segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Coração Doente

I – O perecer do amor pelo afastar

Gradualmente
Desaparece a lembrança dos teus beijos
Definha a paixão que há
E logo, não mais se sente

Creio que observa tudo isso indiferente
Enquanto eu estou taciturno
Vai-te como quem não perde nada
E eu perco tudo

Aquele que ama e se dispõe a perder
Se dispõe a persistir
A ser ferido e sorrir
A calar e sofrer

Fiz-me fraco
Não irei competir
Sei que queres a vitória
De me ver fugir

Não fugirei
Espero teu golpe
Então descanso
Em desamparo dos teus braços

Golpe fatal
Vida sem norte
Meu coração frívolo
Contempla a morte

Fim de guerra
Guerreiro sem espada
Nada a despojar

Deixo legado
Se quiseres aceitar
Nada mais tenho
Que um amor sepultado!

II - O Adúltero Abandonado

Alguém esta aí?
Canto o sentimento amargurado
Daquele que perderá o que não tinha
E cobiçara o que não pode ter

Que é o amor para mim
Senão um eterno sofrer?
Um não se alegrar
Um sempre perder
Um tudo dar
Um nada ter
Um tentar agradar
Um conseguir se frustrar

Um sempre ajudar
E estar desamparado
Um sempre perdoar
E ser condenado
Um proteger
E ser atacado
Um exaltar
E ser humilhado

Amar a custa do próprio sofrimento
E continuar obstinado neste intento
E quando acabar o momento
Eternidades de sofrimento!

Confesso meu adultério
Fui abandonado
Cri-me sozinho
Busquei outra companhia

Terminei num peculiar cemitério
De inconsolável agonia
Estou com a loucura de amar
Acompanhado da solidão fria
Amaldiçoado com a extinção da alegria
Ah! A tristeza estava com saudades de mim!

Nenhum comentário: