segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Lilith

Eu não sou o deus de seu jardim do éden
Para lhe condenar quando de seu trabalho floresce o fruto além do bem e do mal

Não sou a serpente que aprende de sua sabedoria e não toma parte por sua verdade que brilha pela Vida

Nem o covarde adão para desprezar uma Mulher no Auge de Seu Conhecimento

Você já foi por muito tempo a Mamãe da Humanidade
É tempo de ser Mãe para Si mesma

Estenda sua mão para mim
Divindade
Quero andar contigo lado a lado
Como Bem e Mal que são filhos do mesmo conhecimento

Como Conhecimento e Natureza descendem do mesmo Universo

Como Universo e Criação descendem do mesmo Amor

Te amar será Ascendência

Irmã minha, Amada minha

Mulher Criadora
Ascenda-me ao Teu Seio
Amor e Boas Novas ao Teu Desejo tenho em minhas mãos
Meus lábios querendo o esclarecimento nos Teus: Assim caminho

Ao teu Seio de Amor
Serei Amor e em Amar permanecerei

Tu mostrarás esclarecimento
E em espalhar a Luz te encontrarei

Em guardando Teu Mistério
Te observarei e me encantarei

Toma-me portanto Lilith
Me dê um nome
Me dê caminho
Minha Obra tem Teu Estandarte
Minha Alma em Teu Corpo
Meu Corpo para Tua Alma
Teus Dias é meu Tempo
E Tua Vida meu Templo

Abraça-me Lilith, Abraça-me

Decadência é não descender de Ti

É Tempo de Ascendência
Toma o que é Teu

Adeus, Meu Mar

Chamam a ti de verde
Chamam a ti de azul
Eu te chamo de... Apenas você
Razão a qual meu céu é colorido para sempre

Existe uma Onda que veio de você
Que nunca terminará em mim
Eu... Ondulando você eternamente

No momento que você dança com dança generosa
Eu me lembro o que sei a respeito de nosso amor e amizade por tanto tempo
Não há calma ou tormenta - Apenas nós - Dançantes

E enquanto danço eu peço tocando-te suave para poder partir
e Deixar um Mar que nunca terminará em mim
Uma ironia mais profunda...
Enquanto eu me vou tão longe de você
Eu irei viajar com você tão profundamente em mim
Pensei que você era eu
e que eu era você
Isto não é uma mentira
Isto não é uma verdade...
Nós somos igualmente - Velejantes - Dançantes - Dança
Ondas Inseparáveis
De um Mar Universo Infinito

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A Melodia de Outono

I

Corações Quebrados devem ficar fora do amor
Fora de qualquer harmonia
E se melodia o amor inspira
Corações quebrados devem ficar fora disto

Corações quebrados devem ir ao pó
Pois vêem de Estátuas no Jardim
Jardim agora sem as gentes dançantes
Sem praça, sem celebração
A música não toca mais
A fome pelo Amor não está aqui
Perfumes além-campos a fizeram peregrinar
Se foram todos
Cabe então que os corações quebrados paguem
Fragmento, por fragmento
Em justiça as Montanhas e as Pedras
Que não queriam ser esculpidas
Por mãos humanas estúpidas
Bruscas
Línguas más que chamam de bruto
O que passa por seres milhares, milênios milhares de milhares
Em artes do vento

Mas chamam as mãos destruidoras
Mãos que não tomam a vida para danças
Que roubam a vida e as danças
De mãos artísticas!
¿A que chamareis...? ¿arte?
Se nem o que tomais para vós
tendes parte?

II - Kali

Eis todo pó aqui
Chove e choro
Minhas mãos oleiras
Vão se descobrindo assim
Por obrigação
depois de ouvir a Sinfônia da Destruição
Com ouvidos atentos
Suplício lento
e coração oni-insciente onde se inscreve tudo
De amor
Que de amor que se canta
Tudo escuto
Só dela ouço!

III

Beijos lentos emergirão
De todo suplício
De todo amor ignorado e desconhecido
Virá o Convite para a Vida ao Amor
Vindo em uma Celebração de Saber-se-junto
- C(...) V(...)!
Só dela ouço!
Só Ela posso ouvir!
Ouço a Sinfônia da Chuva
E as danças de vento no Jardim
Vejo ainda muito mais do que vi
A música, os perfumes, Ela-Mulher
Tudo o que era pleno de perfeição já sendo tão humano
Sendo tão esclarecimento já sendo tão mistério
Tanto amor havia, tanta felicidade
Que o transbordar convidava até para segredos
Mesmo que confessados aos beijos
E agora há! Porque houve e sempre haverá!
Tudo ouço, tudo vejo
entretanto nada sei
Até o advento de minha Sabedoria vir
No tocar das mãos que à descoberta dos prazeres enamorados
Guias serão!

IV

Não mais lamento por corações quebrados
Eis que virá
Ela!
A Melodia de Outono
Na qual sempre serei
Sem precisar me escutar
Escuta-me Tu!
Óh! Tu que me escutas...

Sagitário - Melhor Signo - Melhor Época do Ano

Tô cheio de zueira e otimismo

Cinismo e Inspiração

Quem aguenta o paradoxo

Pegue na minha mão

É necessário escrever

devo amar a mim
- òbvio!
É necessário escrever!

O amor! Que lindo! Amemos!
- Para que repetir?
É necessário escrever!

Vamos melhorar o mundo! Falar: Humanidade, rezar: Liberdade!
- Ahr!
Escrever, escrever, escrever!

Escrever| é preciso|navegar mais que isso!
Viver é artigo de luxo, apenas desejo: de continuar a escrever!
E escrever, reescrevendo acima das areias do tempo
Tudo o que foi tomado por outros anos
Contra os ares revoltosos de tudo o que se sabe
Que não há nada novo debaixo do sol

Visto que o antigo que já foi dito
Ninguém escuta
E o que de novo se tem
Já é costume
E o que se sabe
Ninguém sabe mais que dizer que sabe
Escreverei resoluto
Não dependo de uma nova sabedoria para ter o que dizer
E mesmo dependente das não-novidades a lançar para as gentes
Sou escrevente
Das obviedades eloquentes
Não conheço outro motivo
Não professo outro credo

Para escrever igual ao que se quer
Ou diferente de tudo que há
Tanto me faz, tanto não
É previsível pessoas buscarem o inédito e o imprevisível
Eu prefiro perseverar em escrever de forma previsível e desnecessária
Meu caminho limitado vou até o limite
Meu caminho com fim traçado vou até o fim
Vou experienciar a Beleza com tudo: Já sabeis
Portanto não vou além do entendimento para ter tudo o que preciso
Vou viver o que de Amor há de se falar com suspiros
Vou escrever o que há de esquecer ou de se lembrar
Visível
Sempre passível de ser visto
Jamais mostrando-me ou escondendo-me
Não preciso: Eis o escrito

Até o fim dos dias, mesmo que já findado os meus
Vou diante do tempo
Sempre escrevendo
Ninguém me deterá
Certamente me encontrará
A escrever
Certamente o encontrarei
escrevendo-o!

Sol

I

Não visto no reino dos mortos
e nem existente para deleite de ser visto no reino dos vivos
Apenas para brilhar surge
Tampouco Ser... Manifestação!

Quem pensa em ser diante da luz?
Quem tem tempo para vaidades existenciais quando se está plenamente existente?
Quem tem tempo para máscaras de consciência quando se está atento?
Quem tem irresponsabilidade para se ausentar quando saber é estar presente?

II - O que é o Passado?

Somos nós mesmos de forma tão Absoluta
Que sentimos o envio de nós por nós mesmos
Para preencher e caminhar outros tempos e outros espaços

Somos nós
Nunca os mesmos e Sempre o mesmo movimento
De tempos e tempos
Numa origem sem fim
O Beijo do Infinito no Finito

Infinito seja
Estar dentro do Fim
Tão intensamente ao ponto de ser dever não aceitar quaisquer prisões
Apenas a nossa liberdade acompanhada
Verdadeira liberdade
Verdadeira construção

III - Solitude

Solitude nos jardins da aurora florescerá
Jardins de aurora florescem
Com a devida Solitude para regar
Amar, aquecer e dar a devida observação

Da Solitude a Observação
Que tudo ilumina generosamente
O Sol que manifesta atiça os seres
E presto estes vão uns aos outros como querendo esclarecerem-se
De onde veio o despertar primeiro...

Quem é o Ser Primeiro que despertou?
Quem poderá dizer verdadeiramente?
Então declare-se orgulhosamente
Verás que teu Orgulho de Ser não foi o primeiro e nem será o último
Então saibamos que em todo o tempo que se há é todo o tempo que passou
"Houve um nós
E haverá eternamente"
Seja a Canção do Futuro no Coração
Que estava na memória e está a ser cantada agora

Solitude

Ter consciência da Solidão
Já é ter companhia
É conter a Solidão
De forma completa
Isto é Solidão? Não.
É um princípio de começo
Para não-iniciados

Quem em infinitude finge dançar
Apenas reclama, apenas revolta
Por quantos círculos quiser contar
...

...E se eu ignorar ou enlouquecer
Livrando-me do peso dos anos
Eu não serei o que será de mim
Trancado por anos de saber de mim
Dou as mãos a minha In-finitude
E a certeza
É de que com esta eu vou dançar
Até que com Ela eu possa também dançar
Quantas geometrias, geografias e universologia experimental
Que isto há de revelar!
- Há de revelar! Dancemos! Um brinde as tuas mãos! As tuas mãos...

Maior
Absoluta
Pura
Saber ter a Solidão: Doçura
E por que não? Low-cura, Cura
para toda sabedoria pura
E é por aí
Que a saga continua!

---

Inspirado pelo filme (...)...

domingo, 27 de novembro de 2016

Oração Blasfema

Sou antiglobalista até os ossos
Tenho ojeriza Orwelliana eterna a utopia dos porcos
Nego e renego o Evangelho de Karl Marx para a humanidade
Eu vejo o cordão umbilical inquebrantável
Entre ditos revolucionários e banqueiros
Entre socialistas e empreiteiros
Entre justiceiros e burocratas
E militância cultural em prol do próprio bolso

Sou anti-tradicionalista até os ossos
Da tradição de obedecer sem duvidar
A tradição de lutar contra mim
Em nome do rebanho de tolos
Para os donos dos matadouros

Eu blasfemo, eu duvido e eu questiono
Sei que isto levará as lágrimas
Os crocodilos que choram pelas vítimas entre seus dentes
Os papagaios que me dizem "Pela justiça, pelo bem e pela igualdade"
Vindos de cidades transformadas em manicômios a céu aberto
Da doença que doutores devem eternamente tratar:
A culpa
Pelos males de todo o mundo e toda a história
Até que a cura seja
A obediência absoluta

Sei que os fatos me fazem uma pessoa pior
Sei que não consentir com a bondade dos heróis prontos para o uso
Ah! Isto não me faz apenas um vilão, mas um socialpata
Mas sou blasfemo e minha oração é blasfema
Apenas pelo privilégio de desagradar corações leves
E se é para o desagrado de todas almas boas do mundo
Venham todas estas para esta blasfêmia minha que grito:
- LIBERDADE! LIBERDADE! LIBERDADE!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Canção do Exílio

Estou feito ao Exílio
Isto deve-me ser Natureza
Questões do Ofício
O que me faz e o que me desfaz
Inerente ao meu agora tropeçar no Tempo
E avançar sobre as Paisagens do Caminho
A Ir bem a frente
Na esperança apenas
Que as Mudanças
venham com as Necessárias Belezas

A Pessoa Desconhecida que fez o Poema

Eu só fiz um castelo de areia
Com a disciplina de um monge budista
Deixo o mar desfazer a poesia
Deixo o mar desfazer o poeta

Eu enquanto poeta foi um acontecimento de eras passadas
Agora estou parado na estrada
Na esperança de encontrar no futuro uma oportunidade
De ser por um instante poeta mais uma vez
De deixar a poesia me desfazer mais uma vez
Eis aí o que fica eterno
A fronteira que separa Caos e Ordem
E unem-se em verso

Se disse de fronteira
Não digo mais
É apenas uma besteira
Que me atrapalhou o pensamento
Escrevi um descontentamento
E mais outro
E fui abaixo pela ladeira
Parei numa escada
Subi
E encontrei: Nada
Eis outro verso
Que me leva ao Universo
Onde mais uma vez
Não sou o que escrevi: - Paraíso!

Não mais preciso
De rima ou de paraíso
Eis que não fui conduzido
Mas conduzo
Até mesmo o que escapa de mim
Em Absurdo
Que quer toda a tirania de ser livre
Sai mais uma vez o verso
Pela porta da frente
E desta vez há de ser diferente
Pois sei o que me espera logo a frente
Me despeço de mim do outro lado do Rio
Quebram-se espelhos
Fluem as águas do Rio
Sou um Mar de Areias nadando
Andando
Até mais não me encontrar
Eis o meu definitivo encontro
O Verso Indefinido

Já sei escrever versos fáceis
E me contento que estes sejam fáceis
Para que haja dificuldade em minha alma
Em meu corpo
De lidar com estes
Eis a minha religião
Nego a transcendência
Para ter na boca apenas a eloquência
De estar mudo e calado
No cantar de todos os fados
Versos Alados!

Me desafio outra vez
No pleno instante em que conto minhas vitórias
Sem jamais celebrar
Me interno no ponto
Inferno no ventre deste ponto
Enterro neste ponto
Todos os versos que se livrarão de mim
Me retirarão com força da superfície
E nascerão: Jardim de Versos

Eis que aparece em minha alma
Uma vontade de escrever mais nada
E mais uma vez calar a minha alma
Na minha contemplação eis que surge uma voz
"Teu Silêncio precisa de nós
Os sós e os sóis novamente
Uma voz são vozes
Toda solidão e iluminação são estas vozes"
E eis que me admiro que todos os versos
Possam ser todos os sons
E cada som que me persegue
Diante do nada de inspiração a estes que ofereço
Nem sequer um esforço!
Eis o que me aparece diante do meu sufoco
E de minha oração...
Mas não nomeio estes versos
E eis que surge a sabedoria que não se compara
É sinfônia?
É coisa rara?
É nome? É nomear o meu apreço?
Eis que mais uma vez me desconheço
Mais uma vez despeço
Sinto-me perder toda a minha força
E eis que olho bem alto
A voz diz:
"Eu te agradeço
Eu te esqueço
Terás que ser lembrado
Mais uma vez"

E enfim: Nada tenho a escrever.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

A Porta do Mar

Se não se importa
A porta
Lá fora
Me importa
Aporto-me
Oportuno-me
Sem te importunar
Que você não é a fortuna
Fortunadamente
Fortuito vou
E já não sou
Já fui
Se me importa
A porta fecharei
Se era para deixar aberta
Porque talvez você há de querer vir
Não importa
Não há porta

Digo a mim mesmo
Por mim, mesmo que mesmo
A porta, Companheiro!
À porta!
A porta no porto aporta
Abre-me o Mar
As ondas batem à mim
E logo estou aberto para o Mar!

domingo, 28 de agosto de 2016

A Humanidade

Eis aqui tudo o que você precisa saber:
- A Humanidade não precisa de você.
Todas as bênçãos e todas as maldições
Caem em seu seio como redundâncias

Pétalas leves pelo caminho
Idéias insignificantes para serem pesadas
Mais que a estrada que leva para o Nada
A Totalidade de Seres feitos de Nada
Que no Nada não chegarão - Não há Paraíso!
Ficarão perdidos no caminho
Numa areia movediça no infinito
Com os passos paralisados ao redor de tudo
Tudo tendo sem o direito de perder
Que é para perecer na asfixia de excessivamente ser

Se queres um otimismo
Ou se queres um pessimismo
A Humanidade é adorada do mesmo jeito
E enviará para o sacrifício gentes alegres e tolos seríssimos da mesma forma
Por isso meu otimismo é rir dos que dizem que a vida é uma causa perdida
Quando houve uma causa ganha? Óh Grandes Mestres Iluminados da Desgraça?
A Desgraça ocorre sem o vosso tão importante Aviso
E é cantada pelo meu Riso!

Ah! Se podeis negar a Divindade das antigas idéias sagradas
Não podeis negar que seja deificada a idéia de todos os entes humanos
Numa forma tão abstrata
Que podeis rezar de braços cruzados: - Ah! A Humanidade!
- Quem assim seja para que não sejamos nós: Nós.

Para mim e Para Ti
Para estas pessoas, para nós - o povo
Todos os paras estão paralisados
Todos os paras são maneiras diferentes de se perceber só

Sejamos culpados desta nova Noética Arca
Que já se dirige
A Humanidade é mais do que todos os humanos
A Humanidade não precisa de humanos
A Humanidade já se foi para Além-Mundo
Dos Crentes contadores de Idéias-Segundo
Sempre no Segundo Mundo longe do primeiro e longe do final
Assim meio-humanos de vidas nenhumas
Seguiremos seguros e abstratos
Fora da Humanidade: A Salvação

II - Canto Final:

Há Salvação
Na porta que se fechou
E trancou eternamente do Outro Lado
A Pergunta

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Eu queria escrever Poesia

I - Para Crianças

Eu queria que os brincalhões passos
De uma Pessoa Hilária e Dançante sobre o piano
Pudesse chegar em sons e abraços até as Crianças

Eu queria que as Crianças assim despertassem todas as manhãs
E adormecessem a hora que elas quisessem
Quando o sonho... Ah só o sonho
Lhes levassem - Colocassem elas para dormir
E tirassem elas do sono para poder brincar
Para que todos nós pudéssemos enfim trabalhar
Levando o sonho das crianças a sério
Porque é preciso ser sério
Quando as crianças tocam em nosso peito
E nos convida a falar de amor
A agir de amor

Eu queria escrever poesia
Todos os dias
Que eu pudesse ser uma pessoa séria
Que olha para os olhos das crianças
Sério
Com amor
Com vontade de fazer uma obra
Que as inspire
A continuar no sonho
E eu continuar como se estivesse no sonho delas
Ah! Como eu queria escrever poesia

II - Para a Humanidade

Queria acordar girando e brincando
Com ganas de ver o sol
Não ver o sol porque me dá esperança
Ver o sol porque me dá calor

Um céu azul para que eu possa olhar
E nada mais que isso

Sim, sim!
Eu quero acordar um dia
E sentir a natureza
Fazer um esforço para que eu me limpe
De toda impureza metafísica

Eu quero toda a pureza da natureza
Sem ver criação, obra de Divindade, nem nada
Eu quero só sentir
Calor, luz
E eu quero me sentir amado com isso
Eu quero - Eu quero dizer para meu corpo
Sinta-se amado
Faça-se amor

Se eu pudesse eu escreveria uma poesia também
Diante disso
Para que eu pudesse registrar enfim
O que tem que ser registrado
Então eu mandaria cartas
Cartas de fraternidade a toda a humanidade
Com o que eu escrevesse eu iria mandar uma carta para cada uma e cada um
Declarando a minha fraternidade
E o meu compromisso
Com a Poesia
Com a Poesia Maior
E prometendo a cada pessoa que comunga da mesma humanidade que eu:
"Eu estou contigo
Eu te chamo de minha irmã e de meu irmão
Eu estou contigo
Eu quero a Verdade
Eu luto pela Beleza na Vida
Eu tenho o Bem como Tijolo de obra para toda construção

Eu estou aqui
Eu vivo
Eu quero saber como é estar aí
Como é a Beleza em teus olhos?
Como vai a Beleza em teus olhos?
Você me escreveria uma poesia de volta?
Responda a minha carta"

Eu tenho o amor de toda a humanidade
Porque meu corpo viu a luz e apenas isto
Apenas isto...

Meus olhos viram a luz
Minha pele sentiu o calor
Isso é amor
Eu sei que isso é amor
Meu corpo está banhado em amor

Ah...
Se eu escrevesse poesia
Eu iria mandar só cartas assim
Por toda minha vida

Mas por eu não poder mandar, porque me falta os versos
Eu mando o que tenho
Declaro minha fraternidade a humanidade inteira
Por todos os encontros que eu tiver em minha vida

Ah! Mas...
Ah! Se eu... O amor correr em mim...
Ah! Se eu escrevesse poesia

III - Para Amantes

Medo
Medo não é palavra que eu gostaria de dizer
Porque eu queria dizer algo para Amantes
Bem que eu queria escrever um poema de amor

Mas há de ser isto mesmo
Amantes!
Tenham medo!
Tenham medo do amor
Tenham medo do que o amor pode fazer
Porque o amor há de pegar a mediocridade de vocês e estilhaçar
Há de pegar todos, todos vocês que são narcisos
Todos vocês que são barganhadores
E deixar vocês miseráveis
Ou cheio de riquezas que vocês não dão conta de assumir

Pois bem
É isso
Tenham medo
Tenham medo
O amor há de vos perseguir
Há de vos destruir
Sim, sim!
Todas as vossas máscaras
Todas as vossas caras limpas
Tudo isso o amor há de pegar
E mudar de lugar
Tenham medo do amor
Saiam correndo
Saiam em disparada enquanto é tempo

O amor não tem hora para chegar
Não tem hora para voltar
Então eu sugiro que...
Façam o que for preciso
Mas...
Não amem de forma medíocre.

Se for para pegar o amor
Agarrem com toda a força
Se for para largar o amor
Larguem com toda a força
Mas nada de mediocridade.

Se vocês querem menos do amor
Chamem isso de outras coisas
Não chamem de amor não
Ao menos não sejam mentirosos com o amor
Sejam mentirosos com aquilo que se pode mentir
Sejam hipócritas diante de si mesmos
Até isso seria mais verdadeiro do que dizer:
"Ah o amor não existe
Ah! Eu não amo
E não amarei ninguém
Ai lá lá lá"

Isso não é nem ridículo
Quem dera pessoas medíocres deste tipo, que dizem tais coisas
Pudessem ser ridículos como eu sou...

Ridículo

Não, não...
- Não!
Podem me chamar de um grande louco
De um grande sábio, de um grande alguma coisa
Que me torne razão da excomunhão do bom senso
Mas...
Não, não
Não aceito me chamar de medíocre
Eu sou ridículo

Eu quero escrever poesia a todas as pessoas que amam

Todas as pessoas que amam riem da minha pretensão
Eu sou muito pretensioso eu sei
E as pessoas que amam
São mais pretensiosas que eu

Eu gostaria apenas de escrever
Um poema de amor
Mas eu não sei
Eu não sei escrever...
Mas é tanta coisa que eu gostaria de dizer do amor
Mas eu não vou dizer
Vou calar aqui tudo o que eu gostaria de dizer do amor
Tudo aquilo que eu gostaria de ensinar a Amantes
Com tragédias, com vitórias, com finais felizes
Não, não...
Eu vou me calar diante do amor
Porque eu tenho medo

Diante do meu medo que eu confesso
Nada mais posso fazer
A não ser amar
A não ser pegar meu coração
E levar ele para o mais-ainda-além da fronteira do ridículo
Pegar a minha mediocridade
Pegar o meu narcisismo
E a minha barganha eterna
E quebrar, quebrar, quebrar no Templo do Amor!
Quebrar a minha cara
Apanhar do amor
Tentar inclusive agredir o amor

Poder ser tão ridículo
Tão ridículo
Agressivo
Inofensivo
Que eu vou dizer ao meu coração:
Vá coração - Tolo!
Vá meu coração
Grande idiota
Vá acreditando no impossível
Vá acreditando que existe um amor ainda oculto
Que ainda não se manifestou, mas que se manifestará no tempo apropriado
Vá coração insistindo onde não existe o que insistir mais
Vá coração não desistindo quando a desistência já foi autorizada
Vá coração acreditando que no tudo existe o nada
E que do nada
Há de aparecer o amor como uma criação!

Ah! Vá coração
Ser tão ridículo
Fazer coisas tão erradas
Amar de forma tão errada
Para que eu possa ficar aqui atrás de ti
Anotando sabedoria
E aprendendo de todos os seus erros

Vá! Vá a frente
Dando a cara a tapa
Acumulando de troféus de ridículo e de escárnio

Vá coração meu escarnecendo
Brincando com orgulhos
Deixando com que brinquem com o seu
Sendo brincadeira
Despertando iras sérias

Vá coração meu
Vai, Vai tropeçar
Vai tropeçar e achar que é equilibrista

Vá pela estrada
Vá! Desapareça!
Deixando todas as pistas


Que eu estou aqui
Atrás de você engrandecendo o meu entendimento
Eu quero ser ridículo ao ponto de ter todo este entendimento
Na observação completa
De meu coração
Até que eu sinta o ridículo de tal forma
Que eu não queira mais ficar atrás do meu coração indo a frente
Até que eu possa me unir ao meu coração
E fazer tudo diferente
Tudo, tudo diferente
Apenas por sentir
O que eu tenho para sentir

Eu já não me importo com mais nada
Eu não me preocupo com aquilo que eu não tenho que me preocupar
Eu sei amar quando eu sinto o amor
Eu estou pronto quando eu estendo as minhas mãos
O amor não é sabedoria final
O amor só é além da minha sabedoria
O amor está um passo a frente do meu entendimento
Eu quero entender
Amar e ser amado
Depois de tudo aquilo que eu fiz as outras pessoas
Tudo aquilo que me fizeram
Tudo aquilo que me colocou digno demais ou indigno demais de amar
Eu quero dar
Um passo a frente

E um passo a frente
Com esta certeza: Ciência do amor
Eu me dispenso de querer escrever qualquer poesia
Diante do que eu sinto

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Hino ao Tempo

Como um Deus esquecido pelo ato de Criar por um Povo
E por outro ser o Deus celebrado pelo mesmo motivo
Eu fico em silêncio diante do meu pranto e do meu riso
Preparo-me para o Fim diante do velho e do novo

Eu não me renovo com cantigas alegres
E nem com cantigas de um amanhã triste - Prenhe de promessas
Eu estou farto de mensagens do Amanhã
Não te esperarei e não esperarei ninguém
Nem a mim: Ninguém de Pessoa Nenhuma
Tampouco quando eu for a Pessoa Nenhuma de Todos
Estamos todos Sanos e estamos todos Loucos
Estamos sem gente suficiente na insuportável Multidão
Estamos prontos para o desembarque na Festa
Onde celebraremos o fim de cada um com a Prontidão
Havendo esta de nos buscar ou ser encontrada

- Nada! Não nos resta Nada! Há muito tempo que Nada nos sobra
E é copiosamente adorada!

Aqui estamos
Aqui somos
E a que ponto chegamos

Eu sei que quando souber
De onde vim até agora em diante
Saberei do meu tarde demais
Do que for de mais me livrarei
Me atarei ao agora de meu entardecer
Adormecer superará qualquer despertar

Portanto
Aceito o Tempo
Dou-lhe o Hino
Que se vá este agora
Já estou indo
E quando tudo não for mais que agora que sempre tive
Me lembrarei apenas do Tempo
Esquecerei os momentos e as gentes
Perdoarei da mesma forma quem me deixou triste e quem me viu alegre
Cantarei o meu Hino

O Tempo está se tornando em Mim
E quem há de saber?
Quando este há de ser um amigo
E não apenas um fim?

Quem há de saber?
Que o Tempo pode dar as minhas Manhãs
O Sabor que elas sempre tiveram
Quando eu não estava lá para saborear
Quando eu-não estava lá para saber

"O Tempo não espera"
"O Tempo se apressa"
Mentiras! Fartas Mentiras!
Para todas esperas e pressas desonestas!

O Tempo
Continua fazendo o Rio Fluir
O tempo continua em Mim
Para Manifestação do que sou
E ainda me dá tempo
Para julgar o que sou
Em Juízo Infinito até o Final

Eu cantarei
Eu canto
E não me lembro da última vez que cantei
E se foi pranto ou se foi tanto para que eu não pudesse nomear

Para Sempre
Para Nada
Para Tudo em Fim
Na Madrugada
Ao Tempo
Que Nunca Mais sonhara
Eu ergo-me lento
Eu ergo-me completamente
Sem refrear minha boca de dizer meus silêncios
E inundar meu rio de mágoas
Estas passarão
Eu não passarei
Simplesmente porque não sei o Passar
Se conheço o Tempo para dizer se é travessia ou não
Não arrogo, não rogo e não creio
Eu senti muito esta tarde
Eu senti muito quando deixei as pessoas
Para senti-las em Solidão
Solidão Eterna igual ao Mar
Esta sim
Passará
Eu não
Eu não sei
Eu não sei
Que Nada é Eterno
Que Eternidade é Nada
Nada Mais no Mar
Há de encontrar o Tempo?
Ela não foi encontrada
E nunca será
Ela será manifestada
Seremos manifestados
Pelo Tempo
Quando este canta o seu Hino
Somos Todos Manifestação
De Seu Oculto
Que seja Fim Então
Toda Obra de esconder-se
Com as horas contadas
Da Música Imanifesta
Da Realização de Tudo
Para Sempre Tudo
Universo batendo igual ao meu coração
Outros Universos serão
O meu Coração não sei
Saiba o Tempo
Eu não sei...
Eu não sei...
Como acaba
O que comecei
O Tempo, O Tempo
Que valsa lento
Na Infinda Estrada
de toda Velocidade

Eu não serei relógio
Eu serei um Hino
O Tempo não sabe o que se espera que este saiba
O Tempo há de ter mais o que fazer
Do que somente Ler
Todos os seres
Todas as Coisas
Que este tem para Escrever

O Último Vôo do Corvo sobre o Deserto

Meu Amor
Meu Mais Doce Amor
Não darei a Ti
Porque tu és minha mais Doce Morte
E eu sou ainda...
Algo que sopra para ti
A Melodia da Despedida

Em outros braços de Morte
Eu me dou
Porque pertenço a Natureza
E tu a Divinalisar-se

Em outros braços de Amor
Nós nos Encontramos
Criando a Distância
Com que nos bendizemos

Mas venha
Venha assim mesmo
Venha escutar esta canção
Que o - Nunca Mais!
Não pode mais esperar
Não percas mais por esperar
Hás muito o que ganhar com esta partida
Não planejada, mas sonhada
Pelas mãos que estão acima das coisas deste mundo
Mãos sobre a mesa de jogos
Compartilhando o Destino
Lutando para saber quem fará mais do igual quinhão
"Onde há mais Desejo
Há mais Serpente" Tu dizes
"Onde há mais Serpentes
Há mais Frutos e Jardins Abandonados" Concordo.

---

I

Que seja anunciada
Quantas vezes necessária
A Indiferença
A Dama Indiferença quer entrar
E quer ser aplaudida
No Oásis de meu Deserto
Seja pois Bem Vinda
Fique a vontade
De não sentir Nada
O Amor aqui é para ser renegado
E o Corvo que a tudo observa
Sem tudo ver
É também adorado com obras de negação
Interessado no que há de ter fim
Eis aí a razão de ser Alado
Sem carecer de tua Verdade
Para ser libertado
Liberdade ao Corvo
É um presente
Que nunca pode ser dado
Assim como a Dama Indiferença
Se dá a si
Com a diferença
Que este Corvo não se anuncia
Apenas vem
Para partir

II

Nada quero de ti
Que não seja a Renegação
A Indiferença não me dê
Já a busquei em teu doce leito
Teu nada sentir
Sinto muito
Teu não amar
Já amei para sempre
E agora
Amo - Nunca Mais

III

Eu sou um Canto Maldito
Melodia que tem nos Lábios
Para anunciar as gentes
Para praguejar contras as Malécias do Amor
Até o Ponto que me fazes o Deus do Ridículo
Agradeço o poder de me fazer divino
Mas prefiro voar
Com o poder das tuas maldições a me embalar
Na Música cada vez mais além

Em Teus Lábios não pousarei mais
Quero Mais
Voar cada vez mais Além
Até o Sorriso do Céu
Mostrar-me a direção
Para Celebração de outros fins
Lembro-me de ti assim
Esqueço e enfim desvaneço
A Canção do Vôo - Finalmente!
A Transcendência do Vôo da Alada Criatura Noturna

E Tu! Tu! Abaixo a me encorajar: - Nunca Mais!

IV

Não e Nunca!
Se fazendo Divindades de cada uma de minhas asas
Tu! Tu! Te apresentas como Divindade em meu olhar
Na Estrada que eu contemplo
Eu posso fechar os meus olhos
Eu posso bater as minhas asas
Eu posso e vou
- Nunca Mais!

V

Tu inspiras as artes
Eu recebo tuas ventanias e vou
Se queres ouvir a Música
Parto em lugares altos
Ouso diante das águas
E também queres a Poesia...
Eu ta dou.
Deixe-me que eu seja perto
Cada vez mais perto
Da distância de teu Seio
E enfim
Pousarei sobre o teu livro favorito
E ante os ossos de teu poeta favorito
Abro meu coração e o Amor a te querer mais
Abre-me o Grito: - NUNCA MAIS!

VI

Amantes Finais
Amantes Totais
Celebração a Ti
Todo o Amor a Ti
Brindam e se embriagam
De - Nunca Mais!
Por Ti! Por Ti!
E em mim
O Silêncio
Que celebra mais

Sou eu um amante?
Sou eu um Corvo
Eu sei de meu ofício nesta festa
Mas se calo-me ao ponto
Da contemplação desta desolação alegradas
Com estas criaturas por teu nome
Nada posso fazer
E é Tu que fazes
Em Teu Brinde que convida a todos
Até a mim para que fique de longe
Tu dizes:

- Ao Amor
A Mim
A Cada um de Vós
Em cada momento a Sós
Por Mim
Em cada ofício do Tempo
Em cada lamento no Templo
Que ainda não se saciou ao ponto
De Trazer a Terra a Lascívia em Pessoa

Mas ante a Fera que não se sacia
E com quem disputamos insana porfia
Vamos deitar vinhos ao nosso nome na Eternidade
Porque eis que nossa Ascensão
É obra de nossa intenção
Erguei então vossas taças
Por hora dai este erguer as vossas mãos
É fim do silêncio
(Escuto e eis que tu e eu dizemos): - Nunca Mais!

SETE

Um vôo sobre a asa de um Corvo no Deserto
O que tu não sonhaste eu te faço ver
E o que tu não quiseste dizer eu te faço crer
É dia de tu arrancares teu olhar da Cidade
E pousar aqui muito além do Espelho
As Areias do Deserto que dançam por Ti
Muito Além da Madrugada
Muito além do Tempo a querer dançar contigo
Verdadeiramente Deidade Indiferente a Tua Indiferença que faz Ventanias e Boatos nas Bocas dos Povos
Como A Loucura de um Poeta a Receber Teus Beijos nas Distâncias
E tuas risadas na cara e na carne
Tu Dama que és Indiferente
Adoras o Deus do Ridículo
Quando ris e obrigas as gentes ao teu Riso
Não mais
Agora queres que o Corvo te leve
Para o Deserto que te comove
O Deserto que te leito
De todas as cartas
Que não leio de ti
Em segredo de saber

Faço-te saber
Cada vez mais
Das nuances e melancolias
Verdadeiramente requeridas por ti
Para que seja nomeado: Amor
Verdadeiramente requeiro de ti
Requeiro ver tua Alma
Se abrir com o que me traz a Fortuna
E o Tempo que não descobri
Requeiro que digas da Natureza de Teu Amor
E faço revelar que na Divindade Mesma
Há de ter Natureza

E se não choverá jamais
Aqui que se faça espelho
Vou me ajoelhar a tua indiferença
Vou adorar-te agora: Tanto faz
Porque de agora e sempre
Minha Adoração com Tua Face é: - Nunca Mais!

Eis me aqui
Tenho a Fé que me entregaste para te guiar
Tenho o Teu Desejo Cristalino, Cristais de Areias
Para me Cegar na Colheita
Pois me entregarei a Escuridão
Renegarei o que de ti vem com prontidão
De se fazer Distante Promessa ou Agora de um Verão
Pois daqui não partirei em vôo
Porque cantarei o que de ti somente é canção
Perseverar nesta verdadeira Romaria
Até que eu seja a Derradeira Miragem
De teu - Nunca Mais

(Câmera Iluminada
Pois as Trevas aqui ficarão registradas
Dou-te o que me dou
Dou-te o que sou
Enquanto sou por ti
A serviço de teu nome
Na luta com tua justiça
Sim, sim...
É por ti que só acordo de um Silêncio Eterno
Para deitar-te meu Canto
Ouça-me Agora
Ouça-te em mim para sempre
Eis me Aqui
A Tua Eternidade
A Divindade de Teu Inquebrantável Espelho
A Tua Oração a te Surpreender quando pedistes sem Fé
A Tua Maldição quando fizestes um Mal Sem Inocência
Eis me aqui
Se me queres totalmente
Ou não queres o absolutamente desta questão
Arranca de mim este Coração
Toma para ti este Amor
Porque o que me corta sangrando-me teu nome
Abre-me a Visão
Venha cá e veja a ti): - Nunca mais...

domingo, 24 de julho de 2016

Namastê

O Deus que não existe em Mim
Saúda o Deus que não existe em Você

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Adeus, Minha Amada!

Supere seus medos daí
Que eu supero meus medos daqui
Sei que esta despedida
É uma partida
Onde cada um em seu rumo
Terminará com nós dois juntos
No Amor
Quando o assim que possível
For assim para sempre
Até mais breve!

Esta é a nossa última partida para longe um do outro
Porque quando chegar a hora
Partiremos juntos e faremos inúmeras fugas
Para o Refúgio Único que é Amar

Renuncio toda renúncia
Renuncio qualquer instância do para sempre
Ou dos momentos
Que não seja estar ao seu lado
Corpo a Corpo...
Só acreditarei em Almas que se amam
No calor de teus braços...
Peito ao Peito
Amor que se desfaz para se refazer cada vez mais
Perto!

Estar mais perto de ti! Eis aí a razão desta distância
Que sei que irá passar
Pois se longe de ti tudo o que fiz foi te amar
É porque sei
Que nasci para viver contigo

Quantas vidas couberem nesta vida
Viverei ao seu lado
Se houver vida além desta vida
Só acreditarei se elas tiverem Você
Se não houver
Felicito-me
Em morrer com a Crença
De ter vivido uma única vida
A única vida que vale a pena ser vivida: Amar Você!

Te digo Adeus agora
Pois sei que irei te encontrar novamente
Para mim não importa mais a rapidez
Ou a demora
Qualquer tempo que me leve a Você
Sempre de Volta
É o Tempo que acredito
É meu Tempo Amigo
É o Tempo que eu conto e confio
Só acredito em Eternidade
Que mate de mim a Saudade
Que me invade
Quando arde em mim o Teu Nome
Doce Melodia
Tempestade de Vida
Aurora sem Igual
Desperta-me!
Totalidade das coisas Boas deste Universo!
Musa Digna
De todo o meu esforço de te alcançar!

Saibas de onde estou
Que sempre terás o meu Amor
Quando eu não estiver contigo
É porque estou a caminho
Quando eu estiver contigo
Me leve!
Tome minha mão
E todo o amor deste meu coração
Por Eternidades a serem pesadas e definidas
Por Tua Vontade de seres Amada sem medo de me perder

Tu! Tu! Meu Amor para Sempre!
Sou um Rio de mim em direção só a Ti!
E nada, nada, nada!
Chegarei em Amor por você e você será meu Oceano
Se meu Rio parecer secar
Aguarde mais um pouco
Estou vindo pela Chuva!
Vou vir a você por qualquer caminho
Que me mostrar esta vida!

Eu sei que eu te amo para sempre
E não me contentarei em apenas saber
Quero você todos os Dias
Porque só Tu
É Divindade, Mulher e Musa: ... Sabedoria!
Quero todas as Mulheres que há em Ti
Sou por você todo o Amor que há em Mim

Toda Liberdade em Mim
Só é Liberdade contigo
Pois toda escolha que eu faço
tem você como meu Destino

Não consigo evitar te Amar
E não impedirei
Que todo amor a fluir para Ti
Queira o Teu Querer
Tu és o que Mais Quero
Tu és o que Sempre Quero
Sempre e Vontade
Juntos em Anelo
Eis o Laço
Que não desfaço

Abro mão de todos os caminhos
Que não me levem a te ver de novo
Recuso qualquer aparência de Amor
Que não tenha a Tua Imagem e Semelhança
Aceito toda a Lembrança
Que mostre para mim
Qual é a forma que tenho que te Amar

Quero todas as Tuas Faces
Quero toda a Tua Verdade

Toda despedida
É apenas uma promessa para ser cumprida:
- Eu Te Amo!

quinta-feira, 30 de junho de 2016

A Verdade

A Verdade me fere
Não posso mudar os fatos
Mas se sua ferida é ferir
Somos nós dois que precisamos mudar os atos

domingo, 29 de maio de 2016

Nunca mais diremos Adeus ao Brasil

Querem prender juízes
Soltar ladrões
E querem que isso nos sirva de causa libertária

Dizem-se escandalizados com a religiosidade num País como o Brasil
Querem que "Pastora" ou "Mãe de Santo" sirva de ofensa
Mas querem que religiosamente possamos dizer aos seus desmandos: "Amém!"

Dizem-se a favor dos pobres
E os empobrecem

Dizem que fizeram tudo por programas sociais
E se enriquecem

Mentiram que a economia não iria cair
Mentem ao dizer que a economia vai voltar a crescer
"Mentir é Poder" dizem
Continuam Mentirosos, Continuam Poderosos
Continuam a querer nos fazer crer...

E nós continuamos a acreditar?

Continuamos a acreditar no Brasil
Acreditamos que aqueles que fazem do Brasil um País desacreditado
Devem sair do poder

- Adeus

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sr. Cidadão

Sr. Cidadão
Um Minuto de sua Atenção...
A sua Preocupação com a Laicidade do Estado
É Seletiva?

terça-feira, 12 de abril de 2016

Poema do Impeachment

Os Legitimamente Eleitos
Quando cometem ilegítimos Feitos
Devem ter seus poderes Legitimamente Desfeitos

A Origem do Mundo

Não-escolha
Então Retornarás
A Origem do Mundo

Comunhão que vê
E não participa
A Medida do Mundo

Tempestades no Deserto
As Areias Voam...
Lança tuas mãos
E toma uma Asa

Que as Areias Azuis são Mágicas
A Asa é Tempo
Que te leva a atravessar memórias
Invisíveis e não conhecidas
Que chamam por Teu Nome a Tempos
E clama por Tua Alma
De gênesis a gênesis
No Palco da Criação

Mas se em suspensão no Ar
Não souberes onde ir e nem como chegar
Não te perturbes

Não escolha por tua Asa
Que quer bater
E pelo Vento
Que quer levar
Não decidas jamais pelo Tempo
Que quer correr, que quer correr

Então da Não-Escolha
Virá Sabedoria
Então Dia de Criação haverá

E assim
Apenas
Em criar
Decidirás

E Todas
As Criações
Te Descobrirão
E te revelarão

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Om

Não haverá mais Ilusões
Eu e a Montanha somos um...

Não haverá mais Fronteiras
Eu entendi o que guardava a Montanha
E o que ela guardava
Passou a habitar a Mim

Quando eu olhei de volta
Não era mais Espelho
Além das Ilusões das Fronteiras
Da Montanha de Mim
Havia a Chama que sempre houve
Então passei a aguardar
Um Despertar

Fechei meus olhos
Para abrir estes depois
Eternamente Vigilantes
Na observação do tudo ao Redor
Passei a Habitar olhares
Eternamente de Braços Abertos.

terça-feira, 29 de março de 2016

Se eu Sonhasse

Se eu me espantasse com o Tamanho do Universo
Eu teria Sonhos com a Imensidão do Vazio

Se eu me maravilhasse com a Diversidade de Coisas que há no Universo
Eu haveria para mim Sonhos de Ciência

Se eu sequer Sonhar com nós inseridos em tudo isso
Em plenitude de Insignificância
Ante a Transitoriedade que significa tudo
Ainda assim, eu teria Sonhos de Amor

Eu trocaria a Eternidade
Para ter um Caminho de Passagem mais facilmente

Eu passearia pela Eternidade que nunca pretendo Trocar
Mais fácil
Se eu sonhasse com você
Quando enfim estivesse ao meu Lado

domingo, 27 de março de 2016

Domingo de Páscoa

Doce Canção emerge de Tempos em Tempos
Cristo renasce, Cristo renasce
A certa melodia que nos inclina a contemplação do que podemos sentir
Reverenciando na Gentil Divindade o Sol do melhor que podemos ser
Cristo renasce, Cristo renasce
Renasceremos

Não apenas palavras ou Divina Sabedoria
Jesus espalhou atos de Deus entre nós
Feliz Semeador em florescer os corações
Ganhou o Mundo em fazer Jardins de Amor
De nossas Incertezas fez Beleza
De nossos lamentos, rebentos para a Eterna Primavera
Das Árvores em Terras onde abandonaram o frutificar
Multiplicou os frutos ao nos curar o Olhar
Que Campos Férteis sempre estavam lá
Apenas aguardavam o despertar do Coração
Dos que foram chamados a trabalhar nas infinitas Cearas
Da Incessante Criação

Cristo Renasce, Cristo renasce
Cristo Renasce em nós
Floresceremos

Para Frente, o Cristo Sempre Menino olha
Vê Ventura de Novos Tempos
Ao Saber que o Firmado Compromisso com a Humanidade se estabelece
Nos apresenta A Obra e A Obra nos apresenta
Olhos de Amor que emana Luz Terna mesmo ante dura treva
Aparece enfim
Ao olhar para Pedro, para mim e para ti
Vê o que somos: Eternos Portadores do Ofício
de zelar pelas pequenas Sementes em prol dos Grandes Milagres
Ainda que escondamos o Sol entre nuvens obscurecentes
Em saber que virá o melhor de nós Jesus opera seu Doce Sacrifício

Para frente, para frente
Nos Horizontes, Cristo Renasce
Renascem os Novos Horizontes

Cristo faz em pó os Enganos Construídos
Ainda que se façam de Templos Bonitos
de Tijolo em Tijolo: Ruirão
Não ficará Pedra sobre Pedra
As pedras que querem ser atiradas serão caladas
Em cada coração liberto da Prisão

Cristo do Pó da Terra
Faz Desenhos Bonitos
Que se tornam Oásis da Verdade
Para todos os que atravessam Desertos
Tendo em Mira a Verdadeira Estrela
Jesus a fazer ponte das Tábuas de Ensinamento
Até o nosso Coração em Renascimento
Constrói os Templos em Nós que não cairão
E que não deixarão cair de nós
As Glórias dos Novos Tempos

Cristo Renasce, Cristo Renova
Uma Vida Abundante: Agora!

Quem de Eternidade rapidamente Vir
Passeará em cada Momento do Rio
Onde Nosso Senhor e Mestre foi Batizado
Quem de Momentos vir
Mesmo diante das Confusões, ao Caminho chegará
Mesmo diante da Hesitação, não atrasará
Que no Rio onde Jesus batiza seus Novos Discípulos
Ele mostra a Direção onde está o Mar
Que deságua nós na Eternidade Bela:
Jesus para sempre de Braços Abertos
Abraçando os corações a se fazerem sinceros
Nas Águas que o Senhor lava as nossas Vestes
E faz melhor as Nossas Obras

Bendita as Boas Obras
Estas dizem de Deus
Que nos disse Jesus
Bendito os que vão
Com Saber em Mãos
Crer que a Comunhão
Se fará Civilização

Bendito os que oram, Bendito os que choram
Com Jesus no pensamento
Com Flama Suave que em guardar Belos Corações
Confirmam o Ensinamento
Benditas as Crianças
Benditos todos a Zelarem por elas
Ao guardarem os Jardins Fortes onde Frutificam o Saber do Amor
Onde elas brincam, onde elas aprendem, onde elas ensinam
Benditos os que Amam
Benditos os que ao Amar revelam o que são
Estes revelam a Luz
Que sempre Jesus nos revela
Reino dos Céus: Universo a nos Abraçar
Bendito Tu Jesus Cristo, o que Renasce

Cristo Renasce, Cristo Renasce


Por Amor de nós, mostra a Divina Face
Nos Renasce para o Divino Amor
Que não terá Fim

sexta-feira, 25 de março de 2016

As Palavras

Eu não quero saber de seus argumentos
De suas reflexões sobre o amor
Palavras são Guerra
E estou em Guerra contra as Palavras

Minhas Armas são estas
Um Beijo e o que se descobrir com isto
Junte-se a Mim

Palavras são Guerras
E o que eu sinto nunca se cala
Pois nunca será Palavras

Apenas saberei lutar uma Guerra
Onde eu possa ser recolhido por você a cada Batalha
Enviado e Reenviado por Seu Nome
a Conquistar Terra Nenhuma
para Deitar em Areias Tuas
Ver as Constelações Gêmeas de tua Íris
Desconhecer Mistérios, esquecer perguntas...
Passear pela Constelação de tua Íris
Entrar em teu Sonho
Antes que teus beijos fechem a porta de teus olhos
Acordar depois que meu sonho terminar no teu
Quando for tarde e perto demais para tudo que se refere a nós dois

A Noite para mim só diz:
- Guerra as Palavras!
As Estrelas que se esqueceram
Já me avisaram para lutar ao lado de Minha Amada
Me Juntarei a Ti

domingo, 20 de março de 2016

Livro dos Mistérios

"Verdade
Curto Ato
Eternidade feita de Anseios Vãos
E Humanidades que não vão muito longe"

I

Daqui, Ela Vai
Porque sabe
Que tudo que se repete
Morto está
E não se gasta

"Não se gastar"
A Lei deles
Ela não escutou
Quando iam lhe dizer
Bateu suas Asas
E vôou

"Se repetem e matam
Tudo o que está a frente
Tudo o que está condizente
Com o que é até ser o que não pode ser"

II - Chuva de Prata

Uma chuva de matérias adulteradas
Caiu sobre nós
O ciclo de nossas almas
Não mais sobem aos céus
Represamos nossas águas
E as águas represadas
Prenderam a nós

Então que ao menos
o que invadir o céu
seja prata adulterada
Para que ao menos a falsa chuva
Seja Pura

Chuva de Prata
A vir de nossos sonhos
Irrigar nossos enganos
Afugentar nosso trabalho e frutificar nossa insônia

O Único Desejo de Nós
Realize
De Nós contra Nós
Faça um Reino

"É preciso saber que se chegará o Fim
E não apenas saber que o Fim está próximo"

III

Quero no meu leito final
Apenas os urubus verdadeiros
Saia daqui você
Com teus clones
Abutres de Humanas Faces

Quero no meu leito final
Apenas os urubus verdadeiros

Deixei para trás
Os tesouros que nunca serão vistos
Dos trabalhos de confraria que não desbravaram mares
Das palavras ditas fora do coração
E aceitas por rezas mágicas
Por todos que crêem na razão por superstição

Deixei para trás
Que se houver algo para se haver
Que venham ao meu encontro
Pois não posso parar meus passos
Assim continuarei a deixar para trás novamente
Os antigos desencontros a viram novos

Quero no meu lar
Corações provados na Inocência
Humanas almas trabalhadas com Diligência
Pela Fortuna, pelo Tempo e pelo Amor
Estas Jóias de Chronos
Quero que adornem o meu peito
Estas Vestes Amigas... para enfeitar meu Quarto
Todas estas Belezas trabalhadas
Quero as representantes no Palácio do Amor
Comungando com este tais Seres
E Amor por estas gentes por cada batida de meu peito
E por cada batida do Relógio dos meus Significados
Na Biblioteca onde escrevi meu Livro de Mistérios
Nunca lido por mim para sempre ser lido
Por estas gentes amadas e amigas
Gratidões milhares, gratidões milhares
Com Graças enfeito vossas cabeças
Caminhei caminhos de humanas faces e outras obras de Natura
Para chegar aqui e sorrir vocês aqui

"Tudo o que se repete está morto
Mas ainda não está terminado"

IV

Tudo o que se repete morto está
Os repetidos espelhos
A Ausente Face
Dos devaneios extratos
Da realidade não passada
Assim guardada
A Mente repetida
A Mente assassina
Para os futuros momentos
Transformações que aguardam em desesperos
De nunca mais sair dos Novos Labirintos

Não será testemunhado
O momento que irá se libertar
A Vida

É necessário partir
Depois de se saber o suficiente
Renunciando o conhecimento completo
Em Sabedoria
De poder sentir
Aquilo que só depois irá ser conhecido

- Tudo o que se amar
Irá findar
E se libertará

Tudo o que se amar
Irá libertar
E continuará a acompanhar...

Amando em Silêncio

Eu sou Amante sem Amada
E eu amo como uma Chuva na Madrugada
Rios correndo sem Dor
Sol brilhando sem medos
Tão profundamente, tão intensamente
Que o amor há de ser uma descoberta

Eu estou Amando sem Amada
Quem sou Eu? Sua Liberdade
Que lhe dou através dos anos
Quando amor tem de ser Ciência em Silêncio
Ciência e Silêncio
Ainda.
Silêncio aprendendo Ciência
Ciência se tornando Amor
Acredite em mim! Eu sou sua liberdade
Sou um trabalho vindo de sua Mão
Dançante, Amável - Belas Mãos
Sou o que você quiser
e Eu posso desaparecer
Eu lhe dou o que você alcançar
Eu estou amando fora de seu amar

Eu estou Amando sem Amada
É como um Oceano
De fogo
É como um entardecer
Tão Novo
Que eu tenho que te dar todo o Amor que tenho
Para então ter o que te dar
E começar...

Eu não tenho Palavras
Eu não tenho Palavras
São apenas lavras
Nas Searas
Imensas, infinitas
Que eu vou amar e buscar
Para poder te buscar
E ao te ver cairão as palavras que meus braços carregavam
Queira tu ter me escutado
Antes de ser por teus Lábios
Inocentado

Eu estou até Amando sem Amor
Olhando para a Lareira
Aprendendo com Fogo
A me deixar queimar
Quando chegar a Hora
Quando chegar o Olhar

Eu... amando sem Amada
É apenas um Pôr-do-Sol que eu não conheço

Amor

Se você não consegue fazer mais
Você deve fazer mais

Se você não consegue deixar partir
Você deve deixar partir

Um Dia você vai querer que o Amor bata a sua porta

O Dia que o Amor bater a sua porta
Talvez você não saiba o que fazer

sábado, 12 de março de 2016

Poetria

I

Eles te ensinaram a Odiar
E você odiou
Eles te ensinaram a Rebeldia contra o Mundo
A Desobediência Universal
Para melhor ser leal a eles
E você desobediente aos seus olhos
Viu através do olhar deles
E o mundo se multiplicou e aumentou
Em casa de espelhos

Eles te ensinaram que outras gentes não podem pensar
Eles te ensinaram que concordar exige maior esforço
Eles te ensinaram que as gentes extranhas
Não têm ternura, apenas ódio a humanidade desde as entranhas
Assim te ensinaram e você foi aprendendo
E você está bem em que eles estejam bem
Os outros e seus delírios são o Mal
Combate o bom abate
Caiam os maus através de pensamentos
E dos afastamentos

Óh! Grão-Aprendiz!
Com esta Força vai!
Construir Castelos!
Onde habitarão vossas amizades!
Lá guardarão a humanidade como exclusividade!

Óh! Grão-Aprendiz!
Não sofra Excomunhão do Castelo!
Não saia do Castelo!
Vossas amizades não lhe seguirão!

Te ensinaram a Odiar
E você odiou
Te ensinaram a pensar
E você se tornou ódio

O ódio cresce no derredor de teu pensamento
Ao derredor do Mundo em apequenamento
No agigantamento das sombras que adoras
No afastar do Sol que devora
E dos papéis inimigos que te assombram
O Mundo é um Constructo
No Mal
E precisa de um invólucro
Para ser transformado
Um Mundo Nu não foi feito
Para ser suportado
Lamentei! Lamentai-vos!
Até vesti-lo de nossas lágrimas
Que ordenarão o que deve ser feito
E os nomes que devemos limpar das vestes dos tempos idos ainda não mudos

Aprendiz! Aprendiz! Nada diz!
E tu és o que sempre quis!
Tu Aprendiz! O que sempre quis!
És o que de ti se diz!

II

A Verdade
É que cultivo minhas flores
Cultivo um Jardim de Almas
Não as colho, apenas as contemplo
São exercícios de minha Metafísica Alma
De ir-me contra o Mundo da Natureza
E o Mundo das Idéias
Que faço com a finalidade última
Do incômodo teu

Longe do Castelo
Perto do Coração do Jardim
Dançando Azul
No Mundo Nu

Tu que tanto pelejas
Que matarias todas as gentes
Porque de ti depende a vida de todas estas mesmas gentes
Há de encontrar grande verdade
Em todas as pessoas que gritarem para ti: Sim.
Mas é apenas para sustentar a ordem Maniqueísta da Vida
Ainda que contra a Ordem Maquiavélica de suas Conquistas
Que eu entro divino sussurrando e sorrindo: - NÃO!

Você diz que o Mundo
Seria melhor feito conforme o desenho
O plano de um sonho já sonhado
Que nem ressonhar te atreves
Tamanho o medo
De alterar as linhas e misturar as cores
Lembre-se! Minha Alma é Azul
Azul que Ama todas as Linhas e Cores
Em movimentos
Não me condeno
Em um sonho que não é meu
Que isto fique por razão de Natura e desenvolvimento de Psiquê
Por Pesadelo que brindo a ti
Antes mesmo de apagares a Luz
E mesmo que inventes uma outra Luz
O Brinde permanecerá
Tenhas Sono ou não o tenhas mais
Ao brincar de infinitudes de começos
Na Casa onde só haverá uma Festa e nada Mais

Quem visitará você quando estiver em comemoração?
A sua mais nova e nobre ação
Mais uma vez repetida...

Quem senão os Inimigos do Júbilo?
Trancai as portas!
Protegei a Festa! Permanecei protegidos pelo Muro!
Dai a vida dos invasores em prol deste entretenimento
De vós contra o Mundo
Até que o Mundo seja visto
Por obra de fazê-lo esquecido

III

Desculpe, preciso ir
Confesso que comigo não está a verdade
Preciso partir

Sou apenas um encantador de povos
Fique com o mais de vir
Na Dança do Porvir

Se eu cantar Amanhãs
Não me sigas
Eu e a Verdade somos Solidões
Só temos para onde ir

quinta-feira, 10 de março de 2016

Amor

Eu preciso de Amor: Não vou me deixar escravizar
Eu preciso de Amar: Eu vou Ser; eu vou Viver!
Vou chamar meu transbordar de Fazer
Vou chamar meu transbordar de Fazer

Desvelar

Eu preciso desver tudo aquilo que eu vi
E se isso for impossível
O que será um Novo Olhar?

terça-feira, 1 de março de 2016

A Verdade

A Verdade dói em quem ouve
E em que fala
A Verdade apraza a quem ouve
e quem fala

Em dizer a Verdade
Que haja Solidariedade

Que haja Amizade
Em cada vez que Ela for compartilhada

Canção ao Mal-Amor

A Todos vós
Covardes
Meus Versos
Covardes
A vos encontrar
Sem se moverem
Apenas por nascerem
Como é da Natura
Em Vossos Refúgios

A Todos Vós
Que podeis ouvir minha voz
Porque não podeis disfarçar
A Vós Minha Canção
Todo o meu Mal-Amor
Perante o qual eu tomo todos
Em Consagração

A todos vós a aceitarem Mal-Amor
A açoitar vosso amor próprio a Nada
Vontades vacilantes
Que não caem por Terra
Nem por fogo, água ou ar
Mas pela vacilância inalterada
Vós que no conforto dos espinhos a vos ferir preguiçosamente
De amor pouco em vosso leito de muitos sonos
Na recusa de ir a Longa Estrada da Perdição
Pois preguiçais de Perdição estreita, rápida e disponível
Tal vossa visão

Amor verdadeiro aos que longanimam por Caminhos
Dos gozos Pacientes dos que habitarão os Jardins do Amor
A nós: Solidões incompletas e Companhias insuportáveis
Por não suportarmos sermos amados por nós e nem por ninguém

Já vos inscrevi no meu Banquete de desgostos
Já mascarei os vossos Rostos
Aos do Mal-Amor! Meus cumprimentos, minhas mais boas vindas e meu amém!

A vós das Soberbas desgraçadas
Parabéns
A Lançar até os Amores mais fortes
Bem longe de vós
Que sei?
Que vós sois estátuas enormes
Horrendas!
Que ninguém compraria ainda que por poucos vinténs
A não ser a Chuva e os Ventos que vos destroem
A vós meu brinde
Por cada vez que o Amor vos tocou prazerosamente
Inesquecivelmente
Então cresceu a Vossa Vaidade
O Amor vôou
E ficaram vós Gigantes Inchados de Asas Pequenas
Meus Parabéns! Meu brinde!
E as penas amadas que vos caem
Dos que resolveram ir Acima!

A vós que idolatreis vossa covardia nos convites
Das Festas e Banquetes do Amor que não houvéreis vós participado
Vinde comigo! Juntai-vos a minha farsa e mentiras
Meros hipócritas não somos
Adoremos a Hipocrisia
Vestindo-a dos melhores tecidos
Dos melhores não-ditos
Dos melhores escritos
Escutados por Olvido Infinito
Gravados por Queimados Livros
Nas Bibliotecas Loucas Esquecidas
Onde vivem Vossos Ídolos-Filhos Distorcidos

Quem de tudo o que Soube do Amor
E Escolheu o Mal-Amor
Ajuntei-te com a Permissão
de teu sempre-não
E de tua vida em vão
Aos Palacetes desta Festa

Brindaremos Falsidades
Sorriremos Feridas Faces
Mal-Amores abundantes
Em banquetes de fome ambulantes
a virem ser servidos de nós fáceis
Em todas Desistências-Penitências que chamamos de Sim

Até que a Loucura que não dança
Encare nosso bem-vestir olho-a-Máscara

Então com um passo simultâneo
com Ela
Nós possamos Sair daqui
E lá fora onde quebram-se espelhos
Nós possamos ver um Fim
De Mim

...

O Amor chegará
E será chamado Vingança

Adeus

Adeus

Você quer um Amor fácil
Não o Amor
Não o meu Amor

Adeus

Adeus

Talvez eu nunca consiga te esquecer
Mas enquanto eu te amar
Também te direi adeus

Adeus

Nunca amarei alguém como eu amei você
Porque isso seria algo tolo de se fazer
Adeus

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Não se apaixone por Poetas minha Querida

Não se apaixone por Poetas minha Querida

poetas são maquiavélicos
Usarão do grande amor despertado
Para cantar um novo fado
E de todos os teus sentimentos em aberto
Em novos versos
O Grande Amor, Ah o Sonho de um Grande Amor
Em mais um grande Poema
Fins poéticos para te fazer um meio
Para a Arte da Poesia
que logo então será a Arte da Fuga
De teus braços para outros braços
Que logo serão abandonados
Pois abandonar-te
É a Arte
Amar alguém só é versar
E atravessar para a Terra-Poesia
Única Morada e Única Amada
E todas as Amantes declaradas insignificantes
A Não ser por reluzir a Face da Amada Principal
A se viver, a se escrever
A Grande Obra
Para ti
O Teu Mal
Um Amor de Malécia
Dado a poetas que nada prestam
A não ser pelos poemas que extraem de vós Amadas
Em prol do Amor Eterno
Que sabes muito bem
É apenas um verso
É apenas um verso

Pois portanto fica o dito
E novamente te aviso
Não se apaixone por Poetas minha Querida
Óh! Única de minha Vida!
Não se apaixone por Poetas minha mais Grande Amada!

não se engane com poetas minha querida
Óh minha vida, minha mui amada
Porque eu hei de te amar por toda eternidade
toda e qualquer eternidade que não seja verdade
minha querida não se engane com poetas
não se engane com esta sorte de mentirosos
Pois eu lhe tenho amor, o amor que durará para sempre
Um sempre e eterno adeus
Ah minha querida! Minha Amada
Não se engane com declarações assim
Não se engane com esta maldita poesia
Pois meus sentimentos por você
Ah tão nobres, tão belos
Não duram nem um minuto, quanto mais um dia!

Minha querida
Minha eterna querida
Minha amada
Minha imortal
Sabes que eu te direi adeus
Mas não vou te deixar
Pois a poesia ficará com você
Tal um mal incurável
Do meu amor que não durou, mas a chaga ficou

Minha querida não se envolva com poetas
Não se envolva com estes patetas
Toda nobreza destes está na distância
Entre o Ser Humano e a Escrita
E se você acredita
Será a coisa mais bonita
E a coisa totalmente desprovida de vida

Poetas soam ainda melhores cantando a Morte
Pois são sinceros nisto ao menos
Em poder dar uma certeza
Mas não se engane Princesa
Cantar a Morte, cantar o Amor
É como fazer o mesmo ofício
A Diferença em louvar as duas Musas Eternas
Tu e Ela
É que você sabe qual das duas ficará com o Poeta para sempre

Portanto minha querida
Minha Única de minha Vida
Aquela que é digna de todo o meu Amor
E que não haverá uma gota sequer dele
Não se engane com poetas.

Não se envolva com Poetas Querida
Poetas são narcisistas
Amam apenas suas palavras

Poetas trocariam
Sua paixão de Mulher Bem Amada
Por uma Rima qualquer

Esquece estes temores e suspeitas
Venha para os meus braços minha Querida
Porque eu te Amarei por toda a minha Vida

Ridículo

Todo ser humano é ridículo
Cada um destes
Se você conseguisse contar todas as estrelas
E se você conseguisse fazer a chuva parar
Você conseguiria fazer o ser humano deixar de ser ridículo

Todo ser humano é ridículo
Buscas por maravilhas
Pela máxima beleza
Por castelos que protegerão todos os sonhos que não podem ser quebrados
Tudo isso nos leva a atestar
O Ridículo
Que é a Natureza humana

Todo ser humano é ridículo
Ao atravessar a chuva e dizer que as gotas têm algo a dizer
Todo ser humano é ridículo
Ao achar que tem que olhar para o céu e ver algum recado... Além

Não existe nada além
Nem na nossa ignorância
Nem em nada

A Busca pelo Ridículo
É a causa sagrada

Eu vos chamarei
De minhas irmãs e meus irmãos
E assim o que eu farei?
Farei da irmandade da humanidade
A coisa mais ridícula - A única lei

Eu não quero ser ridículo
Eu não quero ser ridículo agora e em nenhum instante
Eu quero ser sozinho
Eu quero poder fechar meus olhos
E não perceber mais nada
Mais nada que transcenda
Mais nada que quebre todas as barreiras do meu ridículo

Eu preciso dar um fim

Meu senso de ridículo se expande cada vez mais
Muito mais, muito mais...

Apenas a Beleza vai além do meu Ridículo
Apenas Eu Ridículo acredito na Beleza como meu único Universo em Expansão

Ode a Inexistência

Eu não existo
Eu não tenho tempo para existir

De tempo em tempo eu sou

Ser é Nada
Tempo é Nada
De instante em instante, este é meu segredo para não existir
A Não-Existência em todos os lugares
A única Não-Existência Onipresente

Eu mergulho na onipresença da minha inexistência
No tempo
E assim eu destruo o Tempo

Eu não existo e isto é tão... tão libertador
Eu creio que na minha Humanidade
Eu não vou conseguir ter inventado nada melhor
Essa minha inexistência

Uma Pedra, uma Roda, uma Fogueira
São inimagináveis para mim dentro da Existência
Eu já dexisti de existir
Eu já não trabalho mais com isso
Eu já não penso mais dessa forma

Forma - Forma - Forma
Existência - Existência - Existência
Forma

Eu quero quebrar esta forma
Eu quero quebrar esta existência

Uma outra forma que não me persiga de uma maneira que eu conheço
Porque eu me conheço, eu já me persegui, eu já inexisti

E eu vou perseverar na minha inexistência
Na minha busca
Eternamente inexistente

Não-Compreensão

Eu não quero ser compreendido
Eu não posso ser compreendido
De que maneira você quer me usar?
De que maneira você quer me matar?
De que maneira você quer me aprisionar com a sua compreensão?

Eu não quero sua compreensão, não quero

O Sol não vai brilhar para mim assim
Com essa falsa educação
Com esse falso azul
Com esse falso sol
Não, não...

O Sol já prometeu nunca mais brilhar para mim

Eu não quero compreensão
Eu não quero ser apunhalado pelas costas
Com a sua caridade

Eu não quero seus campos
Eu não quero sua cidade
Eu não quero nenhuma forma de abrigo
Nenhuma forma em que você me mantenha protegido contra o relento da noite
Protegido contra as palavras que cortam
E as almas que devoram

Essas almas que devoram quero me juntar a elas
As almas excomungadas do juízo final
As almas que não têm lugar eterno
Nem no céu e nem no inferno

Essas almas que eu quero me juntar

Quero tentar devorar estas almas
E fugir de ser devorado por elas
A Luta e Fuga eternas
Assim as quero

Eu quero fugir
Do teu juízo final
Eu quero fugir até do teu amor
Qualquer instância do seu para sempre
Qualquer inquisição da sua compreensão

Eu estou fora
Eu estou livre
Da tua compreensão

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Abismo

Um abismo chama outro Abismo
¿Quais as palavras
Que um abismo escutará do Outro?

domingo, 31 de janeiro de 2016

Dê Pão aos poetas

Dê Pão aos poetas
Dê abrigo
Seja amigo
Mas sobretudo
Dê Pão para os poetas

Os poetas que encontrares a noite
Em solidão
Dê tua atenção
Escutai suas lamentações
O vinho barato
As alegrias
O açoite
Mas sobretudo, sobretudo
Dê Pão para os poetas

Os poetas andam famintos
Perdem-se em horizontes e orientes
A fome que lhes vai
Quebram-lhes os ossos, os dentes e as mentes
Portanto, seja a solidariedade mais digna
Aquela que a todos contempla
Mas a maior é aquela que sobretudo
Da Pão aos poetas

Os poetas dormem desabrigados nos lares do mundo
São tão vulgares quanto as estrelas no céu
São tão amplos como os dormitórios nas ruas
Seus versos mais banais que rimas de céu, mel e fel
Mas ainda que estes recusem a ajuda, o abrigo e o alimento
Insistai mais um pouco
Todas as perseveranças são necessárias
Mas sobretudo a perseverança
De dar Pão aos poetas

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Saudade

Eu tenho Saudade do que eu era
Você tem Saudade do que você era
Quando estávamos juntos

Esta Saudade de Si compartilhada
O que seria
Em Amor Agora?

Memória?
História?

Devo passar...