terça-feira, 5 de novembro de 2013

XXVII

Meus olhos precisam descansar agora
Da luz que o fatigou
E lhe mostrou
Nada mais que um mundo cruel

Se enxergastes apenas um mundo cruel
Sua visão foi cegada pela crueldade
Que fizestes ao ignorar
Que o amor também era verdade!

E se lhe dói a luz
Tu és insensível
Por causa de tua indiferença
O que há de belo e de espírito
Não mais te seduz
O teu indiferente olhar
A tua visão
Essa concepção
De fingir para não sofrer
Para não entender e ver
O que você fez com você

Teu ser abandonado
Chora!
Ao ver que tua liberdade
Foi embora

Não confie
Não acredite
Em quem?
Em você!

Quem não trai?
Quem não cansa?
Quem permanece?
Teu vigor? Não, o amor!

A esperança não morreu
Não morreu
Apenas teu dia
Não amanheceu

Eu vejo o sol brilhar
Esse privilégio é dado
A quem for convidado
Para no amor se banquetear

O amor protege
A todos que amam
E se amam

Quem não se ama
Não ama
Quem lhe ama

Se você daí
Pudesse ver tudo
Entenderias
“Que um novo olhar muda o mundo”!

Sai da cama
Junte-se ao canto
De quem canta

Escute o canto
Que diz assim
“Lá no meu canto
Eu canto para você e para mim”

Mar imenso
Sem fim
Caberias todo
Dentro de mim?

E se vai e volta
Não saíste do lugar
Poderei eu assim como ti
Eternamente amar?
Guardo aqui dentro
Um imenso amor
Nele eu nado
Afogo e volto

Tu és traiçoeiro
E brando
Com teu amor primeiro
Que estava chorando

Ponho as dores no passado
E as boas coisas no presente
Não quero dizer a vida
Que eu estava ausente

Nesse morrer e desmorrer
Que é o curso de todo sentimento
Que diferença entre o mar e o amar
Poderia perceber meu discernimento?

Os dois estão
Em movimento
Os dois têm
Os seus momentos

Um permanece
O outro chora
Pelo amor
Que foi embora

Tu não tens tão belas ondas
Que quando morrem na praia
Possam voltar

Tu és imenso
Mas por ficar aí
Não podes amar!

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