terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Monte e o Choro de Parto

Próximo aos sustentáculos do monte
Eis o lugar em que me situava
Com meu coração a flutuar muito ao redor de mim
Eis aí o momento em que me abordastes

E não pude compreender como pedistes com inocência
Um favor a um estranho o que julguei estranho
Em tuas falas notei a autoridade
De quem quer que a fantasia seja aceita realidade

Lançastes sobre mim tua miséria
Eu te escutava para proveito próprio
Mas sentia hesitação pelo momento
De retribuir-lhe o favor

Mal lembro o que me dissestes
Mas agora sei que registro as impressões
Que deixastes bem profundo em meu espírito

Mal poderias imaginar
Que aquele que lhe prestava atenção
Não se incomodava com tua presença (vingança!)

Redescobri
Com a capacidade de entender a sabedoria próxima
Que as palavras se fazem sábias
Ao atravessarem as noites

Quando chegou meu cruel momento
Pela minha hesitação
Não recebestes o apoio para teu caminho
Oh! Agora lembrei que tinhas alguma direção!

Mas recebi teu perdão mudo
Tu me ensinavas a direção e o lugar
Onde através dos passos pensados
Eu pudesse te encontrar

Desconheço como chegar lá
Desconheço com ignorância voluntária
Tuas palavras fogem de mim
Mas a sua presença de forma oculta ainda existe

Não sei se a morte te buscou
Não sei o que os ventos fizeram do seu lar
E da sua vida

Não desconheço
A tua fraqueza (doença!)
E a tua solidão

Sei que me convidastes
A partilha do repouso e da terra
Tudo o que alguém como eu
Poderia cobiçar

Tu venderias a mercadoria
Como um mercante cego
Tu pedirias um pouco de minha alma
O que eu nego!