amor - Não negue
Não negue - As Estrelas
brilham por você e têm cuidado
De seus caminhos
Sabem as coisas que traz a sua Sorte
- Brilhe Dama e Bela. Brilhe

XIV

Meu Amor
De Agora
Quero teu Adeus
E você junto a mim
Sou indiferente a Noite
Só quero saber de Ti
Perto

Só quero saber
De ver o Mar ondular teus cabelos
Em minha direção
Ao meu Coração
Não tardará
Até toda a noite nos pertencer
Eu te quero
As estrelas cadentes ou os fogos artifícios
Não são nada
Ante ao que sinto
E ante ao que tu sabes fazer
Criando Estrelas
na ponta de teus
Dedos
E trazendo-os ao teu quarto

Que é o Mundo para mim?
Se não for conquista contigo
Que é este Mundo? Se
não for uma canção Azul
A qual possa eu e teus
cabelos cantar para ti óh Musa?

Se tu não sabes óh Maravilhosa
Óh Bem Amada
Eu irei fechar meus olhos
com a Manhã
Depois de haver confiado
a ti
Todo o meu Amor

Por Ela

Por Éhla meu amor de eternidade
Por Éhla Sim
Por Éhla eu vou

Sinto os Campos por onde passeio o meu Amor

Por Éhla meu amor de eternidade

Tragédia

I

Nossa Sinfonia
Não foi ouvida
Por Agora e Nunca

Algo aconteceu
De repente eu não fui
E você desapareceu

Uma estrela caiu
A Escolho foi atendida
O Desejo não

Agora e Nunca
Deuses Efêmeros
Se eternizaram em nossos corações
A contra-gosto foram adorados

Não caberá a outros deuses
E outras gentes circenses decifrar-nos
Nós sabemos de nosso crime
Onde e como desertamos

A Sinfornia escrita
Tão linda
Aguarda Resposta
Que viva outros Amantes
Aquele nosso Amor

Eu na minha última Crença
Iria Peregrinar em tua cidade
Mas um Anjo se aproximou
(Se caído ou divino não sei
Sei que Anjo Era)
E fez uma Oração por mim
Dúvidas
Fontes em mim se abriram
Fluíram
Restando-me apenas a fé

Assim escrevemos
Lado a lado
A Tragédia

Dia a Dia
Piano a dois

A caravana passou
a música
se salvou

II

"Você já foi Amada por um Cigano?"
Sorriu a Donzela
E depois de cair em si num semblante sério
Veio aos meus braços a Mulher

III

Canto da Esperança:
"Amor meu se fez em mim
 Mais Forte ao ouvir
 O Encontro dos Sons
 A reunir nosso afastamento
 Vamos encontrar nossas canções
 Aqui na casa de minha irmã mui querida
 Contar as Estrelas que ouvirmos
 Ter fé

 Depois pela Praça caminharemos
 Ensinaremos as neófitas gentes a aspirarem por Amor
 Qual é a grande Altura que o Amor vibra
 Ah! Receba a carta minha
 Tal recebesse o meu Coração
 Tudo novo, tudo diferente
 Agora nos Amaremos tal deve Ser
 Amor faremos até o Amanhecer
 Amanheceremos e Anoiteceremos
 Amantes
 Até o fim de Nossas Vidas"

IV

Olá!
Estou feliz que estejas aqui
Estou feliz que as Pétalas mais doces
Possam ser sopradas ao coração

V

A Esperança de Amar
É um Sonho
Sem Comunicação

VI

Eu sou
Amante sem Amada
Vento com Direção ao Mar
Rio para adentrar abaixo da Terra
Co'a Fonte na Taverna

Você diz:
"Você é uma Falta
 Um Monumento erguido da Desgraça
 Como Presente-Castigo do Destino"

Disse bem porque você disse a Verdade
Mas é por estar ali amando
Ao invés dos amores que amei perseguir
Que eu repouso o coração na Liberdade
Sem mover a Livre Escolha de ser lugar
Que em outro passo se tornaria Prisão

VII

Liberto-me
Peso e Escuridão sou
Desço por Natura
Queda Final

A Sedução escura
E Intensa a Brilhar de Tua Vida
Fere meu olhar e o retém em Teu Encantamento
Quando passo pelo Vale de Montanhas
e mais alta paisagem é o teu olhar
Mas é a minha pesadíssima alma
que conduz meus passos
Ordem cega
E faço a minha Passagem
A minha peregrinação
Até enfim chegar no Templo
Suspensão de todos os sentidos
Estrela
Palavra Final no Lugar da Oração
Você no coração da Imensidão
Labirinto Interminável
Tua Procura na Memória
Teus Papiros / Minha Amada Rival

Desde então
Luz, Azul e Amor num Vestido
Estrelas Ainda...
Para Irmanar-se às Trevas Aqui

Sou Guardião deste Templo
E desta cor definitiva da minha escuridão

VIII

Na Avenida Desconhecida
Onde iria encontrar você
Lhe encontro

E não sei como nomear seu beijo suave
É outra palavra que lá me escapa
É mais uma dor da minha exultação
De Dois Amantes a se amarem fortes
Ventos ainda...

Nós somos estes Dois Amantes
As vezes creio
As vezes anuncio o Segredo

As vezes creio...

Todas Estações aqui
A Você Pertencem Primavera e Verão
A lhe cobrirem de Margaridas
Sobre a cama de Folhas secas da minha Vida
amo você ainda - Olho para você com Desejo e Despedida
Lhe abraço e colho mais um de seu beijo inominável

A mim cabe Perseguir a Melodia de Outono rara
A Estação não escolhida
Não-Caminho para você e para mim
É a minha alma

IX

Sabíamos o que seria
Por Razão na intuição
Se a Palavra Maldita
Dito que dever permanecer por razão oculto
Ecoasse aos seus ouvidos atentos

Você me entorpecia
Serpenteava com outras palavras
Saía para dançar com meus ouvidos
Até que desejoso
Enebriado, louco em êxtase
Disse o dito proibido
Você executou o ritual da libído

Na Queda Inevitável - Seu Corpo Inevitável

Que me livrará deste amor?
Que você há de me atirar mais e mais
Impiedosamente

Impiedosa Bela
Inimiga Amada
Negar o Amor quando você está por perto
É um sacrilégio
Tanto quanto acreditar que você facilmente me ama
Quando enfeitiçado sou por sua magia que duvido

Que não exista Amor
Sabedoria fácil que não
me Salva de você

Amante de pôr final ao meu Amor
Prolifere as chamas agora
Que talvez eu me salve depois

X

Flor da minha Escuridão
Era sobre era meus pensamentos desfaz
Adentra em mim Sua Sabedoria

A Mentre contra o Tempo
Enfim aprende
Seus fragmentos são levados por este Rio
Gotas serão, enfim

Flor da minha escuridão
A chave que me abre as portas
Quando o Nada contemplo
Estão em suas mãos

Bela Dama
A me salvar de afogar em Palavras
A inspirar em mim a Provisão de Silêncio
Salvação de meu Ar
E artes do Fôlego
Ah! Quão bom foi ter lhe encontrado
Você que há muito encontrara a mim

Você é a Arte de meu Tempo
Eu que deixarei de ser
Apago a Luz e o Espelho é só Espelho
Quando é a Meia-Luz
As Suas Pétalas Azuis enfim surgem
E passeiam sobre mim tal asas-Bonita
Irei voltar - Ressurgirei - Resserei
Depois da Visita do Mistério de Seu Amor

Estátuas

Ora Vós!
Gentes Vindas de renomear as estátuas
Óh! Que novos cânticos de liberdade trazeis
Depois de amaldiçoar e odiar quem
rejeitou a vossa peculiar forma de desfazer
o Paraíso

Talvez vindes cá perto
Para mil anos de só de Suas palavras imensuradas
imiscíveis e impesáveis
Para deleite da Deusa Sabedoria a vos contemplar
de longe | Apenas para haver-vos por perto
nas Distâncias Infinitas

Hipócritas!
Ah! Que é isso?
Novos Nomes para vós Criadores de Nomes
Criadores de Mundos Milhares
Fantasia tão Rica
Que esta Fantasia há de ser Fantasia Sozinha
Sem par para união de
Amantes de Quimeras de Vento
E panteras de areias ante o Mar

Ah! Obrigadinho por vossa visita
Agora que não importais
E se importais ou não
Eu vos afasto
Porque mais em frente Retiros da
Imaginação| Vos preparei Morada
Realidade adornada para Vosso finíssimo gosto
Que agora eu e minhas Amizades aqui
Ficaremos para assistir uma Inundação
Da Incessante Criação a vir da Verdade
Espetáculo dos Entendimentos nos Sentidos
E creio que não sois peixes-marinhos
E tendes amor a preservar vossas
casas de areias com zelo vital
Ah! Mais uma vez obrigadinho
Já vos vejo em partida ao Mar
Passar bem!

Rio de Ferro

I

A Alma Paralisada
Vaga
Em busca de Imensidão
Vinda das transformações no Nome
Procissão e Profecia
Obras de construção e Fuga
Que serão feitas

II

Rios de Ferro
Antes de Fogo
Dos Vulcões que vigiavam pelas gentes inocentes
E agora esperam

Almas guiadas como Alma
Nas palavras de Ordem de um quebrantado
Se colocaram nos Dentes de um Lobo
Que experimentado não será
Por seus caminhos de antes

III

Vague e Confie
- Voyage!
Reza e Silencia
As brutas artes ligadas a Vida

Faça a Vontade
Da Mágica Música não-vinda de
gentes Musicantes

Para seu coração
Dos papiros-música anticos
Lê somente a pausa
Dispensa os momentos
Esqueça os Instrumentos
E a História da Dor
Que sobre estes pesa

Te Amo Mais

I

Mais Silêncio
Mais Amor

II

Harpas caladas
Zelam em seus Corpos
Pelo Amor
E falam por mim a Ti
Quando minha alma inteira está em dor
Para exultação vigilante de teus passos

Eu posso tocá-la
E não emitir som
Nossos Silêncios subirão
Para levar Música aos Céus
Se parecer que as Nuvens choram
Assim como nós
São elas a se juntar
São elas a abraçar as Harpas Sagradas
Tal nós a abraçar as nossas lágrimas
Com Beijos Silenciosos
Leves-Valsas Lentíssimas - Trovões Mudos
Amor Intenso demais - Nós dois ajoelhados no
Altar sem mais ninguém a não ser
O Amor
A conduzir os Santos Ritos

Te amo mais
Quando abraças meu silêncio
Te amo ainda mais
Quando abraçada ao meu
Vens receber o Amor que de mim flui
Sem pausa
Sem palavras

Te Amarei

I

Eu não preciso olhar os Campos
onde amamos um ao outro
Eu consigo enxergá-los em meu Coração
E é melhor assim

Vou pensar em nosso amor
Como se ainda fosse fato
Ah! Meu Deus! E de fato não o é?
Quando deixou de ser? Em nenhum minuto
Ah! Meu Deus! Deus meu
Quando me custa esta Querida minha que criastes
Mas não quero que findais minha dívida nesta Sina
Misericórdia vossa é deixar que me
custe cada momento de amor alto que
devo pagar
Quer seja tudo o que eu vou encontrar
Ou menos
Menos que nada

II

Escurece
E eu consigo compreender
o seu amor plenamente
Recuso luz e maior entendimento
É Simples e o horizonte é plano para se ver

Que Difícil arte de amor
submetemos um ao Outro
O Simples Desejo - Nosso Guia- Em aspirar Sabedoria
Lançou sobre nós estratagemas infindas
Enrodilhamo-nos em tramas
E custoso amor fizemos
A nada reduzimos o conselho
das gentes sábias
Para amargarmos brasas
Que lançam as palavras por terra
Só as palavras encravadas no
Peito por violência de Amante
Fizeram nosso Livro
E aqui agora estamos
Lado a lado lendo
Em busca do fim
Sem frear A Mão impiedosa que
escreve

(Verdade...
 Por fúria e prazer nos vende
 Entrega-nos com fúria a clave
 da justiça
 e prazer de insânias
 em recompensa recebe)

III

Vou te amar tal um Vento
A Soprar por tua vida
Sempre ao Redor
A entrar por tuas narinas
Na Tua Inspiração retornar

Eu vou te amar
Por sobreviver tal um Amigo
A zelar pelo teu bem
Nos Amores que deves passar
A chamar Amizades por Ti
Das que se interessam das razões amorosas
Para escrutínio teu
Para Ao teu redor cantar
E celebrar tua Alma
Sendo Rios a banharem-te de Alegria

Eu quis muito ser alguém
Que te fosse um não-estranho
Podendo se aproximar de quando em quando
Teu olhar profundamente
Contemplar
E no momento do Amor
Teu olhar ver de longe
Longe
Calado e Presente
E Livre

Vou te amar Sim Querida
De todas as formas que quiser
me mostrar esta vida
Direto de meu coração ao teu

E quando tudo tiver fim
No eclipse seremos almas libertas
E voltaremos juntos para casa
E nos descobriremos como nunca

...Descobriremos
Como é um Beijo de Amor
Para Sempre

Onde você está

I

Quando vem no espírito a idéia
De que você me pertenceu
E que em um momento claro e verdadeiro
Você quis me amar e me amou sem medo
E a Descoberto
Eu enlouqueço
Eu peço que meu coração esteja
Onde você está

II

Voe fora
Voe longe
O Amor se esconde
Se não fugires agora
Depois não escapará

Voe fora
Voe fora
Já é eterno o Bastante
Se houver Crianças do Amanhã
Que elas ouçam falar deste Amor

III

Disse o Anjo

IV

Vejo formas de escrita antiga
E ponho-me a pensar
Como traduziam o amor as gentes sábias antigas

Se a tua pouca luz
Só faz aumentar as Sombras
Como quero que o meu pouco amor
Não faça aumentar as tuas dúvidas?

Paro e penso
Não seriam então as Tuas Sombras Coloridas
As que me atormentam vindas
de teu Amor brincante
Para que meu Amor Cresça
E que para você o Amor cante...

Ah! Tens a Sabedoria de quem
sabe andar com as Crianças
Apenas pensamentos-papiros
Ainda que com pássaros a cantar na
manhã não anunciada
Não poderão contigo

V

Eu preciso te deixar
Agora que sinto que vás embora
Eu preciso

Não imputes a mim orgulho
Ainda que maior seja o meu
Que lê e acompanha cada
movimentação do teu

Eu preciso te deixar

E estará tudo bem
Quando não está tudo bem
Sendo Verdade

Sangra-me as palavras
Que eu não gostaria de dizer
Se não ouvires como penso que se deve

Mas eu preciso estancar esta ferida
Eu preciso
Fechando-te meu coração com
extrema dedicação, esforço
e sacrifício, eu preciso!
Ainda que fechando-te a porta quando gentilmente
vieres bater a minha porta, eu preciso

Eu preciso viver, eu preciso

VI

Seja a Manhã anunciada
Em despedir
Seja abençoada
A Madrugada

XI

Fecho por agora o meu Livro das Decepções. O carinho que poderia curar minhas feridas esteve em tuas mãos. Fecho tuas mãos nas minhas feridas. Óh Corpo Incompreensível

X

Não é o Amor entre o Sol e Lua que está proibido. Tolices! Estão livres no espaço, se abraçam, se amam, cuidam juntos da terra. O Amor que está proibido é o vosso que aspirais a ser Duas Luzes Amantes que findariam as Luas e as Estrelas. É o vosso amor e não outro pelas deidades proibido, espalhadas pelo universo para servirem aos Amores de brilhos não-violentos.

Musa e Música

Eu te toco
Eu te nego

VIII

O Espírito da Morte faz invocações constantes aos Espíritos

- Vá! Revele o Amor que está escondido
A chaga maior da humanidade
O câncro que opera contra esta ao invés de ser a Luz do Mundo

Vá! Parta para o Laboro dos esforços além do que pensavas prudentes!
Vá! Parta para a seara das busca desesperadas
E a senda dos encontros!
Sem encontrar nada que é buscar diligente
E a tudo abraçar sem deixar partir
Que nenhuma sorte de encontros moderados faz bem ao coração
Revela-te! Revela-te!
Revela-te tal eu me revelo sem face
Ame com firmeza, tal eu vos amo!

VII

Hipócritas!

Dêem de ombros e vão embora
Eu e minha Amada ficaremos
E partiremos ao amor um do outro sem demora

VI

Não serei eu o Jardineiro do Amor Cortado
Destas Plantas que crescem para se cortar e despedaçar uma a outra

Não tenho mais pacto com o Jardim Suicida
Irei cortá-lo cada vez mais de mim
E Florescer num Caminho longo e demorado
Sobreviver

- Esteja afastada daquelas... - Um segredo de Amor Guardo

V

Dançar tal se fosse uma noite no Egito
Uma Última Noite

IV

Não espere
Não esperará o Amor
Quando por tanto tempo
Este já esperou

Eu avisto uma Poetisa-Bonita e ela vem
Ela está a cantar Cânticos de Amor e Amor
Não ouse se apressar
Não ouse hesitar

Não espere
Não esperará
Quando por tanto tempo
Ela cumpriu sua espera

III

Ama-me com Fúria
Óh Zelosa de Amor

II

Todo o meu sentido pertencente ao meu ido
(que se quebre todos os meus sentidos de meu ido)
Até que se liberte tudo o que possa sentir

(Peito maldito... dizendo as lágrimas de meu peito... Calando as lágrimas).

Para que o Livro das Decepções seja apenas uma vez escrito.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Erro-Coragem-Amar

Se chamas minha coragem de amar
De erros a tua vaidade
Você não merece o amor que lhe apresento com coragem agora

Sou do amor
E não me permito me escravizar

A las flores

I

A las Flores
Sonho Avante
Demoras bastante
Num fogo eterno a queimar as pétalas
Que cobrirão meu coração inundado por elas

A las flores
Que haja coragem
O tempo agora urge
O tempo além devora
O tempo atrás agarra
Com as mãos
Minhas, tuas, suas
Mãos do Tempo
Apenas

A las flores
Passar bem a todo desespero
Passar bem
Arte Natura
Arte Naturai
Arte, Arte
Morte das Mortes
Que se guardam entre as Vidas
Que caçadoras de Morte serão

Ah! Canto Sublime!
Canto em que me enlouqueci
Entre outras obras de mim
Já aprendi meu ofício
Quero agora amar ou outro delírio
Senão desertarei o primeiro olhar
Que me cruzar
Visto que deserto nenhum
Virá me buscar
Abandonada das areias minha alma foi
Abandonada das areias - Eis o Decreto
Cala fundo na minha alma
A sentença universal de todas as almas poetisas
O fundo e o final de nossas vidas
Não serei condenado
Serei eternizado
No Eterno Julgamento
E isto apenas
Para que não seja eterno o fim
que nasceria de uma eterna despedida

Não seja eterno o fim
Que nascerá da despedida
Iminente
Ponte Esplêndida!
Animal Sem Igual
Ponte das nossas vidas
Entre Manos de Adeus
Mão dos Tempos Ainda
A brotar de nossas vidas
Até que se revele as águas e os espelhos
Que nascem dentro de nós
Fontes dos desesperos
Onde Amantes a não Amantes
Vêm colher os Adeuses
Que brotam de nossas águas
Vêm dizer a nós
Nosso segredo
Adeuses tantas vezes adorados
Nós o templo
Vêm dizer a nós
O que tanto sabemos
Razão desta eternidade entre as portas dos fins
Desaparecer as Rosas
Esconder as outras Flores

Havia uma Criança em nosso Olhar
Ela era um Nunca Mais
Em nossas Vistas
Até o momento em que foi chamada por um abraço estranho que nos demos
Para ser nossa Visão

II

Haiá! Haiáh! Haiá!
Silêncio a todos os toques de amor
Declara! Declara! Declarai! Declarei vós Deidades de Fim
Deidades de Jardins! A Dizer a mim!
Da Alegria Esquecida das Flores!
A me consagrar uma divindade
Para ser devorada por todas as outras!
Ah! Flores do Esquecimento!
Flores Esquecidas!
Esqueça minha alma, dai minha alma!
Ah! Flor do Esquecer
Flor do Morrer
Impõe meu desaparecimento
Dai vida aos Campos!

Aíah! Aíah! Aíah!
Estapeada a minha cabeça
Até cair em mim derrota
Derrotado pela Queda
Queda! Ah! Mestra Vitoriosa!
Ascende a quem quer bem!
Descende de vós quem recebe tuas graças!
E quem não parece bem a ti!
Devoras as alturas
E se coloca acima delas!
Para ter a Vitória para ti
E desaparecimentos a quem olhares para dar a Desgraça
Deidade da Trapaça
Tua Irmã Ainda

Ah! Flor do Meu Ainda!
Eiah! Eiah!
Flor do Meu Ainda!
Amanhã que se faz agora!
Muda minha História!
Muda Minha História!
Dê o rodopio a Flor Desvanecente
De minha Alma a Rodar um Eternamente
A Dança em que sobrevivo
A Dança da Vida

Flor do Ainda
Das Histórias Transformatriz!
Rodopio de Um Eterno Desvanecer que se dá em favor do que está ao Derredor!
Sonho Avante! Agora!
Alma a Rodopiar Galante!
Dança da Vida! Dança da Vida!
Genialidade da Sabedoria-Diva!

III

Flori!
Floréi!

Tome as Flores
Divindades
Reinares

Reinardes
Queiras tu também
Que esta Flor custa a minha vida
A outra é a minha Vida
Estas Duas me mantêm
Amo-te agora para sobreviver
Até o Fim do Tempo
A Cair sobre tuas Águas
Que serão derramadas
Quando lançares o que há de cima enfim
Terminando meus céus
Terminando meu ofício
Terminando meu martírio
Para as Flores permanecerem
No Meu Jardim Eterno
A Mim Pretérito
Eu Ainda de um Nunca Mais
Ah! Jardim Ainda - Jardin Nunca
Mais! Mais!

Vou te dar minha Alma
Que se foi
Tome da Flor
Beba dos Orvalhos
E se por acaso tu te perderes na Madrugada
Beba do Último Orvalho que será a tua última lembrança de mim
Assim te encontrarás
E nunca mais tornarás para cá

Querida! Querida! Em Teus Pés
Já deixei a Flor de Lótus por Adeus
Estrado de Teus Pés
Porta na Terra
Para queda de minha Alma
Última Saída
Primeira Tua Avenida
Teus Pés Ainda
O Ainda de Teus Pés
Vinda! Vinda!
Bem Vinda!

IV

Alta Torre
Amor Inalcançável
Vou entre as Ruínas de minha Criação
A Última Gênesis
Para levar minha Alma
E depositá-la em tuas mãos

Amor! Amada minha!
Querida!
Que faremos de nossas vidas?
Desvaneça, desvanecer
Desvaneça isto
Seja a Vida
Seja a Vida, Vida!
Que assim tudo vai aparecer
Tu e eu
Desatados da Terra
Crias do Jardim de Eras
Feras a nascer do Nosso Fim
Começos Infindos

Jurei a tua Sinceridade
E a Cor Azulada-Glória
Que Teus Cabelos me fazem ver
Que serei fiel ao teu Amor Escarlata
Enquanto a Praça for Praça
De Quatro Poetas a Declararem Amores
Ao Público de Musas que não estão Ali
Num Aqui onde estão todas elas
No Aqui - Jardim onipresente de todos os Amores
Moradas-Casas
Palácios a Elas

Quero em demasia colher a Flor a Nascer de minha Alma
Para ter acesso ao Eterno Jardim
Onde guarda-se o Segredo de todas as Flores
Eu coloco as mãos em meu peito
E tu enfim sai em secreto
Com Salvas de Palmas do meu coração
Cantando o Sim e Cantando o Não
Dançando e sapateando
Serpenteando
Eu tenho um coração aberto
Você me faz lembrar
Eu te faço passar

Olet! Iolet!
Flor Passante!
Amor Glorificante!
Olet! Iolet! Ioláh!

Você me faz lembrar
Eu te faço passar

A las flores tu e eu
Memória e Caminho
Nadam em diferentes Rios
A Água é indiferente a Comunhão
A Natureza daquilo que é
É
E brilha simplesmente
Na Serpente Imensa
Animal Esplêndida
Nos Rios da Lua Inteira da Noite Plena
Azuis entre Azuis Verdadeiros
Rios Primeiros
Assim é o que é
E brilha
E brilha


Você me faz passar
Você me faz lembrar
Memória vai a porta
Caminho vai a outra porta
A Simetria a si é Indiferente
Tudo a mesma coisa é
Entre os nadas mutantes de nossas almas
E os universos que se fazem
Fora e dentro daqui
Tudo a mesma coisa é

Passada a Lembrança
Cantarei aqui
Você voa
Acima de mim

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Oração a Não-Mente

A Mente mente
A Mente que sente
É navalha
Em qualquer mente desavisada

Desta navalha sangram palavras
Rios de mentiras
E mais um tolo cantante a alma (metafísica)
Canta para a vida
Cai na mente
Fora do Amor e fora da Morte

Fora com as palavras da mente
E com a mente das palavras
Que haja um mundo profundo
Um mundo de sentimentos
Sem palavras
Com lavras
De sonhos e delírios comigo
Um mundo sensível
Dentro da verdade e da natureza
De criaturas líricas visíveis
De livros andantes incríveis
Seja feita a nossa identidade
Eis a vontade
De não-mente
Eis a vontade
Defendida de infinitas possibilidades
No centro da vida
Da única vida e do único ser
Do amanhecer do amor e da noite
Do amanhecer do amor e da noite
Que acabam agora.

Ler-Pequenez

Ler para engrandecer a Alma é pequeno
Ler para se divertir é pequeno
Ler para expandir o conhecimento é pequeno

Ler para conhecer melhor quem escreve é pequeno
Ler para conhecer melhor a sociedade é pequeno

Ler é pequeno
Ler é apequenamento
Ler é a pequenez da alma

Ler são fragmentos que se lançam ao vento
Ler é fazer a percepção se contentar com migalhas
As migalhas das migalhas dos fragmentos

E para a leitura não aqui não findar sem a moral pequena para quem se perseverar a apequenar em humanidade
Seja com orgulhos leves (quem ou as gentes?) (e) ou pesadíssimas humildades
O apequenamento inevitável contraído
A contragosto esquecido ou esquecimento esclarecido
O Apequenamento em andamento
Perseguirá a Perfeita Pequenês
Até o Infinito

Amar Começar

Minha Amada
Não estás obrigada a nada
Não estás obrigada a viver comigo por toda a vida

Meu coração está aberto
Tal este é e tal tu és
Hoje me inicio no amor que me principiou
E isso
Isso
Não terá fim

Duas Damas

Uma Dama Vestida de Escuridão
Sustenta em seu colo e em seu Abraço
O Acordeão do Amor

Enqüant'a Dama da Treva-Escarlata
Abençoa os Cravos
Com suas Abençoadas Mãos

Ah! Retorna em mim a Esperança e a Força de Amante
No Fluxo do Amor que nunca parou
E a minha visão é enfim restaurada

Ah! Como eu não poderia perceber
O Amor que o Amor brilhou no Olhar
Ah! Não brilhou o amor em teus olhos?
Ah! Não é o Amor que te aqueceu quando me abraçavas?
Ah! Olhar de Melodia
Melodia Ela Própria
Acenda em minha Alma os trovões da sua

Uma Dama

I

A Dama canta
Um amor que fica

II

A Dama canta
E das vozes milhares nos mares
Colhe seu Amor de volta
E ao colher
As vozes milhares se voltam para o Jardim
O Jardim cresce
E o oceano o Jardim Crescente se torna

III

A Dama
Com amor a sustentar seu rosto
Diante da Beleza que despertou
Fecha os olhos carinhosamente
De Estrelas milhares
E se entrega docemente

A Rosa do Povo

I

A Rosa do Povo
Vive pois o Povo Canta
Com a Dama da Guitarra
A Dizer o Nome de Todos
Na Guitarra a Amar que soa...

Os ímpetos se balançam tal águas milhares
As Almas Crescem
E a força do Povo se faz mais perseverante

Ventos e Luzes em Força
Lançam as Distâncias a Nação deste Povo Feliz

A Rosa do Povo
Nasce das gentes com as Mãos no Amor de seu peito
A Rosa do Povo
A Dançar e a cantar com a Dama
Restam eternas

II

...

Luz

I

Quando me envolver a escuridão
Minhas mãos encontrarão
A Chave
para a Tua Redenção

II

Minhas mãos
Encontraram
Acariciam tua Face
Eu me redimo
E tu em mim
Continua

Adeus

I

Digas adeus
Se não amas a Dama Vermelha que vive num Oceano-Reino de Azul
Digas adeus e se não disseres
Eu garanto tua partida

Aqui ficam
Os que amam a Dama a subir na Montanha
A Nos Cantar Cântigas de Amor
Que coragem vai aos nossos corações Ainda

Aqui finda
O Templo onde se adora a covardia
Das Falsas Estátuas
Silhuetas sem solidez e com aparências de Eternidade que restariam
Lançamos fora Pedra sobre Pedra
Ao Porto que anseia sua partida

II

As Pedras que se lançam
Espalham sais no Chão
Uma Nuvem a Crescer tão Rápido
E a se desfazer tão Rápido
Em Olhares-Almas
Que voltam para contemplar
As suas não-voltas
Em Retorno Eterno

III

A Dama Vermelha Vive em Mim
O Oceano Reino de Azul
É que alimenta a minha Alma

A Verdade

I

A Verdade é que existem Nuvens a se espalhar no Estrado de Teus Pés
E Ondas a se erguerem altas no céu

Tu estás com a Direção das Direções
Em tuas mãos
E tu Dama Primeira
Hás de ditar Palavra por Palavra
E Passo por Passo da Dança Final
Do Templo do Mesmo

II

O Silêncio te Contempla
Enqüanto contemplas o Mar

Redenção

Eu me importo com as cores do Dia
E creio na Invisibilidade do Meu Coração
Serei Força
Serei Vida
E quando falar de Amor
Eu amarei

Que Dia

Quão cedo é hoje
Para Amar-te tarde demais?

Céu

I

Apaga as Lágrima das Estrelas do Céu
O livro infinito que tentaras ler
Apaga-o e retêm para ti as páginas sem palavras
Mas se isso não puderes
Rasga-o
E queime teu coração nas Chamas do Amor
Sem se confundires com a Entidade Ígnea

II

Teu céu
Apagues
Não mais tens pacto comigo

Há de brilhar a Estrela Primeira da Criança
És mais uma criatura a precisar de Amor
E é mais uma das que se demoraram a partir

III

Apagues Teu Céu
Receba o Céu
Em Teu Silêncio
Em Teu Amor
Que só deve mostrar
Quando brilhar
Quando nascer deveras...

A Estrela da Criança
É a Estrela da Criação
...

Dama da Espera

Dama da Espera
Esteja comigo
Mais uma Noite
E mais um Amor
Apenas mais um outro Amor Eterno

A Dama
Filha da Estrela
Filha que percorre rápido o Universo
E repousas as Esperas das Humanas Gentes todas
Me Ensine na Lembrança da Estrela Eterna
Que a Tudo Finda e a Tudo Inicia
A Esperar mais uma vez

Ah! Por não aceitares alguém que não espera tal tu fazes
Deverei ao teu comando Partir
Mas um Dia para ti Retorno
Ao Teu Amor
Pois não deixarei de ir a ti na despedida um só instante
Que nos instantes sós da totalidade de meu caminho
Eu te amo

No Milagre da Noite

I

Luz Indubitável
Dama Esplêndida
Cavalos em Disparada pelo Céu
Seguem teus passos de Bailarina Branca

As Estrelas por este Dia
São por Ti permitidas
A Rodopiarem
E voltarem Crianças

Hoje eu me permito voar ao Teu Céu
Te contemplarei apenas
Na Vigilância de Teu Amor
Na Luz Indubitável do Milagre desta Noite

II

Tu voarás com meu olhar

Amantes

Amantes
Sede as Mãos
A empurrar Amantes para dentro do Lar-Palácio
Que conheceis
Isso é conduzir gentilmente
Na linguagem do Amor

E não deixeis jamais
Jamais
O Amor mudar seu ponto de vista

Hoje estais livres dos mandamentos deste
Hoje o Amor vive em vós

O Corpo do Diabo

O Corpo do Diabo
É a Esperança
A Verdade do Ar sem do Ar sair
No Pacto de teu Silêncio

O teu Silêncio
Filho da Luz
O Diabo
Filho de teu Silêncio

Tu Filho do Diabo
Diabo o teu filho
Desde o Princípio

Arco-Íris Noturno

I

Óh! Arco-Íris Noturno
Que brilhas todos os Azuis
Eu peço de tua Lua
A minha Religião
Ao meu coração sempre em devoção
Para que eu divida em Duas Faces
A minha Eternidade

II

Um Olhar a chorar
A Contemplar ou a Mergulhar em mim
Afogamento ainda...
Paralisa a minha Alma

A Minha Alma
Navega as Lágrimas
E quando chega
Salva o Porto
E apaga a Nação
Salva a Ilha

III

Violinos em Fila
Viajam pelo Mar
Na Última Romaria
Para encontrar ou descobrir
As Moradas do Arco-Íris Noturno

IV

Venha Arco-Íris Noturno
No Brilhar Azul de minha Fé
Meu coração ainda...

Eu desconheço se a Tua Noite me escapou
Mas não me escapou e nem me escapará
A Tua Noite em meus Dias

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A Saga

Uma Pessoa Hilária
E o Amor Irrisório
Se unem nas águas estrangeiras
De uma Dama a permitir perigrinações
As suas infindas risadas
Santas ainda...

A Maior Beleza se encontra
E não se desfaz
Amor e Pessoa
Numa Face só
Enfim multidões se desvanecem
E no Um
A minha Alma se assombra

E eu decido Amar aquela Dama
E todas as suas navegantes Risadas
Por toda minha Vida
A ser navegada por Ela

No Deserto Negro

Violinos distorcidos nas margens do Deserto
Onde dou um passo e adentro o Alto Mar
O Amor está em Silêncio
Nas nuances Azuis das Trevas

Trevas... Aqui e Agora
E esqueço
Não perdôo

Medo e Desejo
Enviam suas embarcações
Sobre esta Areia
Em meu resgate
Eu sobre esta Areia
Nada mais sinto
E muito menos a Redenção
A Vontade de...

Nas Paisagens deste Deserto Milhares de Milhares
Deserto de Areias-Bonita
Eu vejo
Milhares de faces
Inesquecíveis
E então o Amor me Envia sua Lua Escarlata para o Eclipse
E assim sou
E vou
No Eclipse da Lua e do Deserto Negro e Azul
Desaparecimento completo

Lua Plena
Amor a operar em secreto

Dama

Um Amor de outra espécie
Que segue no mesmo azul
Tu evocas em mim

A Vitória está no vento
E logo logo poderei te amar
Tu Dama que irás passar
No Caminho que houver
A Maior Altura de meu Amor
Em Maior queda profunda de Ti em Mim

Te Quero

Quero-te de verdade
Porque quero acreditar
E acredito em ti
Te quero...

Escuta o que te digo do fundo do meu coração
No nosso abraço!
Ah! Se pudéssemos escutar o mistério deste Amor
Quão mais estaríamos apaixonados?

Ah! Mais e mais nos amamos
Que mais escutaremos?

Contemple

Contemple a Alegria dentro de uma Flor de Lótus

Contemple a Tua Alma
Contemple a Liberdade dela
Contemple a Águia em direção a Lua
Forma Celeste da Sabedoria
Animal Esplêndido
Verdade garantida

Contemple a Alegria de sua Alma
E a Beleza de seus caminhos
Como ela facilmente desliza
Entre os firmamentos
E através...
Envia suas ofertas de Amor

Contempla a Alegria de Teu Rio
Contempla a Alegria de Fluir
Contempla a tua Alma

Seja, seja...
Óh tu que és

Partiremos

Partiremos deste Amor
Esta noite
E Amantes seremos de outras razões
E Amantes um para o outro
Será a base de milagres
Que fazem as mágicas das ausências
Na violência das palavras a caçarem nossas emoções uma por uma

Partiremos
Do Amor e das Palavras
Fugiremos
Até que o Tempo
Possa por fim
A Nós
Ao Amor
E a Melodia de Outono

Um Pássaro Noturno

Um Pássaro Noturno
Que te canta
É o único que podes fazer
Com que voes junto a tua solidão
Em Bando
Tu, A Solidão, O Pássaro Noturno, O Silêncio e a Noite
Abençoados pela Melodia de Outono

Ai!

A Exclamação do Silêncio
O Grito da descoberta do conhecimento
Encheu o frasco do veneno

E tudo se foi
A vida se foi
Num pensamento que não partiu

Em minha mente

Em minha mente
A canção que não posso cantar
Senão há de queimar em mim
Teu nome

Ah! As ardências das saudades de ti
Não podem mais continuar
Que eu não posso mais causar dor
No amor que parece que vai ser para sempre

Ah! Bem-Amada minha
Abra a porta
Me abrace
Venha através dos beijos a minha mente
E muda meus pensamentos em teu amor

Quem pode ser

Quem pode ser senão no agora?
Quem há de me contar o que foi fora do tempo?

Quem pode ir além da fantasia
Para me trazer a real melodia
Que pede apenas que não caia em meu sono de Alma
Que precedeu qualquer descanso
E que destruiu o Jardim que não me lembro mais

Quem posso ser
Senão alguém que deve a vida
A este Jardim?

Uma Canção Noturna

O Bem e o Mal
Voam por Esta Noite
Em nome de uma Sabedoria

Uma Canção Noturna
Se faz em meu coração
E não tardo a cantar e deixar cantar

A História do Bem e o Mal
Terão outras asas
Em meu Amor por esta Canção Noturna
Na fé que tenho nesta noite

Uma Risada

Uma Pessoa Hilária
Canta o Lamento
De todas as gentes

O Lamento
Antes segredo agora asas
Voa até as pessoas nas estradas
E nas cidades

Agora o Lamento
Segura uns em mãos
E lança-os acima
Sem asas decidem estar
Para o não-vôo dos que embaixo estão

Quem é?

Quem é esta?
Que guarda a chave
do Tesouro Aberto

Quem é esta?
O que está por trás de seu sorriso?
Quando ela nos deixa passar
E nos deixa dançar
Com as Crianças do Amanhã?

Oração

Símbolos de tua devoção
Assombram meu coração
E oprimem o meu peito

Eu quero que seja removida as máscaras
E que o baile continue
Eu quero lavar o rosto de todos esta noite
E acompanhar cada um até a saída
Num momento verdadeiro de solidão

Eu quero Amor
Mas quero que o Amor não seja mais confundido com a covardia dos covardes
Eu quero Amor verdadeiro e forte

Eu quero tocar o teu coração
A tua devoção
O Teu Amor

Em Segredo

O que toca a alma
Precisa de Amor
Para deixar ir

Em segredo
Amar Intensamente
Pode resultar em para sempre

É necessário cantar a promessa
Em segredo
Fica mais difícil olhar ao redor

Eu gostaria de dizer que você pode seguir a Estrada
Mas ainda não há nenhuma Estrela por ti
Para que a bênção seja sobre ti
Já que você negou todas as Estrelas em segredo

Eu irei esperar por você por fim ao teu segredo
Em silêncio

Que venha

Que venha a Criança do Amanhã
Que esta traga Amizades milhares
Possua as Manhãs e guie as Noites

O Amor em mim

O Amor em mim
O Amor a queimar dentro de mim
Faz-me registrar o que vem das Estrelas
Que te observam

E embora o Silêncio me abriu as portas
Para me aproximar de teu coração
Abraçar tua solidão
E abraçar tuas mãos

Eu vou confessar todo o meu Amor
E deixar fluir a ti toda a Noite
Que guardou para nós o Azul

Pequenas Chamas

Jovens Chamas
Dançam diante de um Vestido de Escuridão
Onde encontram a Porta
Por onde atravessarão o Vale
E encontrarão as histórias
Para encantar uma Humanidade
Que voltará a ser

O Nada que importa
É a Porta
Pode onde virá o Amor que precisamos
Por obra de pequenas chamas

Saiba o que tu queres

Saiba o que tu queres
Não saiba o que o Destino faz
Nem o Destino saiba o que fazes

Seja duro contra os planos vãos
Que não vão em encontro com teu coração
Fora de uma vontade disciplinada
De eras a formar teu ser

Saiba o que tu queres além do prazer
Além das direções
Além das Estações
Na Melodia que assobias

Dama das Feras

Dama das Feras
Sabes de tua Beleza
E sabes que não irás cair

A Queda é a Fera
Que já aprendestes a domar
E amar

Mais acima
Canções em degraus
Formam a tua escada
Obra de tuas mãos
Criação de tua elevação

Hás de mostrar de tuas sabedorias as gentes
E lhes dar os ensimentos
Mas por agora sabes com o Tempo
Que é a tua Era de se merecer

Dama da Justiça

Óh! Dama da Justiça
Que dança diante das flamas
Eu te dou graças
E Lanço amores para habitarem teu olhar
E devoção para abraçar teus seios

O que sonhas eu testemunho
Onde tu fores
Irá o Amor
Onde se salva a Humanidade

Em Teus Caminhos
a Tua Beleza a todas as gentes convida

A Prisão

Não conte meus dias
Não sabe por quanto tempo
Irá lhe perturbar o meu nome

Não tente impedir minha canção
Tampouco tropece em minha poesia
Que uma irá se alojar no seu coração
Há outra revelará o tormento que lhe vai

Ah! Minha Prisão
É ir mais e mais acima
Além da Escuridão
Em luzes que brilham sem mais pedir

Na Casa de meus Fantasmas

Na Casa de meus Fantasmas
As gentes espectros andam por lá
Por força das chamas

E se ouves uma voz
"Podes voar mais alto"
Então estarás em obrigação
A se queimar mais

Na Casa de meus fantasmas
Todos estão esquecidos das Melodias
E da Estação

Enfim reconheço a tua voz
e Reconheço teu riso
Reconheço o teu não se vai
Que despede de mim

Então eu habito a minha casa
E me uno aos meus

A Dama da Pirâmide

A Dama da Pirâmide
Sabe para onde os ventos irão está noite
Sabe da revelação
E quais doçuras irá colher dos olhares
Não importa que olhares
Caminharem entre as Danças do Deserto

A Dama da Pirâmide
Olha para um Amante
A Procura de uma Outra Pessoa
Que vive em sua Alma e que diz da natureza de seu Amor

Nas Danças que a Dama propor
O encontro das coisas buscadas em desespero
O Amor a seu tempo
E a imagem gravada no coração
Por chamas na espera
Em anelos que unem Mundos

Tempo

O Tempo em sua violência
Passa diante de mim tão docemente
Tão lentamente canta através de meus lábios
Que palavras de amor fora de tempo
Eu deixo escapar

Agora por favor
Me deixe
Que eu tenho uma espera eterna de você
Para atravessar

Fim

Quando o Amor se acabar
As Almas devem cair abaixo
Tão abaixo
Que é necessário que a Humanidade sobreviva
Por obras de Musas que dançam diante da Morte

Que Só Amantes assim E Musas Assim
Merecerão sobreviver
Para As Crianças que hão de vir

Diante da Última Dança do Amor

Na última Dança do Amor
Eu dei de costas
E voltei ao Trem

Se ao menos não posso acreditar no Amor
Acreditarei no movimento
Com as minhas lembranças da Última Dança do Amor

Todos

I

Todos querem
Então que o Destino seja Deus

Se todos no Amar não vão a Dança
E não se entregam a Chance
Que olhar do Destino
Dance sobre todos

A Voz de Todos
Seja a Voz do Destino
E quando o Destino escutar a si mesmo
Que a Voz de todos se cale

(Assobio na Noite
Assombro ainda)

II

Amantes-Verdade
Dançam a Exaustão
Perante o Povo
Perante o Destino

Recebem do olhar do Destino
A Rosa do Povo
O Amor Novo
E a Melodia do Outono

O Destino chamará estes Amantes
Para sua Amizade

Orgulho

I

Pessoas orgulhosas
Como eu e você
Merecem sofrer
Para aprender

Ao nosso lado
Estátuas nossas
Nós nos despedaçamos
E elas ficam intactas

II

Uma pessoa Solitária
Caminha pela Estrada
Ao menos acima
Águia Esplêndida
Águia extraordinária
Em direção a Lua

III

Ela olha para mim
Eu olho o espelho

Um Outro Dia

Um Outro Dia
Eu poderia Ir
E invadirei o Rio da Sabedoria
Para velejar até o Reino do Mistério
Com as minhas Luzes e as Minhas Trevas
Finalmente reconciliadas depois das requisitadas batalhas

Há tanto mais para amar
E tanto mais para saber

Eu vou ao Outro Dia
Nas Portas que teu Amor
Me abriu hoje

A Escada

Eu faço a ascensão
Passo por passo
É tudo o que eu devo
Ao meu coração que não mais vou querer domar
Mas vou aprender dele a atravessar caminhos

Em teu caminho
Algo tão novo brilha
O Amor de eternidades vindo
Se encontra com o teu olhar
E não mais duvido
Apenas em maravilhas
Me aproximo de ti

Numa Determinação
A Tua Visão
Me cobre o quarto
Não mais me permito ver nada
Até que eu possa te abraçar
E ver paisagens infindas
Que nunca antes senti
E que sempre vi

Sussurro

No Sussurro
O Convite
Ao Templo do Amor

Na Celebração
O Entendimento de todas as coisas
Até que o Amor cresça com os Mistérios a se expandirem indefinidamente
Banhados nos Rios da Sabedoria Eternos

Vamos
Vamos Agora
Que a Eternidade não espera
E não abre outras portas
Que essas que já abrimos a tempo
Ao nosso Tempo

Amada

Eu quero que meu Amor seja
Na Ponta do Abismo
A Luz de teus portos

Eu Dançarei diante do Abismo
Para te Amar o Amor
Que pode ser Infinito

Nas Estrelas que eu posso tocar
Está o compartilhar dos meus objetivos
E o verdadeiro Almejar das Estrelas

Eu vou levar ao Caminho Impossível
O Meu Coração
E Irei atravessar
E nos abraçaremos no tempo certo
Da Melodia Convidada em Segredo

É Tempo

I

É Tempo de acordar a Cidade
Despertar a Verdade
Um Hino que se escondeu
Na última vez que o povo fugiu do poder de uma Canção - Criação

Não mais
Porque agora é tempo
E hoje que não agora é tão maldito quanto uma amanhã
Não tenho pressa
Não tenho nada
Apenas quero agora
E vou

União
Qeum dos desesperados me dê a Mão
As mãos que se movimentam
Mais me alentam
Do que as gentes que buscam sânias
Em eternidades

É Tempo de despertar-se
Acorda o Outro
Que você trouxe para o seu Lar

É Tempo de Verdadeira Solidão
E verdadeira Companhia
Agora me aviva e me faz nadar na Alegria
A volta da canção

II

A Ciência do Fim
É dar caminhos ao Sonho

Mar

O Mar do Inverno
É para velejar a Coragem das Almas
Que se perderam por si mesmas
E não por culpa de estações

Se o Sonho não acaba
A Brasa em nossas asas também não
E não a paz em nossos descansos

Nada mais deseja minha alma
Que ser arrastada
Por estas coragens
Que me revelam as novas cidades
E me removem as falsas antiguidades que imperavam

Encontro

Se de fato eu pude de encontrar
Continue a prender a minha imagem no Mar
Continue a queimar-me no Sol
Longe da profundidade da água

Numa Alma forjada
De um não-amor

Ao Teu Templo

A Guitarra que te Ama tanto quanto Eu
O Aroma do Amar
Uma Neblina a escapar para a Manhã
Abre-me as portas do Tempo
Para te Amar

O Rio de Teu Olhar

O Rio de Teu Olhar
Me faz atravessar a Noite
Até chegar perto de ti
E ter você sobre o meu Amor

O Teu Olhar
Me traria aqui de qualquer forma
O Amor me tomaria para ti de qualquer forma
Só em Tua Forma! Ah Minha Amada!

Eu cantarei ao Rio
E a Beleza sobre Ti
É que levarei meu Amor

Saudade Minha

Ah! Saudade Minha
Solidão minha
Mares e terras imensas ainda

A Beleza do Amor que me consome
Faz-me perdoar as chamas
Que queimam em mim teu nome

Leve-me

Leve-me a seu Amor

Amada
Lembre
Que você é o único acontecimento de Amor
da minha vida
E você sabe disso

Eu amo você com Amor além do Amor Entendimento
Que eu trabalhei as minhas Solidões
Para abraçar as suas

E do Amor Eterno
Lhe farei Amores
E viveremos no Jardim do Amor Divindade
Como Guardiões
E não como pedintes hipócritas

Lançar Sortes

Meu rosto vai para a Desvanecência
A tua luz brilha no caminho sem afastar as devidas trevas

É assim que irei lançar as minhas milhares faces
Diante de ti
Até que sem formas
Eu apareça diante de teu Amor
E enfim vá embora

Caberá a ti
Escolher a estação
Escolher melodia ou não
Para a Saudade de mim habitar num para sempre

Assim desaparecerá
De tua eternidade

Intuição de Agosto

I

Se eu seguir sempre em frente
Num momento que irá terminar
Sem me perguntar mais nada
Numa fé que possa ser a minha trapaça
Eu terei você de volta
Tal se o Amor voltasse do Tempo

E o Tempo da Tirania Libertado
Lançaria-nos em seu Porto
Amantes que reimam almas
Seriamos chamados

II

Sempre houve apenas uma direção
E nenhum outra escolha há para nós quando estamos próximos
Que não a sina de Amantes sem Amor

A Janela

A Janela que eu deixei
Tinha canções
E tinha Amores

A Janela que eu deixei
Guardava teu nome
Iluminava meu coração

A Noite me chamou de forma invulgar
E foi por isso que parti
Apenas se fechares a Janela para mim
E abrires o céu para Ti
É que poderás esquecer de mim

Dama da Mensagem

Dama da Mensagem
E da Melodia Única Devotada
Por um Amor de Outono

Tu que me chamas por vários Nomes
Que diz-me tuas mensagens apenas nos Jardins
Eu irei te Amar até a vinda do Inverno
E te amarei para sempre

Eu hei de ser tua Melhor Amizade
E melhor companhia de ausências
Que eu hei de levar a tua mensagem e o teu nome
Nas gentes que amarem nestes Invernos
Até que um dia eu volte a Ser
Na Vera e única estação
Onde tu me guardas
Em uma última palavra
Tal uma última revelação

A quem somos pertencentes

A Dama de Azul Verdade
Somos pertencentes

Ela diz: Vós sois meu Povo
Eu sou vossa Rosa

Nas Chamas do Amor
Libertarei o Amor de vós
Que vos libertará adiante
Para onde ireis

Um Passeio

Fugi das outras Melodias Irmãs
E me perdi no Tempo
Quando tuas Palavras me Abriram as Portas
Para adentrar o Incompreensível

Em teus Jardins
Eu me descobri
Ao decidir trilhar o caminho
De volta a Luz e ao Meio-Dia
Da Melodia de Outono

Mais Escuridão

Mais Escuridão
A Divindade Dama peço
Para que me dê mais força
Para derrubar as portas ao batê-las
Para que meu coração cante mudo
E para que minha fúria me queime no silêncio

Mais escuridão
Por que não?
E por que não agora

Que minha Alma grita o desafio que me fez o céu
E no desafio permanecerei
Até arrancar o sorriso do céu a entrar na minha visão como um espinho

As Risadas Celestes
Acima
Terei elas em minhas mãos
Dos meus corações que derramam trevas
Derramarei a mim
Na minha última chuva
A me santificar Eterna Tempestade

A Cidade Amada das Canções

A Melodia voa sobre as mãos estendidas
Das Multidões que vão acima
Por Amor a este Amor de Outono

A Cidade Amada das Canções
Aos Corações inflige asas
E as Esperanças batem as portas
Quando as portas se abrem
Voam para bater portas mais acima
E levam assim mais alto o coração
Que leva a guitarra e a canção

A Dama das Estrelas

I

A Dama das Estrelas
Bate na Porta
As Outras Damas Das Estrelas
Chama

II

Você disse
Maldita a Entidade sem Luz
Que me ofuscar a estrela
Eu me lembrarei do que você disse

III

Em teu caminhar noturno
No Jardim de Róseas Esferas
Vês que danças fazes
As Estrelas Acima?

IV

Dias de Chuvas diante da Janela
As Estrelas Cadentes milhares
Irão me falar de meu Amor
E quebrarão todos os Espelhos

Dois Amantes a Dançar

I

É necessário
Que Dois Amantes se Amem
E que estejam a dançar ante a escuridão
Dos quartos a brilharem azuis
Em Nome do Amor
Para que todos nós Multidão
Possamos ver a Divindade
E possamos cantar a Dois Amantes Dançantes

Cantar a um Amor
A se movimentar entre passos milhares
É a Luz de nossas vidas
É o Escarlate dos Vestido da Musa Amiga
É o nosso coração a bater dentro de Dois Amantes

II

Que venha a Bem-Amada

O seu Céu

I

O seu céu cai sobre mim
E a obsessão por Ti
Cresce

Eu beijo as nuvens que se espalharam sobre mim
Mas ainda prefiro amar
Tua humana forma
Segredo de segredos
Entre a Divindade Natura

O Seu Olhar olhar para mim
Eu olho de volta
Para Vós
Tu e o Amor
A passear minha imagem em vossa contemplação a toda alma da paisagem que se apresentou

II

Desviei do Amor por um momento
E quando este me encontrou no Caminho
Se tornou meu caminho
E tu se revelou o meu Amor

Fama

A Fama do Coração Escuro
Espera a Dama
Atravessar uma Ponte

Quando esta Atravessar uma Ponte Final
Obra de suas Mãos
A Fama em Forma de Dama na Verdade de sua Divindade
Esperará para abraçar sua Irmã a habitar o olhar do outro olho do Rio

A Dama do Vestido Escarlate e as Trevas Doces

I

A Dama dos Vestido Escarlate
Está nos Jardins que se fazem abaixo desta Montanha
A Coordenar as Chamas
Até transformá-las em Harmonias
Para seus Cânticos

Ela levou meu Amor a um lugar mais profundo
A um mais profundo templo
Que vai e cala dentro de mim

No meu silêncio
Uma Doce Treva a Visitou
E ela veio a mim

II

O Amor
Habita uma Lua inteira
Até a Escuridão do olhar

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Nos Campos

Entre os Campos
Visitados pelo Brilho
Da Melodia de Outono
Há uma tristeza ainda
Que não foi colhida
Tão pouco se espalhou

Nestes Campos
Que sonham em ser desertos
Apenas um Piano e um Espelho
Habitam
Tudo o mais são Trevas
A Zelar pelos Mistérios
A Zelar pelo que sobreviveu de entendimento
Que ainda louva na Sabedoria uma Divindade

A Solidão da Música
As Estrelas comovem
O quebrar do Espelho é só uma promessa
Tudo está onde deve estar

Eu vou ecoar uma Melodia de Outono
Eu irei habitar o Olhar destes Campos
Aqui permanecerei
Aqui me espalharei afinal

Pacto

Quanto menos palavras de Amor lançarmos
Mais do Amor mereceremos
Mais as artes dominaremos
E teremos os corações nas mãos

O Poder que iluminaria levemente um oceano
Por voar sobre ele
Vem a nossa Alma
A Pedir nada
A reter tudo

A inexistência
É apenas uma forma sublime de distância
Mas não sentir sua presença
É a Redenção

Estou eu e uma Dama
A Observar estrelas
E observar luzes de azul-verdade
Sobre o Mar
Palavras vemos
E as capturamos
Para nossos silêncios

A última comunhão
No paraíso perdido
De nossas Almas Distantes
A zelar

Jardim do Inverno

Sem Melodia do Outono
Eu estou a atravessar o Abismo
A Semear o fim das luzes excessivas
E dos calores não requisitados da Alma

Uma Dama Grita
No Leito que o Inverno lhe preparou
Ela então canta
Ao encontrar conforto nas Trevas Geladas
No mergulhar profundo das águas não-anunciadas

Com esta Dama permanecerei
Até que ela venha a mim
E me revele onde entre tantos tremores
Entre todos os mergulhos
Encontraremos o Piano
Que relampeja as Notas do Amor desta Estação

Anjos Perdidos

I

Anjos se perdem no Salão
Em busca dos Livros que guardavas seguros
Junto ao teu peito
Junto a tua jura
De proteger as palavras escolhidas

Os Anjos se perdem
Nas chamas
E lá permanecem desorientados

Dama Má
Assista teus livros a chorar
As Lágrimas que estão acima

Em uma Outra Esperança
Os Anjos encontram o que tanto procuravam
Num Sonho
Que só foi acordado tão cedo

II

Dama
Do Coração Oscuro
Eu conheço Tuas mãos

III

O Livro se fecha

Deve haver uma esperança

Deve haver uma esperança
Deve haver uma verdade
A Trocar passos com meu coração

Em um Sonho
Eu falava
Com as Coisas e os Seres
Que voavam

A Dama do Amor
Estava lá
A Despir coroas sem sentido há anos milhares
E a libertar as gentes cantantes
Que perseveraram em Amar

A Alegria vem em meu coração
O Azul se espalha
Eu devo estar a conversar contigo

Tamanha é a Melodia na Sala
Tamanha é a Esperança em meu coração

A Dama da Promessa

A Dama da Promessa
Brilha
Em um Reino Infindo de Azul
A Terra a beijar o Céu

A Dama dá um passo a frente
O Amor entra em nosso coração
Com a Promessa que fica

Bendita agora estão as nossas mãos
E o Povo faz da Rosa do Povo
A Melodia
O Estandarte

As Crianças que virão a nós amanhã
São verdadeiras
A Dama dá um passo a frente
E amanhã vem com As Crianças Para nós

Nosso Hoje habitava o olhar dela

Desnudar

Hoje rasgo as vestes reais de minha miséria
Lanço fora os colares de minha amargura
Lanço fora a Coroa de todas as minhas Decepções

Hoje desvestido assim
Vou percorrer
Até a minha Montanha Favorita
Para que meu olhar
Enfim nu
Veja as Infindas Estrelas
E meu coração aqui construa
Meu Abrigo na Beleza

A Caravana Cigana

A Caravana Cigana está na Cidade
Hei de ver minha Bem-Amada

Devoção levo em minha guitarra
Calma em meu olhar e coração inquieto
Hei de me perder no Olhar de Minha Cigana
Hei de me encontrar no Amor que ela guarda
Com a mão vinda em seu peito
Com o olhar indo longe

Caminho com ela
Tal caminho a estrada da Vida
A Estrada a Estrela
O Início de minha peregrinação
Tão sempre duradoura tal o Amor

O Amor

O Amor precisa continuar a mover as Estrelas
Sob a sua lei e com seus impulsos
Ímpetos de Amar que me caem dos céus
Faz-me ir até a Ti
E te abraçar
Livre de quaisquer deveres estejam onde estiverem
Pois hoje importa-me a Lei de Teu Coração
Abraço-te sim minha Amada
Que hoje compete a nós mover as Estrelas

Teu Rio

Teu Rio
Ao meu Amor vem
E nós a ti leva

Através de uma Noite Inteira
Plena... Completa!
Eu contei estrelas
E contei às estrelas
Quão incontável é o meu amor por ti
Elas contaram também o Amor delas
E passaram a contar desde já as Estrelas de Meu Amor

Ah! Amada de exércitos celestes
Amante! Meiga Amante!
Amo todas as Estrelas de Teu Olhar
Amo-te toda e tanto
Ainda que exceda meu saber
Mais sei do meu Amor

A Multidão da Insanidade

Estrelas das Insânias
Rasgam o céu
Onde guardávamos nossos papiros

Gentes mortas erguem-se
O pavor que está entre a morte e a amarga vida
Delírios-cadentes - Últimos escritos

A Melodia que sai do escuro cór
Ameaça a todos nós
E quando nos traz para perto da Multidão Sagrada
Em nossos rios de lágrimas a fluir para fora de nós a vida
Então a Melodia nos devora
E a Multidão Sagrada se torna profana
Por Amor de ter nossos nomes
E lançá-los a um esquecimento final
Que permanecerá tórrido tal a lava de um vulcão
Do calor que fomos um dia
A Ausência-Calor uma Silhueta
Enfim nos apaga
Nos transforma
Nos Ama
No Amor infinito e vazio
Dos Abismos Astrais das Estrelas Enlouquecidas

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A Caravana das Amadas

A Caravana das Amadas
Passa
E nossas canções e nossos amores
Instam que nós nos juntemos a empreitada

Uma Celebração se inicia
E o Amor Brilha
Entre elas
Aprendemos as Palavras
E lançamos as sortes

A Caravana das Amadas
Passam por nós
E o Nome do Amor
Em nós
Permanece

Sonhadora

I

Ah! Dama dos Sonhos
Bendições estão sobre os Sonhos
Que estão por ti
E que levam teu nome
Para mim entre as multidões

Ah! Dama dos Sonhos
A Verdade e A Beleza
E Sonhos sobre Ti
Que vais e vais
Acima e acima
Ah! Meu Amor vai até as Alturas

Guitarras Cantantes e Violinos em Amor
Seguem-te até as Estrelas que vais visitar
Meu Amor que está a te amar
Se contenta em Amar tudo que está no caminho
Tudo o que se refere a ti
Para te alcançar

Guia! Guia! Musa Azul do Vestido Escarlata!
Amada! Amante! Bem-Amada!

II

Então eu vou te amar
Mais
Sem sair de perto
De ti que levas meu Amor longe
Em tuas mãos delicadas a passear o Universo

Graças

Eu nego graças ao Tempo
Quando estás na Altura do Amor
No Domínio das Horas que hás
A Fluir bem entre seus dedos

As Graças dou a ti
Que rodopias
Que mantém minha contemplação em Ti
As Vozes densas do Amor
Se despedaçam em tecidos leves ao cair em teu corpo
Eu vejo as Pétalas através do Vento

As Graças estão em Ti
Em ti as buscarei
Levo o Amor Primeiro
Para tua Dança entre Danças
Levo-me por Inteiro
Para render a minha Alma entre tuas tranças

Uma Casa Cinza

Uma Casa Cinza
Me vêem com os aspectos
De tua descoberta primeira
No amor eterno que em mim vivia
Sem eu saber

- Hás de me contar

O Sonho teu vive em mim
Eu hei de ser tua Casa Cinza
E não desvanecerei
Até que possas viver todos os teus sonhos

A Nova Ciência

A Nova Ciência
É dar Vôos no Tempo da Solidão
E dançar com Ventos no Tempo da Companhia

A Volta ao Mundo
O Reencontro com tempos primordiais
Seguindo em frente
Adorando a Beleza

A Nova Ciência
Antigo Saber
É em ser

Crescer
Numa Nova Idéia
Animal Esplêndido
Pantera
Do Mundo Inteiro
Que se gera
Na Criação que se dá
Em ir e vir
No movimentar apenas por se transformar

As Palavras da Poetisa

As Palavras da Poetisa
Eram Aves Mistério
Admirava-lhes a Beleza
E não compreendia

As Aves da Beleza
Vindas da Boca da Poetisa
E da Lua de sua Vida
Iam longe no Mar do Horizonte
E meu olhar mais profundo mergulhava

Voavam por baixo do meu Entendimento
E as Rosas Cresciam
Rodas de Amizades celebravam diante delas

Acima do meu Entendimento
Só Beleza delas
E as Rodas de Amizades haviam Tempo e Silêncio
Amor e Prazer

A Rosa da Profetisa
Brilhava

As Aves Mistérios da Poetisa Por Fim
Brindou as Nossas Vidas
E calou as nossas Sedes
Fazendo-as novas Vinhas

A Poetisa veio então para perto de nós
E lançou-nos ao Ar
Então com as Asas Finalmente Entendia
Que Àquela Poetisa eu apenas pertencia
Em Tudo e Nada
Além de Mistérios
Na Dança e Canção
Das Alturas Asas
Das Profundidades Casas

Um Não-Dito

Um não dizer
Não é a Maldição Primeira
E não será a Maldição de Tempos em Tempos

Um não dizer
Tal uma Música Final
Há de pertencer
A Lei Primeira
E O Amor que se foi por Ela
Para não deixar de ser

A Lei e o Amor
Duas Luas e Dois Sóis para cada uma

Assim é o meu mundo
Onde calei profundo
O Amor que não vou te dizer por agora

Mas se calei
O Amor que deve ir a ti
Pavimentará caminhos em mim
E quando eu abraçar o seu silêncio
Encontrarás Jardins em mim
A Dizer apenas do Teu nome
E a cantar apenas para ti

Ah! Agora que o sabes
Eu te Amo
Amada minha
Sem princípio
Desde o Início do Amor
Que começaste

Os Ventos

Seguirei os Ventos
Até chegar no Paraíso
De Teus sorrisos

Vou aos Ventos
E até lá
Parto daqui em forma de Música
E a Beleza que és para mim
Como vou encontrar é o Mistério
Que me voar

Não poderia

Não poderia perdoar
E não poderia viver
O Novo Amor se foi
O antigo também
Porque só acreditei no que estava em minhas mãos
A única ave que aqui pousou
Quando voou
Não a acompanhei

domingo, 6 de dezembro de 2015

A Guia do Tempo

Sem a Guia Cronológica
Os pensamentos se estendem demais
As palavras me sufocam o vento
E meu coração não mais flui
Nos Rios do Ar

E minha Alma Precisa Cantar
Onde antes eram apenas palavras
Minha Alma precisa sobreviver
Na Guia do Tempo
Até que eu possa Ser
Lado a lado com ele

Qualquer pensamento

I

Qualquer pensamento e qualquer linguagem
Preciso para seguir em frente
Qualquer pensamento e qualquer linguagem
Temo e sigo em frente para dentro do temor
Que por agora me é o único caminho

II

A Cidade chama os mortos
Para participarem de suas análises
Quem vivo está
Está a Viver pelo Rio

A Cidade está
Para ser chamada a Cidade das Chuvas
E quem vivo estava
Estava a Viver pelo Rio
A chamar os mortos
Para serem enterrados nos últimos pensamentos
Da cidade que ainda chama por estes

III

Qualquer pensamento
Qualquer cidade faz

Antes da Linguagem
Fora da Linguagem

Asas

Óh tu das mãos-atadas
Que não voas agora?

Óh tu das mãos-atadas
Teus sonhos ainda não saíram do chão
Qual é a forma que irás ter com eles
No olhar no céu que te observa a tua imobilidade?

Óh de mãos-atadas
Que será de ti agora?
Tuas mãos em comunhão
Estão na prisão

Óh tu das mãos-atadas
Assim como estás voa
Assim sem esperança vai
Ou com a esperança quebrada tropeça em alguma nuvem
Que em ser visitada assim te abra uma estrada

Óh tu das mãos-atadas
Acredita
E se acreditares
Voarás ainda que não acreditando
Se erguerás do chão ainda que não vendo-o afastar de teus pés
Teus sonhos te buscarão quando não puderes
De tuas mãos atadas sairão anjos
Com as preces de fazer das mãos onde saíram gratos
As Asas que necessitas

Criação

Mais perto está do espírito criador
Quem das palavras a mente esvaziou
Quem na realidade dura entregou sua extrema dedicação
E semeou infâncias no vento
Atravessou deserto para colher Sabedoria
Na Ingenuidade

O Deserto também é uma criança
O Deserto também é uma criação
Quem ver nuvens nas areias
Será também um Espelho
Passeará e boas novas colherá
Para as gentes que padecem falta
Nos lugares chamados de abundantes

Um Dia

Um Dia
Estandares do Amor não conhecia
E Amantes marchavam pela minha Rua Favorita

Um Dia eu prometi
Que se entendesse esta visão
Eu levaria o Amor dentro do meu coração
Até entender seu Mistério

E quando eu entendesse
Eu não pensaria mais a respeito
Eu seria qualquer Mistério
Que ele ousasse querer que eu fosse

Venha comigo

Venha comigo minha Amada-Amiga
Iremos para longe
Até a Distância querida de teu olhar
Que habitavas de tempos de tempos

A Distância querida de teu olhar
Entra profundo em minha Alma
Eu sossego em Amar-te cada mais
Em sonhar-te ao abraçar o seu nome
Melodia ainda...

O Chamado

Compreenda o Amor
Em meu beijo
Eu preciso que compreendas
Em minha última vinda
Numa noite que não me convida
Através da porta que só me abriu o Sonho

Eu guardei meu amor

I

Eu me tornei Guardião do Amor Primeiro
Amor para quem elegi a Primeira
A Única

Guardião do Amor sou
E Já não sei Amar mais
Que tudo isso eu guardo
E tudo isso me abandona

II

Não desertarei o Abandono

Rosas a Solidão

I

Rosas a Solidão eu dou
Honro a presença da Não-Pessoa
Que me acompanha
E que me ajuda a ver

II

A Capacidade de Ver
Me vem da Pessoa em Solidão
Na qual eu mergulho

III

A Solidão Primeira
É uma Tempestada
A quem recorro
Para continuar a adornar meu Jardim
E para continuar a vê-lo crescer

Que é de Raios e Trovões que eu faço meu Jardim
Que eu só faço um Jardim
No qual eu acredito

O Melhor dos Enganos

O Melhor dos Enganos sempre será
Amar as Ilusões quando se vão

Uma Razão

Um Pensamento
Ocorreu-me durante a Noite
E me encontrei com toda a Humanidade

Eu tomei um fôlego maior
E inspirei ares que não havia percebido antes
Eu sai para andar lá fora

Um pensamento
Um fôlego maior
E a humanidade desapareceu fora de mim
E as paisagens que percorri em mim adentraram

Perdão

Eu sigo o Amor que está adiante
Tu sigas o Amor que está próximo

A Justiça o Tempo cumpre

Nem eu e nem tu
Nem atrasados e tampoucos chegamos apressados
No Jardim do Amor

No Tempo correto
Somos o que somos
O que não fomos aqui está
No devido lugar

A Justiça no Amor se cumpre

Nem eu e nem tu
Só Obras do Amor

Êxtase

Eu encontrei a Divindade do Amor
Ao me Encontrar contigo
Na Ponta do Abismo
Abismo-Jardim do Destino

Na Ponta do Destino
Eu parei e contemplei
O Meu Olhar em Ti Mergulhava

Ser Amor

Ouvir um chamado
Ver o que se quer e o que se faz
Perceber uma canção

Decidir diante da face dura do Destino
Recolher o que está numa mão
E na outra mão
Jardins no Fim
E Jardins para surgir quando tudo acabar

Ser Amor
Ser Amor
Ser simplesmente
Ser Amor
Ao seu lado

Fim da História

Eu cantava a Melodia
Que me ensinava o Amor
Cantei sozinho
Para meu Amor
Sem estar lá

A Lágrima que caiu
Não caiu comigo junto
Sem queda e sem presença
Tampouco para ser uma Ausência
Eu deixei a melodia apenas passar

Sem queda
Sem ascensão

Sem redenção

Nesta Noite

Nesta Noite
Suspenso de mim está
Uma Alma
Com os Saberes que determinam o que é certo e o que é errado

Mas o Bem e o Mal
Tal duas Entidades
Vivem em mim

Nesta noite
Você pode me dizer
Se o que fomos
Ocorrerá no somos
Mais uma Vez?
Numa Vez que há de se sustentar pela Ousadia
E não pela obrigação da Verdade tantas vezes vista?
Diga-me
O que veremos nesta noite?
Veremos o que não vimos
Que era tudo que em nossa frente habitava
Enqüanto contemplávamos com um Anjo a nos dizer
Que estávamos verdadeiramente ao lado deste enqüanto nos dizia?

Nesta Noite
Os ventos sopram fortes
E não irei querer-te longe de mim
Um Paradiso não sobrevive
Sem o Bem e o Mal
Sem o Amor que está entre estes
E entre nós sem saber

As Portas que se abrem e se fecham
É Destino dos Ventos
O Destino dos Ventos é saber
Quando estaremos ou não
Em seus caminhos

O que seremos?
Nesta noite?

...

Sonhos

Sonhos se tornam realidade
Eu vejo teu semblante
Diante de Flores Azuis-Verdade
E toda sorte de cores irmãs
Abraçam as tuas mãos e abraçam aquelas flores

Uma Dama de Agora
Me Chama para seu tempo

Uma Dama de Agora
Me sorri
E está a brincar por estes campos
Mostra-me o Começo
Então vou com Ela
Por amor de suas Canções
Por Amor ao Tempo que vem na Forma de Melodia
Na Forma Divindade
Na Forma Verdade

II

Eu a Amo
E assim
Encontro ela em um Sonho
Num chamado dela
Num sorriso dela
Que persiste
Na Brincadeira dos Campos
Que continua

Eu contemplo e me movimento
Eu paraliso o Rio
E por ela Fluo ainda

III

Em Eternidades que desconheço
Ela me guia

Nada me pertence

Nada me pertence
Nem mesmo o sonho que é meu
Nem mesmo o passado que me faz
Nem mesmo o Futuro
Esta cobra alada
A vir me cobrar os frutos
E me abençoar os pássaros

Os pássaros de meu Jardim
Correm tranqüilos por mim
E hão de voar para fora de mim
Na hora que mais preciso destes por perto
Diantes dos visitantes que estão aqui

Ah! Digo essas coisas
Apenas para cantar
Que nada me pertence
E que os pássaros voam

Ao menos meu Jardim
Eu poderei esconder a mim
E quando não mais puder me ver
Eu ao menos poderei ser
No Jardim e a mim
Que pertencerão nem a um e nem a outro
Serão uma só coisa
Que não desconheço e não nomeio

Um Sonho

Eu não posso confiar meu Sonho
A quem não toma parte na vigília desperta
A quem não toma parte na coragem do Amor

Meu Sonho há de inspirar as gentes amadas
A serem amantes também
A saírem de uma noite tranqüila
E irem fora ver no Céu
O quão a Noite pode ser industriosa
O quão a diversidade das estrelas pode ser harmoniosa
E criaturas criadoras ainda...

Meu Sonho irá durar para sempre
No Amor das gentes a amarem para sempre
Meu Sonho é tal o delas
E com elas que habitei meu olhar

A Lua

Da Lua Parte os tecidos
De sua própria criação
A encobrir amantes
A revelar o Amor

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Destino

O Destino que possui o nosso encontro
Não pode ser meu e teu ao mesmo tempo
Numa mão do tempo estará eu
E noutra estará você

Quem de nós cantará a Insistência?
Quem de nós resistirá contra o Destino na cara?

Veja
A Divindade Amor
A Caminhar fora da Vista do Destino
Em segredo

O Destino não vê pelo olhar de ninguém
A União habitará o olhar
Se observarmos em silêncio
Veremos no Monumento-Corpo do Destino
Uma Porta
Apenas uma Porta

(A Melodia do Amor
 Ecoa no Silêncio
 Numa Paz Final)

Uma Luz

Uma Luz e um vento
Eu não torno atrás para ver
Esta é a minha fé
Até que eu os seja
Até que as asas me revelem
A Altura da Beleza
Infinda ainda
Mais Acima!

Oração a Culpa

A Culpa me precede
E não hás outra forma para me desperdoar
Que me deixar ser arrastado pelo Ar
E ouvir através do vento
Meu praguejar com tudo o que passeia o celeste estrado

Eu que vim de um velho tempo
Que verás e sentirás no rio novo
Ouça por favor meu praguejar
E faça disso uma canção

Amantes

Uma Amante ia
E uma outra acompanhava

Quanto se contava?

Iam ao Reino das Amadas

Bem-Amadas
Retornavam
Com um Novo Amor
Em suas mãos dadas
A Amistad pela Humanidade
As fazia ir além
Levar o Novo Amor as gentes
Para que as gentes pudessem cantar
E o Novo Amor pudesse ser sonho
A visitar o Novo Mundo

Guardei o meu Amor

Guardei o meu Amor
E guardei-me no Vento
Eu aguardo
Um encontro com o Outro Vento
Que tudo apaga

Um Fim

Que haja fim
Para o que amor que vive em mim
Que seja apartado de meus ouvidos
A Melodia do Amor que o Outono Inspira
Que haja fim
O princípio inquebrantável
A Fundação Primeira Irremediável
Força que me quebranta em haver me erguido uma única vez

Que haja fim
Que não permita recomeços
Que o ciclo da eternidade que fica infindo
haja uma ruptura que fique por escape
Que seja a fuga a liberdade
Quando o que sou verdadeiramente me é a prisão

Que haja silêncio nas gentes que quiserem falar de amor
Para que não apartem de mim o sono
De todo o cansaço que a esperança me causou
De toda morte que devotei a esta

Que haja silêncios nas gentes que quiserem falar do amor quando parto para longe do caminho que me foi traçado
Meu ainda...
Para que meu coração se silencie
E enfim meu coração que a todos silênciou até aqui
Entre nas asas da última esperança
A Primeira
A Mais próxima do Fim